A imagem especular e o autorretrato nas relações dialógicas em Narciso e Dorian Gray
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Tipo
Tese
Data de publicação
2021-02-12
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Cardoso, Diogo Souza
Orientador
Alvarez, Aurora Gedra Ruiz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Mattos, Cristine Fickelscherer de
Santos, Gerson Tenório dos
Santos, Elaine Cristina Prado dos
Andrade, Carlos Augusto Baptista de
Santos, Gerson Tenório dos
Santos, Elaine Cristina Prado dos
Andrade, Carlos Augusto Baptista de
Programa
Letras
Resumo
Esta tese propõe refletir e analisar as relações dialógicas entre os personagens Narciso e Dorian Gray, considerando a natureza distinta de cada um, Narciso é um personagem mítico, enquanto Dorian Gray é um personagem literário. Essa diferença exige um tratamento específico que reflita o processo discursivo dos personagens dentro de suas características próprias. Nas relações dialógicas, examinam-se, aqui, as transposições dos personagens verbais Narciso, de Ovídio ([circa ano 8 d.C.] 2017), e Dorian Gray, de Oscar Wilde ([1890] 2014), para o campo das artes visuais, particularmente, para as seguintes obras: a pintura Narciso (1599-1600), de Caravaggio; o cartum intitulado Narcissus takes a selfie (2014), de Andy Singer; a tela The picture of Dorian Gray (1943-1944), de Ivan Albright e a pintura El retrato de Dorian Gray (1979), de Eduardo Solá Franco. E analisam-se as relações entre os próprios textos verbais, o de Ovído ([circa ano 8 d.C.] 2017) e o de Oscar Wilde ([1890] 2014). Esta tese mostra como, tanto em Narciso quanto em Dorian Gray, o espelhamento e o autorretrato são elementos essenciais para a construção de efeitos de sentidos identitários nesses personagens ligados pelo fio condutor da alteridade. Procura-se desbravar a imagem do eu, defendendo a autorrepresentação como um outro-para-si. Esta investigação, que possui como metodologia o estudo comparativo entre as obras que compõem o corpus, tem como principal embasamento teórico a filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin e o Círculo (2011, 2014, 2015), por seguir a ideia de dialogia ao buscar as relações interdiscursivas entre personagens em mídias verbais e visuais. Além do filósofo russo, outros autores figuram como base teórica, são eles: Mircea Eliade (1992, 1998, 2018) e Junito de Souza Brandão (2004), para tratar dos estudos sobre o mito, e os conceitos de Antonio Candido (2011) e Octavio Paz (1984), para analisar as características do romanesco. E, para discutir as artes visuais que integram o corpus, vêm à tona aproximações filosóficas com os postulados de Jean-Paul Sartre (2008) a respeito do conceito de coisa e de imagem, e as obras de Wassily Kandinsky (1997) e de Donis Dondis (2007), para a análise da sintaxe das imagens.
Descrição
Palavras-chave
Narciso , Dorian Gray , mito , literatura , dialogismo