Como se manifesta o capacitismo no Brasil? Reflexões sobre esse fenômeno em diferentes amostras brasileiras

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Tipo
Tese
Data de publicação
2024-06-13
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Ronca, Roberta Pasqualucci
Orientador
Assis, Silvana Maria Blascovi de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Vianna, Denise Loureiro
Dantino, Maria Eloisa Fama
Serpa, Alexandre Luiz de Oliveira
Pozzi, Denise Campos
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
O preconceito frente às pessoas com deficiência (PcDs) é uma realidade global, apesar de haver cerca de um bilhão de pessoas no mundo com alguma deficiência. O capacitismo, termo que denota esse preconceito, surge com maior destaque para expressar algo muito presente na sociedade, o preconceito e exclusão de PcDs. Para medir as atitudes explícitas frente às PcDs foi elaborada, nos Estados Unidos, uma Escala de Capacitismo Simbólico (ECS). Objetivos: Investigar como se manifesta o capacitismo simbólico na população brasileira a partir da tradução e adaptação transcultural da ECS. Verificar as propriedades psicométricas e evidências de validade do instrumento e a influência de variáveis como a idade, nível de escolaridade e orientação política. Método: Estudo exploratório, transversal, descritivo e comparativo, dividido em duas etapas. A primeira consistiu na tradução, adaptação transcultural e propriedades psicométricas da ECS. A segunda envolveu a aplicação da escala em uma amostra de 383 participantes, incluindo PcDs e/ou seus pais e cuidadores, pessoas da comunidade sem deficiência e profissionais da saúde e educação. Responderam também ao critério de classificação econômica Brasil, uma ficha com dados sociodemográficos e uma pergunta aberta sobre definição de deficiência. Os dados foram tratados por análises estatísticas para investigar as propriedades psicométricas e estrutura interna da escala; foram realizadas análises descritivas e os testes de Kruskal-Wallis e T de Student para as demais variáveis analisadas e geradas nuvens de palavras para a pergunta aberta. Resultados: A ECS, adaptada para o português brasileiro, apresentou uma estrutura diferente da escala original, com 8 itens e 2 fatores, Individualismo e Reconhecimento da discriminação contínua. A maioria dos participantes era do sexo feminino com idade entre 18 e 79 anos. O nível socioeconômico predominante foi das classes mais altas, 70% se autodeclararam da raça branca e metade dos participantes se autointitularam como de centro na orientação política. Os três grupos apresentaram níveis leves de capacitismo simbólico, sem diferenças significativas. No entanto, os resultados mostraram que PcDs e/ou seus pais e cuidadores foram menos capacitistas em relação ao fator Individualismo, enquanto profissionais da saúde e educação foram menos capacitistas no fator Reconhecimento da discriminação contínua. Para o fator Individualismo, há maior capacitismo entre os mais jovens e os mais escolarizados, enquanto para o fator Reconhecimento da discriminação, o capacitismo é maior entre os mais velhos e menos escolarizados. Pessoas que se autointitularam de direita, apresentaram maior capacitismo simbólico. A palavra para definir deficiência que mais apareceu foi limitação. Conclusão: A ECS adaptada para o português brasileiro, apesar de ter uma estrutura diferente da escala original, é válida, confiável e de fácil e rápida aplicação e pode ser aplicada para mensurar as atitudes explícitas frente à deficiência. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos da amostra estudada, sendo classificados com capacitismo simbólico leve. Porém, houve variações em relação aos fatores da escala de acordo com características dos participantes. Em relação a definição de deficiência, a palavra que mais apareceu demonstra uma atitude capacitista em relação a essa população, uma vez que associa a deficiência com limitação.
Descrição
Palavras-chave
capacitismo , discriminação social , inclusão social , pessoa com deficiência , preconceito
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