Avaliação das alterações comportamentais de ratas fêmeas para o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2025-02-17
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Castro, Alice Loureto
Orientador
Ribeiro, Miriam de Oliveira
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Ricci, Esther Lopes
Kirsten , Thiago Berti
Kirsten , Thiago Berti
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits na comunicação e interação social, comportamentos estereotipados e interesses restritivos. Diversos estudos sugerem que existem maiores dificuldades em diagnosticar TEA em meninas, pois elas apresentam um comportamento designado como camuflagem que simula a socialização independente de idade e quociente de inteligência. Além disso, exibem comportamentos repetitivos e interesses restritos em assuntos mais populares, tais como animais, celebridades e livros podendo passar despercebidos nos testes e favorecendo o diagnóstico tardio da doença em meninas. Sendo assim, a hipótese que orientouesse estudo é a de que fêmeas, cujas mães foram submetidas à infecção por lipopolissacarídeo (LPS) durante a gravidez, exibem alterações comportamentais compatíveis com modelo de TEA. Para testar a nossa hipótese, estudamos o comportamento, aos 30 e 60 dias de idade, da prole feminina de ratas da linhagem Wistar grávidas que receberam LPS (100μg/kg P.C) no dia 9,5 de gestação, um modelo animal para TEA já estabelecido na literatura. Buscando compreender quais mecanismos estariam subjacentes às alterações comportamentais observada nas ratas LPS, medimos a expressão do gene que codifica a interleucina-1 beta (IL-1β) e o gene do receptor da ocitocina (OXTR). Ratas grávidas receberam salina (100μl) no dia 9,5 e sua prole foi estudada como grupo controle. Aos 30 dias, os animais LPS exibiram atividade locomotora no aparato do campo aberto semelhante aos controles. No teste de reconhecimento social houve redução na discriminação social, mas não na sociabilidade dos animais LPS quando comparados aos controles. Aos 60 dias, os animais LPS exibiram atividade locomotora semelhante aos controles no teste de campo aberto, mas redução tanto na sociabilidade quanto na discriminação social no teste de reconhecimento social. No entanto, a atividade locomotora dos animais LPS quando na presença de outros animais no aparato de reconhecimento social foi significativamente reduzida, aos 30 e 60 dias, quando comparado aos animais controles. A medida da expressão gênica mostrou aumento da IL-6 e do OXTR. Os dados obtidos mostram que as fêmeas apresentaram alterações na interação social compatíveis com os sintomas de TEA comportamento, particularmente na interação com animais co-específicos que podem estar associados à alterações no sistema ocitocinérgico.
Descrição
Palavras-chave
Sociabilidade , TEA em mulheres , Ocitocina , Neuroinflamação