A construção do significado figurativo em livros ilustrados destinados ao público infantil

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Tipo
Tese
Data de publicação
2021-05-06
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Melo, Elise Nakladal de Mascarenhas
Orientador
Neves, Maria Helena de Moura
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Hilgert, José Gaston
Lajolo, Marisa Philbert
Coneglian, André Vinícius Lopes
Módolo, Marcelo
Programa
Letras
Resumo
No contexto do Cognitivismo, a Teoria da Metáfora Conceptual (TMC) concebe o fenômeno da metáfora em termos de um mapeamento tanto múltiplo quanto unidirecional entre um domínio fonte (experiência concreta) e um domínio alvo (experiência abstrata). De um modo geral, essa proposta enfraqueceu a visão tradicional de que a metáfora linguística é uma espécie de comparação elíptica, e, consequentemente, de que a metáfora e o símile manifestam o mesmo fenômeno de similaridade, sendo diferenciados apenas pelas formas (X é Y) e (X é como Y), respectivamente. Estudos subsequentes revelaram, ainda, que, tal como a metáfora conceptual, o símile consiste em um mapeamento unidirecional entre um domínio fonte e um domínio alvo, que, no entanto, não é múltiplo, mas limitado. Tendo em vista esses apontamentos, este trabalho investiga, no português do Brasil, a expressão linguística da metáfora e do símile. O córpus de análise compreende ocorrências de metáforas linguísticas e de símiles em livros ilustrados destinados a crianças de diferentes faixas etárias. Nesse sentido, põe-se sob exame não apenas o texto verbal, mas, ainda, o texto imagético. A moldura teórico metodológica consiste em uma articulação entre o Funcionalismo, a Gramática Cognitiva, a Gramática de Construções e a Semântica de Frames. Consideram-se, ainda, estudos referentes à intermidialidade, que possibilitam o exame do texto verbal e do texto imagético, em interface. A partir dos resultados obtidos, confirmou-se a hipótese de que o fato de os livros ilustrados serem originariamente destinados ao público infantil deverá implicar particularidades no que se refere às construções gramaticais pelas quais os significados da metáfora e do símile são linguisticamente instanciados, que são motivadas tanto pela faixa etária do leitor quanto pelo papel das ilustrações que acompanham esses textos. Para o material de pesquisa, a discussão desses resultados sugere que: (a) a predominância de sentenças declarativas estabelece o cenário interativo entre o autor do livro ilustrado e o público estimado como, essencialmente, aquele de “troca de informações”; (b) as metáfora conceptuais subjacentes às metáforas linguísticas identificadas são, majoritariamente, ontológicas e convencionais, o que está em conformidade com o fato de que os livros ilustrados são originariamente destinados a crianças; (c) em uma construção gramatical, enquanto o elemento dependente tende a evocar o domínio fonte de uma metáfora conceptual, o elemento autônomo tende a evocar o domínio alvo, tal como proposto por Sullivan (2013, 2016); (d) os símiles identificados apresentam, invariavelmente, duas entidades comparadas, um marcador de comparação (tertium), e, no máximo, dois atributos que possibilitam o estabelecimento de uma comparação figurativa entre essas duas entidades, concebidas como incomparáveis; (e) os símiles identificados desempenham, exclusivamente, uma função descritiva, relacionando-se, em geral, ao primeiro plano da narrativa; e (f) o texto imagético complementa o texto verbal, na medida em que estimula uma relação de proximidade e de intimidade entre o autor, o ilustrador e as personagens da narrativa e o público estimado.
Descrição
Palavras-chave
metáfora conceptual , símile , linguagem figurativa , construção gramatical , livro ilustrado , intermidialidade
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