Investigação dos hábitos intestinais de crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down e proposta de intervenção por meio de um protocolo fisioterapêutico em crianças até os três anos

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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2019-02-25
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Lando, Aline Abreu
Orientador
Assis, Silvana Maria Blascovi de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Salerno, Gisela Rosa Franco
Pozzi, Denise Campos
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
A função intestinal é um parâmetro amplamente avaliado e associado à boa manutenção da saúde e bem-estar dos indivíduos. Pessoas com deficiência intelectual possuem um aumento dos fatores de risco para desenvolver constipação intestinal, porém poucos trabalhos mostram alternativas para melhoria desta condição. Objetivo: Investigar os hábitos intestinais de crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down (SD) para identificação da prevalência de constipação intestinal e avaliar os efeitos da aplicação de um protocolo fisioterapêutico baseado no “Método Busquet” em crianças constipadas na faixa etária de maior prevalência, no caso, até os três anos incompletos. Método: Participaram 130 pessoas com SD, de ambos os sexos, com idade entre sete meses e cinquenta anos, atendidas em uma Instituição de apoio a pessoas com necessidades especiais em São Paulo. Foi aplicado um questionário sobre os hábitos intestinais, criado a partir dos Critérios de Roma IV, juntamente com as recomendações fornecidas pela Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO), pelas Associações de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica Norte-americana e Europeia (ESPGHAN e NASPGHAN), assim como a Escala de Bristol. Foi utilizado o Questionário de Capacidades e Dificuldades (Strengths and Difficulties Questionnaire - SDQ) para análise comportamental dos participantes. Na segunda etapa do estudo, constituída pela intervenção, participaram 13 crianças constipadas com idade entre sete meses e três anos incompletos, divididas em Grupo Intervenção (GI) com seis participantes e Grupo Controle (GC) com sete participantes. Na terceira fase do estudo ambos os grupos foram reavaliados pelo mesmo instrumento da fase inicial. Resultados: Os dados obtidos foram analisados de acordo com os grupos etários: G1 (0 a 35 meses), G2 (3 a 5 anos e 11 meses), G3 (6 a 11 anos e 11 meses), G4 (12 a 19 anos e 11 meses) e G5 (acima dos 20 anos). Dos 130 avaliados foi encontrado um total de 43 participantes constipados (33,1%), distribuídos respectivamente em 47,2%, 40%, 22,2%, 28,6%, 17,4% segundo os grupos, obtendo-se maior prevalência de constipação entre os participantes com idades inferiores, sem diferença significativa em função do sexo. Após a intervenção, a quantidade de critérios diagnósticos de constipação foi significativamente menor no GI do que no GC (p=0,051), dessa forma cinco dos seis participantes do GI foram reavaliados como não constipados. A análise dos problemas comportamentais demonstrou que os participantes com SD que apresentaram constipação atingiram maior quantidade de problemas de conduta (p=0,044), hiperatividade (p=0,048) e problemas totais (p=0,016) do que os não constipados. Discussão: Apesar da criação de diretrizes a respeito dos cuidados aos nascidos com SD, observa-se a falta de direcionamento e ênfase na avaliação dos hábitos intestinais. O tratamento precoce da constipação intestinal é essencial para prevenir complicações como incontinência fecal descrita em alguns casos, dor abdominal recorrente e infecção urinária. Conclusão: A execução de um protocolo de massagem abdominal baseada no Método Busquet, se mostrou eficiente para o tratamento da constipação na população estudada, no entanto esse recurso não tem feito parte das indicações terapêuticas, mesmo sendo uma técnica não invasiva, de baixo custo e fácil aplicação pelos cuidadores.
Descrição
Palavras-chave
constipação intestinal , Síndrome de Down , fisioterapia , massoterapia , gastroenterologia
Assuntos Scopus
Citação
LANDO, Aline Abreu. Investigação dos hábitos intestinais de crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down e proposta de intervenção por meio de um protocolo fisioterapêutico em crianças até os três anos. 2019. 82 f. Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.