Perfil de segurança da vacina contra o vírus Sars-Cov-2 em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico

Tipo
TCC
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Alencar, Bianca Lins
Busato, Valentina
Orientador
Skare, Thelma Larocca
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Programa
Resumo
INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus Sars-CoV-2 apresenta quadros clínicos variáveis, podendo ser muito mais grave em indivíduos integrantes dos grupos de risco, como os pacientes com doenças auto-imunes como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), que por conta disso foram priorizados durante as campanhas vacinais contra a COVID-19. Entretanto, pacientes lúpicos possuem algumas particularidades com relação à imunização contra patógenos comuns. A administração de vacinas em geral pode gerar a ativação (flare) da doença, assim como a resposta imunológica a esta vacina pode estar prejudicada, comprometendo a sua capacidade de defesa. Assim, o estudo da segurança no uso de imunógenos recentemente desenvolvidos em portadores da patologia em questão é de grande relevância, pois permite a seguridade da aplicação e incentiva a adesão à imunização. OBJETIVOS: Avaliar o perfil de biossegurança da vacina contra o vírus Sars-CoV-2 em pacientes com lúpus, analisando a ativação da doença após a imunização. METODOLOGIA: Estudo longitudinal retrospectivo realizado com 101 pacientes portadores de LES que receberam a vacina contra o vírus Sars-CoV-2 e que fazem acompanhamento no ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM). Foram coletados nos prontuários dados epidemiológicos, medicamentos em uso, comorbidades presentes, a vacina que o paciente recebeu (Coronavac, Pfizer ou AstraZeneca), índice SELENA-SLEDAI previamente e após a segunda dose do imunógeno, sendo esse intervalo de em média 12 meses. Ainda, foi aplicado um questionário sobre os efeitos colaterais da vacina, receio de vacinar e a percepção dos pacientes acerca das alterações na atividade do LES após a imunização. RESULTADOS: A amostra contemplou 101 pacientes, sendo 92 mulheres majoritariamente brancas (79,2%) e com média de 43 anos. Dentre as comorbidades evidenciadas, a mais frequente foi hipertensão arterial sistêmica e os medicamentos de uso contínuo mais utilizados para tratamento do LES foram os antimaláricos, mofetil micofenolato e corticoides. Com relação aos fabricantes das vacinas contra o vírus Sars-CoV-2, os pacientes receberam imunógenos da Astrazeneca (48%), Pfizer (43%) e Coronavac (9%), sendo considerados apenas aqueles que receberam as duas doses iniciais da mesma marca. Ao analisar a autopercepção dos pacientes com relação a doença e a imunização, 36% destes relataram insegurança de serem vacinados e 10% relataram ter percebido ativação do LES após a vacinação. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram dor no local da aplicação (n=63), cefaleia (n=37) e fadiga (n=35), majoritariamente de leve intensidade. Ao confrontar os valores do SELENA-SLEDAI previamente e após a imunização, não se evidenciou diferença significativa na comparação das medianas. Entretanto, ao avaliar a variação deste parâmetro de acordo com a marca do imunógeno, observou-se uma redução no SELENA-SLEDAI daqueles que receberam imunógeno da Pfizer (p<0,05). Entretanto, tal fato isolado não pode ser atribuído a imunização, já que o lúpus tem períodos de ativação e remissão e alguns dos pacientes sofreram intercorrências durante esse meio tempo. CONCLUSÃO: Corroborando com dados já publicados em estudos prévios, a vacina contra a COVID-19 se mostrou segura em pacientes com LES e não acarretou ativação da doença.
Descrição
Palavras-chave
lúpus eritematoso sistêmico , vacinas contra covid-19
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