O discurso da precarização do trabalho: manipulação e resistência.
dc.contributor.advisor | Bueno, Alexandre Marcelo | |
dc.contributor.author | Narciso , Juliana | |
dc.date.accessioned | 2023-04-12T13:57:19Z | |
dc.date.available | 2023-04-12T13:57:19Z | |
dc.date.issued | 2023-02-02 | |
dc.description.abstract | O número de entregadores motociclistas cresceu entre 2020 e 2021 meio à pandemia da covid-19, e sua atuação tornou-se tão indispensável quanto a necessidade do reconhecimento da profissão formal da categoria. Antes do advento dos aplicativos de entrega, muitos desses profissionais possuíam contrato de trabalho formalizado com estabelecimentos comerciais, tais como restaurantes e padarias; porém, o desemprego e a perspectiva de que trabalhar para um aplicativo confere ao indivíduo a ideia de autonomia e flexibilidade, ainda que sob condições precárias de trabalho como tempo excessivo em cima das motos, falta de subsídio para manutenção de equipamentos, ou mesmo a ausência de pontos para descanso e almoço, têm levado um número cada vez maior de trabalhadores à adesão de tal atividade. O IFood e as demais empresas de aplicativo, procuram engajar os trabalhadores seduzindo-os com a ideia mentirosa do empreendedorismo e da liberdade de se trabalhar sem patrão. Mas ao contrário disso, eles são supervisionados durante todo o tempo em que permanecem conectados ao aplicativo, e sancionados com o castigo do bloqueio toda vez que as empresas entendem que uma entrega não é cumprida. O trabalho precário e o desrespeito constante motivaram a criação do movimento “Entregadores Antifascistas”, que tem o objetivo de engajar os trabalhadores em uma luta consciente, desvelando, sobretudo, a falsa ideia do empreendedorismo. Liderado pelo entregador Paulo de Lima, o Galo de Luta, o movimento tem enfrentado a intimidação das empresas que se opõem a qualquer tipo de reivindicação. Nossa pesquisa mostrou-nos que a exploração neoliberal do Capitalismo de Plataforma ganhou força no auge da crise pandêmica da covid-19. As manifestações organizadas pelos Entregadores Antifascistas resultaram em algumas ações por parte das autoridades, como é o caso da criação da Lei 14.297/22, que trouxe medidas temporárias para assegurar proteção aos entregadores durante a vigência de emergência em saúde pública na pandemia de covid-19, e do Projeto de Lei 551/2020, que exige das empresas, entre outras medidas, a implementação de pontos de apoio para descanso do entregador durante o período de trabalho. No entanto, ficou também evidente em nossa pesquisa que, por mais que medidas protetoras sejam criadas, o engajamento das empresas em encontrar brechas para manter a exploração ativa parece infindável: criação de dark kitchens sem local adequado para a retirada de pedidos, livre gameficação do trabalho - promoções para obter “grana extra”- programadas para trabalhar o psicológico dos trabalhadores, infiltração de agentes contratados pelo IFood em greves organizadas pelos Entregadores Antifascistas para mudar foco de reivindicações e enfraquecer a liderança do Galo. Estes, entre outros, são alguns dos pontos levantados nessa pesquisa, e que nos fez entender a importância e a magnitude que o trabalho de conscientização feito pelo Galo à frente dos Entregadores Antifascistas tem para provocar mudanças no consolidado mundo capitalista. O objetivo desse trabalho é o de analisar a relação de manipulação e sansão das empresas de aplicativo IFood e Uber Eats para com os entregadores, e também o discurso de resistência do Galo de Luta a tais injustiças. Para isso, utilizamos enunciados extraídos dos sites das empresas, e de entrevistas concedidas pelo Galo à mídia online, analisando-os sob os princípios propostos pela Semiótica discursiva de Greimas. | pt_BR |
dc.description.sponsorship | CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/32229 | |
dc.language.iso | pt_BR | pt_BR |
dc.publisher | Universidade Presbiteriana Mackenzie | |
dc.rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil | * |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ | * |
dc.subject | entregadores antifascistas | pt_BR |
dc.subject | aplicativos de entrega | pt_BR |
dc.subject | semiótica e o discurso da precarização do trabalho | pt_BR |
dc.title | O discurso da precarização do trabalho: manipulação e resistência. | pt_BR |
dc.type | Dissertação | pt_BR |
local.contributor.advisorLattes | http://lattes.cnpq.br/4102309176261051 | pt_BR |
local.contributor.authorLattes | http://lattes.cnpq.br/0077224111219072 | pt_BR |
local.contributor.board1 | Hilgert , José Gaston | |
local.contributor.board2 | Fulaneti , Oriana de Nadai | |
local.description.abstracten | Since lockdown protection efforts were adopted in Brasil to contain the spread of the coronavirus outbreak, the number of motorized two-wheeler delivery drivers has increased on streets between the years of 20 and 21. The work of those professionals has become so essential for delivering-meal and courier services as the need of their formal professional recognition. Before delivery platforms companies’ reaching the market, many motorized two-wheeler delivery drivers used to keep formalized employment contract with restaurants, among others. In spite of being exposed to precarious working conditions such as long-hour riding on motorcycles, lack of subsidy to keep their equipment, the unemployment and the perspective of working for delivery apps that propose the idea of autonomy and flexibility even so have been attracting a growing number of new “delivery people”, as some companies are used to naming the work people. IFood company and the other app delivery companies try to seduce work-people with the lying idea of becoming an entrepreneur and working with flexibility while joining them. However, the truth is the opposite as our research could conclude: they are supervised by the apps the whole time they keep connected to the platform, and they are blocked by the apps every time they understand the contract is not being fulfilled by the drivers. The precariousness and constant disrespect led these work-people to create a movement called “Antifascist Deliverers”, whose aim is engaging the two-wheeler delivery drivers to a conscious struggle for rights, unveiling the misleading entrepreneurship’s idea that has being disclosed by companies to attract new workers. The Antifascist Deliverers’ movement has been facing the intimidation from companies – which oppose any claim to rights – and it is led by the delivery man Paulo de Lima, who used to work to some apps and is known under the nickname “Galo de Luta”. This research made us conclude that the neoliberal exploitation of Platform Capitalism became more evident during covid-9 pandemic. The claims organized by the Antifascist Deliverers led the authorities take some actions like the creation of the Law 14.297/22, which assured the workers some protection along the duration of the public health emergency in the covid-19 pandemic; and also the Bill 551/2020, which demanded from companies some actions like the availability of support points to enable the workers rest during the work time. Nonetheless, our research led us also to understand that companies have been trying strategies to keep active the exploitation of work, as if the creation of the dark kitchens - which doesn’t offer an adequate space for the workers during the waiting time for meals to be delivered -; the gamification of work - a strategy that manipulates the psychological of workers, to make them remain connected to the app for a longer time in search of getting some extra money; as well as the strategy of infiltrating agents - hired by IFood - in strikes organized by Antifascist Deliverers, in order to change the focus of claims and weaken Galo’s leadership. This paper aims to analyze the control and sanction relationship between IFood and Uber Eats companies and the delivery workers, as well as Galo’s resistance speech to their injustices. The corpus used are the discourse found on institutional websites of those companies, and also on interviews of Galo in the online media. This analysis is based on the principles proposed by the discursive Semiotics of Greimas. | pt_BR |
local.keywords | semiotics and the discourse of precarious work | pt_BR |
local.keywords | antifascist deliverers | pt_BR |
local.keywords | delivery app companies | pt_BR |
local.publisher.country | Brasil | |
local.publisher.department | Centro de Comunicação e Letras (CCL) | pt_BR |
local.publisher.initials | UPM | |
local.publisher.program | Letras | pt_BR |
local.subject.cnpq | CNPQ: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRAS | pt_BR |
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