Arquitetura como protagonista no mundo em colapso

Carregando...
Imagem de Miniatura
Tipo
Tese
Data de publicação
2023-05-04
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Loeb, Rodrigo Mindlin
Orientador
Lima, Ana Gabriela Godinho
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Martins, Patrícia Pereira
Fehr, Lucas
Lima, Catharina Pinheiro Cordeiro dos Santos
Programa
Arquitetura e Urbanismo
Resumo
Vivemos tempos extremos que apresentam grandes desafios socioam bientais, em um cenário no qual a humanidade se depara com a iminência de um colapso dos sistemas de sustentação da vida. Constatamos a condição de extrema iniquidade e concentração de riqueza, consequência da implementação de um paradigma dominante, essencialmente extrativista, apoiado no colonialismo, na escravidão e no genocídio. Neste contexto, o valor da arquitetura está em xeque, uma vez que é, ao mesmo, tempo protagonista na promoção do desgaste e explo ração socioambiental, e potencialmente agente de reversão do quadro da crise atual através de vislumbres de um pluriverso de paradigmas outros e múltiplos, interconectados. A ideia do antropoceno como período em que a humanidade foi submetida a paradigma estabelecido e implementado por um grupo minoritário que ocupava a região da Europa Ocidental, a partir da revolução científica entre os séculos XVI e XVII, reduz a realidade a um modelo racional, simplificador e excludente que considera a natureza fonte inesgotável de recursos para livre apropriação. A força desta revolução e da expansão ultramarina, levou a atividade humana a atingir uma escala e amplitude de ação capaz de gerar transformações na biosfera como nunca antes desde a sua gênese. Com a hipótese de que a arquitetura se tornou predominantemente instrumento servil desse processo de dominação e destrui ção em massa, submissa à lógica do capitaloceno, este trabalho sustenta que é necessária uma ruptura radical com esse paradigma, reconectando este campo do conhecimento e ação com seu sentido legítimo e ancestral. O objetivo desta tese é propor um olhar para a condição contemporânea e questionar o paradigma dominante vigente e sua crise compreendendo que, se a arquitetura é protagonista nos impactos que constituem a trajetória do colapso mundial, ela pode também ser protagonista na construção de alternativas sistêmi cas. A discussão está estruturada em três partes, cada uma com arcos temporais e escalas distintas. Na primeira parte são apresentadas reflexões e questionamen tos com o campo da arquitetura no centro do debate a partir de uma perspectiva socioambiental, adotando o marco temporal de início do antropoceno o ano de 1610; na segunda parte, discutimos de que maneira a construção civil, através dos processos de industrialização e inovação tecnológica submeteu a arquitetura e o desenho da cidade a seus interesses a partir da revolução industrial; na terceira parte, a questão é reconhecer os vislumbres de alternativas que têm emergido em práticas colaborativas nas periferias globais. O caminho percorrido auxiliou no processo de identificar e visibilizar demandas urgentes. Finalmente evidencia a necessidade de adotarmos novos ca minhos e paradigmas para a arquitetura através de alternativas pluriversas para possibilidades de reversão, recuperação, regeneração e restauração socioambien tal da trajetória de colapso do mundo.
Descrição
Palavras-chave
antropoceno , colapso socioambiental , arquitetura , sustentabilidade , pluriverso
Assuntos Scopus
Citação