Práxis jornalística de proximidade : experiência de ensino de jornalismo, cidade e cotidiano

dc.contributor.advisorAraujo, Paulo Roberto Monteiro de
dc.contributor.authorLopes, Marcelo José Abreu
dc.date.accessioned2023-12-06T12:29:08Z
dc.date.available2023-12-06T12:29:08Z
dc.date.issued2023-08-11
dc.description.abstractO jornalismo é muitas coisas: uma prática profissional, um acontecimento social, um espaço de poder, uma representação cultural, uma forma de expressão, uma forma de conhecimento, um lugar de mediação, entre outras coisas. Essas definições explicitam a interdisciplinaridade contida no jornalismo. Como prática profissional, ele desenvolve uma forma de pensar, de ver, de agir e de pronunciar o mundo que tende a cristalizar uma representação da vida cotidiana em suas várias temáticas. É o que chamamos de noticiabilidade, uma percepção e interpretação a priori das coisas que dá sentido aos acontecimentos. Por ser a priori, dizemos que o significado do que acontece já existe antes mesmo que aconteça. Por isso, o jornalismo é um poder cristalizador, um poder de predefinir o que as coisas são ou deixam de ser. O jornalista consciente desse processo, entretanto, busca uma epistemologia mais plural para mediar os protagonistas da vida cotidiana em torno do mundo em que vivem. Para tanto, é preciso aprofundar a capacidade dialógica desse profissional, pois só assim é possível buscar outros caminhos para além daqueles já estabelecidos pelos apriorismos, que já se tornaram habitus, seja por condicionamentos mecanicistas, pela atrofia das sensibilidades ou pela conveniência dos pequenos e grandes poderes proporcionados pelo status quo – ou um mix de tudo isso. A consciência desmistificadora, contudo, é um processo lento de construção, embora absolutamente necessário. A consciência é forjada na práxis, ou seja, na observação de nosso fazer, que nos inspira conceitos sobre nossos feitos, ao passo que permite questionarmos, sucessivamente, nossas façanhas e as ideias que temos delas, modificando-as. O que gera novos fazeres, novas ideias, novos questionamentos, novas transformações. Mas, assim como o jornalista, também o professor de jornalismo precisa se imbuir dessa práxis, mediando criticamente seus estudantes em torno da profissão e da realidade concreta com a qual trabalham. É aqui que encontramos um lugar em comum, onde a vida cotidiana acontece e onde a reportagem – expressão maior do jornalismo – manifesta sua potência mediadora, criativa e transformadora. Uns dizem que é o espaço local, do bairro, da cidade. Nós dizemos que é o espaço da proximidade. Esse é o lugar da vivência, do encontro do Eu com o Outro. Esse é o lugar onde todos somos alguma coisa; por isso, a tarefa aqui é fazermos as perguntas fundamentais. Quem somos? Quem poderíamos ser? São perguntas para a primeira pessoa do plural, pois só juntos se torna possível responder. Esse estar junto é o que move o aqui chamado jornalismo de proximidade. Esta tese é sobre uma experiência de práxis jornalística e de práxis docente a respeito dessa ideia, levada a cabo em um componente curricular voltado para o estudo da editoria de “cidade e cotidiano”, no curso de Jornalismo de uma universidade privada paulistana. De 2018 a 2022 – período de pandemia de covid-19 incluso – criamos e recriamos um roteiro de conteúdos e atividades – as trilhas de aprendizagem – com o objetivo de sensibilizar e conscientizar os aprendizes de jornalismo sobre as possibilidades da mediação social. Para tanto, adotamos a Aprendizagem Baseada em Projetos – no caso, a produção de livros digitais de reportagens sobre comunidades de interesse nos distritos da cidade de São Paulo – ao mesmo tempo em que analisávamos a nossa própria prática docente. A experiência revelou um profundo conflito entre a necessidade de busca de sentidos – não apriorísticos – para a vivência em um mundo onde se duvida da existência de algum sentido.
dc.description.sponsorshipIPM - Instituto Presbiteriano Mackenzie
dc.identifier.urihttps://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33746
dc.language.isopt_BR
dc.publisherUniversidade Presbiteriana Mackenzie
dc.subjectjornalismo de proximidade
dc.subjectcomunidades de interesse
dc.subjectcidade e cotidiano
dc.subjectpráxis jornalística
dc.subjectpráxis docente
dc.subjectensino de jornalismo
dc.titlePráxis jornalística de proximidade : experiência de ensino de jornalismo, cidade e cotidiano
dc.typeTese
local.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/9520043604080391
local.contributor.advisorOrcidhttps://orcid.org/0000-0001-7440-4399
local.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/2787206289599785
local.contributor.authorOrcidhttps://orcid.org/0000-0002-1449-9063
local.contributor.board1Vieira, Marili Moreira da Silva
local.contributor.board1Latteshttp://lattes.cnpq.br/3317058339527444
local.contributor.board1Orcidhttps://orcid.org/0000-0002-8472-8212
local.contributor.board2Batista, Cicélia Pincer
local.contributor.board2Latteshttp://lattes.cnpq.br/6646649310257629
local.contributor.board2Orcidhttps://orcid.org/0000-0002-4077-1905
local.contributor.board3Vasconcelos, Maria Lúcia Marcondes Carvalho
local.contributor.board3Latteshttp://lattes.cnpq.br/8867051797313548
local.contributor.board3Orcidhttps://orcid.org/0000-0002-8775-9436
local.contributor.board4Brito, Emerson Rodrigues de
local.contributor.board4Latteshttp://lattes.cnpq.br/4620603986296311
local.description.abstractenJournalism is many things: a professional practice, a social event, a space of power, a cultural representation, a form of expression, a form of knowledge, a place of mediation, among other things. These definitions make explicit the interdisciplinarity contained in journalism. As a professional practice, he develops a way of thinking, seeing, acting and pronouncing the world that tends to crystallize a representation of everyday life in its various themes. It is what we call newsworthiness, an a priori perception and interpretation of things that gives meaning to events. Because it is a priori, we say that the meaning of what happens already exists even before it happens. That is why journalism has a crystallizing power, a power to predefine what things are or are not. The journalist aware of this process, however, seeks a more plural epistemology to mediate the protagonists of everyday life around the world in which they live. To do so, it is necessary to deepen the dialogical capacity of this professional, because only then is it possible to seek other paths beyond those already established by the apriorisms, which have already become habitus, whether due to mechanistic conditioning, the atrophy of sensibilities or the convenience of small and large powers afforded by the status quo – or a mix of all of these. Demystifying awareness, however, is a slow process to build, albeit a necessary one. Consciousness is forged in praxis, that is, in the observation of our doings, which inspires us with concepts about our deeds, while allowing us to question, successively, our achievements and the ideas we have of them, modifying them. Which generates new actions, new ideas, new questions, new transformations. But, like the journalist, the journalism teacher also needs to imbue himself with this practice, critically mediating his students around the profession and the concrete reality with which they work. It is here that we find a common place, where everyday life takes place and where reporting – the greatest expression of journalism – manifests its mediating, creative and transforming power. Some say it is the local space, the neighborhood, the city. We say that it is the space of proximity. This is the place of experience, of the meeting of the Self with the Other. This is where we are all something; so the task here is to ask the fundamental questions. Who we are? Who could we be? These are questions for the first-person plural, as only together is it possible to answer. This being together is what drives the so-called proximity journalism. This thesis is about an experience of journalistic praxis and teaching praxis regarding this idea, carried out in a curricular component focused on the study of the “city and daily life” editorship, in the Journalism course of a private university in São Paulo. From 2018 to 2022 – the covid-19 pandemic period included – we created and recreated a script of content and activities – the learning trails – with the aim of raising awareness among journalism apprentices about the possibilities of social mediation. To this end, we adopted ProjectBased Learning – in this case, the production of digital books of reports on communities of interest in the districts of the city of São Paulo – while analyzing our own teaching practice. The experience revealed a deep conflict between the need to search for meanings – not a priori – for living in a world where there is doubt about the existence of any meaning.
local.keywordsproximity journalism
local.keywordscommunities of interest
local.keywordscity and daily life
local.keywordsjournalistic praxis
local.keywordsteaching praxis.
local.keywordsteaching journalism
local.publisher.countryBrasil
local.publisher.departmentCentro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)
local.publisher.initialsUPM
local.publisher.programEducação, Arte e História da Cultura
local.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
Marcelo José Abreu Lopes.pdf
Tamanho:
178.34 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
license.txt
Tamanho:
2.22 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: