Um narrador e sua criatura: uma leitura do duplo em Um sopro de vida, de Clarice Lispector
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Tipo
Tese
Data de publicação
2015-02-27
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Ivan, Maria Eloísa de Souza
Orientador
Atik, Maria Luiza Guarnieri
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Trevisan, Ana Lúcia
Passos, Cleusa Rios Pinheiro
Amaral, Glória Carneiro do
Baldan, Maria de Lourdes Ortiz Gandini
Passos, Cleusa Rios Pinheiro
Amaral, Glória Carneiro do
Baldan, Maria de Lourdes Ortiz Gandini
Programa
Letras
Resumo
Iniciado em 1974, o livro póstumo Um sopro de vida (pulsações), de Clarice Lispector, vem a público em 1978. Escrito ―em agonia‖ (Borelli, 1981), a obra retoma a densidade introspectiva que caracteriza a escrita clariceana, repete o paradoxo existencial vida e morte tão recorrente em sua obra, revela-se como obra de princípio e fim, uno e múltiplo, enfim, nos guia por vários caminhos conhecidos, ou pouco explorados. Reconhecendo que leitura envolve relação empática e motivada a continuar a pesquisa de mestrado, também acerca da obra clariceana, senti-me provocada a enfrentar a leitura de obra tão densa e buscar esses caminhos ainda pouco trilhados. Assim, neste projeto, retomamos aspectos os quais não foram explorados na nossa pesquisa de mestrado por não fazerem parte dos objetivos daquele trabalho, mas que foram percebidos como relevantes para um estudo posterior. Dentre esses aspectos, citamos a manifestação do duplo como elemento estruturante da narrativa Um sopro de vida (pulsações),1978, escolhida como corpus desta pesquisa. A temática do duplo sempre esteve presente na cultura ocidental, variando de acordo com o momento histórico. Renovado na modernidade, o mito do duplo também revela o homem estilhaçado, tendo como uma de suas possíveis representações a cisão do Eu em um ―ego‖ e um ―alter ego‖. Para melhor entendermos a relação do duplo com a obra, podemos dizer que muitos séculos separam a lenda grega, contada por Aristófanes, do livro Um sopro de vida (pulsações), de Clarice Lispector. A lenda procura explicar a necessidade do ser humano de buscar eternamente a metade que o completa; a obra clariceana materializa, entre outros, o questionamento do homem em busca de si mesmo, refletindo acerca do ―quem sou eu?‖ ―quem é o outro?‖ Desse modo, compõem os objetivos específicos deste estudo descrever e analisar a figura do narrador-Autor, estabelecendo-se um contraponto entre narrador-Autor/Ângela Pralini, observando-se o processo de construção da personagem como imagem que se constitui ―pelo‖ outro; também é nosso propósito investigar e analisar os efeitos de sentido discursivos que recobrem as imagens de Deus, do vós, do espelho e da morte em relação ao narrador-Autor e Ângela Pralini. Orientando-nos, então, pelas reflexões de Rank, Clément Rosset, Bravo, Bakhtin, entre outros, a pesquisa que aqui se apresenta propõe, como questionamento, investigar de que modo a imagem do duplo se materializa como um elemento estruturante da narrativa clariceana, mais especificamente em Um sopro de vida (pulsações), e em que medida esse recurso discursivo se manifesta no contraponto narrador-Autor/Ângela Pralini, seu duplo, investigando também como esse narrador se manifesta nas oscilações de pessoa, na ampliação da função de narrar, nas escolhas vocabulares, no viés adotado: quem é o duplo de quem?
Descrição
Palavras-chave
Temática do duplo , Alteridade , Um sopro de vida , Lispector, Clarice , Theme of the double , Otherness , Um sopro de vida , Breath of Life
Assuntos Scopus
Citação
IVAN, Maria Eloísa de Souza. Um narrador e sua criatura: uma leitura do duplo em Um sopro de vida, de Clarice Lispector. 2015. 157 f. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.