Literatura brasileira contemporânea e as narrativas de uma nação (im)possível: parir um país, reaprender a nascer
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Tipo
Tese
Data de publicação
2024-06-12
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Della-Flora , Luana Jéssika
Orientador
Trevisan, Ana Lúcia
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Bueno, Alexandre Marcelo
Moreira, Maria Elisa Rodrigues
Zaratin, Daniele Aparecida Pereira
Albuquerque, Gerson
Moreira, Maria Elisa Rodrigues
Zaratin, Daniele Aparecida Pereira
Albuquerque, Gerson
Programa
Letras
Resumo
A proposta dessa pesquisa surgiu a partir de um sentimento de descaber, de um incômodo exacerbado pelo espaço-tempo no qual o trabalho se desenvolveu, isto é, a pandemia da Covid 19 e o Brasil sob o desgoverno de um fundamentalismo político reacionário liderado pela extrema-direita, mas cujas raízes se estendem até o período colonial com todas as suas inúmeras consequências; dentre elas, a própria hegemonia e difusão de determinada imagem de país e determinado conceito de nação brasileira — visão essa que apresentamos nos primeiros capítulos do trabalho a partir da análise de obras clássicas do pensamento social (FREYRE, 1933/2006; HOLANDA, 1936/2014) e da história da literatura brasileira (VERÍSSIMO, 1916/1963; CANDIDO, 1959/2017), haja vista que entendemos a nação como uma narrativa construída por diferentes discursos (HOBSBAWN, 1990), atrelados à criação do Estado burguês e a serviço dos interesses dessa conjuntura (SAES, 1985). Perguntamo-nos, então, qual espaço a literatura contemporânea produzida nacionalmente ocupa nesse cenário, ou seja, se e como ela pode oferecer outras imagens e conceitos de Brasil, no qual caibam as narrativas que foram deixadas à margem por essa historiografia socioliterária hegemonicamente difundida. Para tanto, a pesquisa se volta a alguns autores que refletem sobre as narrativas contemporâneas e o mercado literário atual, com destaque para a definição da literatura brasileira contemporânea como um arquipélago (IZABEL, 2023), originada da poética da relação proposta por Édouard Glissant (2005; 2014; 2023). Nesse cenário, verificamos uma estratégia literária que traz ao texto aquilo que, historicamente, foi marginalizado ou silenciado; um recurso narrativo que enseja a presença da oralidade, que enfrenta a memória coletiva e alcança as memórias subterrâneas: a narrativa reticular. Por fim, analisamos o romance O som do rugido da onça (2021), de Micheliny Verunschk, e a novela “A dívida”, de Pedro Cesarino (2023), demonstrando como a reticularidade se apresenta nessas narrativas e, consequentemente, como elas dão à luz um Brasil outro: um Brasil no qual o descabimento pertence aos que sempre tiveram espaço garantido.
Descrição
Palavras-chave
literatura brasileira contemporânea , narrativa reticular , nação , pensamento social brasileiro , história da literatura brasileira