O dono do nada: valoração moral do homem-empresa e vivência temporal precarizada no capitalismo flexível-financeiro-informacional

dc.contributor.advisorRamos, Rosangela Patriota
dc.contributor.authorFranco Netto, Carlos Augusto Keffer
dc.date.accessioned2022-03-24T17:52:58Z
dc.date.available2022-03-24T17:52:58Z
dc.date.issued2022-02-17
dc.description.abstractEsta pesquisa investiga a estruturação de justificativas morais de engajamento social ao capitalismo flexível-financeiro-informacional através de estratos históricos que se superpõem e se renovam, bem como sua expressão em produção cinematográfica recente, estabelecendo a interdisciplinaridade entre filosofia, historiografia, sociologia e arte. Para esta investigação, analisamos o modelo de engajamento do empreendedor-de-si-mesmo, mobilizada por um conjunto de valores, o homo economicus senhor de suas potencialidades, sujeito racional de seu próprio interesse que busca maximizar seus investimentos em um ambiente de risco. Modelo de conduta lapidado a partir de conflitos sociais entre governantes e governados em 1968, encontrando em suas justificativas morais de engajamento social restos de valores de outras épocas, revistos e reeditados em novas roupagens. A promoção da obediência é investigada por meio de seus estratos históricos, revelando a relação primordial entre credores e devedores e seu processo secular de internalização psíquica. O desenvolvimento do individualismo, desde o cristianismo primitivo até sua emancipação enquanto categoria econômica, a partir do século XVII, bem como seu triunfo em nossa época, é também pesquisado, enquanto elemento-chave para a compreensão da subjetividade neoliberal. A crítica ao modelo de conduta do homo economicus com o advento da crise financeira de 2008 é analisada em confronto com a vivência temporal precarizada do empreendedor-de-si-mesmo, tal qual dramatizada no filme Sorry We Missed You do diretor britânico Kenneth Loach, revelando o empobrecimento da experiência temporal em um contexto de destruição de direitos trabalhistas, desregulação crescente, aumento de informalidade, trabalho intermitente e uso extensivo de dispositivos de controle tecnológico de performance. Trata-se de uma nova morfologia do trabalho marcada pela promoção permanente da insegurança e do medo que se traduz no encolhimento do espaço de experiências e horizonte de expectativas. Vivemos sob a crise da subjetividade neoliberal em que seus paradoxos têm sido amplificados. Esta pesquisa sugere a emergência da imagética empobrecida do ser humano calculista de suas dívidas e de sua própria miséria, sacrificado sob as garras do capital: o homo economicus precario, ou o dono do nada, nômade errante arremessado ao presente perpétuo em seu vazio existencial.pt_BR
dc.identifier.urihttps://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28883
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.publisherUniversidade Presbiteriana Mackenzie
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/*
dc.subjectcapitalismopt_BR
dc.subjectética do trabalhopt_BR
dc.subjectideologiapt_BR
dc.subjectsubjetividadept_BR
dc.subjectindividualismopt_BR
dc.subjectprecarizaçãopt_BR
dc.titleO dono do nada: valoração moral do homem-empresa e vivência temporal precarizada no capitalismo flexível-financeiro-informacionalpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
local.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/8434935867197930pt_BR
local.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/8812598844748804pt_BR
local.contributor.board1Santos, Sergio Ribeiro
local.contributor.board2Ramos, Alcides Freire
local.description.abstractenThis research seeks to investigate the structuring of moral justifications for social engagement in the flexible-financial-informational capitalism through historical strata that overlap and renew themselves, as well as its expression in the recent film production, establishing the interdisciplinarity between philosophy, historiography, sociology and art. For this investigation, we analyse the engagement model of the entrepreneur as mobilized by a set of ideas and values, the homo economicus lord of his potential, a rational subject of his own interest that seeks to maximize his investments in a risky environment. Model of conduct lapidated from social conflicts among rulers and ruled in 1968, finding its moral justifications for social engagement reminiscences of values from other times, revised and reedited. The promotion of obedience is investigated through its historical strata, revealing the primordial relationship between creditors and debtors and his secular process of psychic internalization. The development of individualism, from early Christianity until its emancipation as an economic category from the 17th century onwards, as well as its triumph in our time, is also investigated as a key-element to understanding neoliberal subjectivity. The critic to this ideal model under the financial crisis of 2008 seeks to be developed against the precarious temporal experience of the self-entrepreneur as dramatized in the film Sorry We Missed You by British director Kenneth Loach, revealing the impoverishment of the temporal experience in a contexto of destruction of labor rights, incrising dysregulation, spread informality, intermittent work and extensive use of technological performance control devices. It is a new morphology of work marked by the permanent promotion of insecurity and fear that translates into the shrinking of the space of experiences and horizon of expectations. We live under the crisis of neoliberal subjectivity, in which its paradoxes have been amplified. This research suggests the emergence of a impoverished imagery of the calculating man of his debts and of his own misery, sacrificed under the claws of capital: the homo economicus precario, or the owner of nothing, a wandering nomad thrust into the perpetual present in its existential emptiness.pt_BR
local.keywordscapitalismpt_BR
local.keywordswork ethics ideologypt_BR
local.keywordssubjectivitypt_BR
local.keywordsindividualismpt_BR
local.keywordsprecariounesspt_BR
local.publisher.countryBrasil
local.publisher.departmentCentro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)pt_BR
local.publisher.initialsUPM
local.publisher.programEducação, Arte e História da Culturapt_BR
local.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANASpt_BR
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
CARLOS AUGUSTO KEFFER FRANCO NETTO.pdf
Tamanho:
4.99 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Carlos Augusto Keffer Franco Netto
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.95 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: