Perfil epidemiológico dos pacientes em tratamento em um centro de atenção psicossocial do município de Curitiba - PR

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Tipo
TCC
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Kremer, Leonardo Ruschel
Ferreira, Luasle
Orientador
Adachi, Flávia Vernizi
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Programa
Resumo
Introdução: A prevalência dos transtornos mentais é elevada, sendo que mais da metade dos atendimentos feitos na Atenção Primária à Saúde são destinados aos problemas de saúde mental, representando um sério problema para a saúde pública. Na atenção voltada aos pacientes que apresentam quadros psiquiátricos severos e persistentes, incluindo os decorrentes do uso de álcool e outras drogas, encontram-se os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), responsáveis por promover um cuidado especializado, favorecendo o exercício da cidadania e fortalecimento dos laços sociais do usuário em seu território. Objetivos: Levantar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos nos CAPS do município de Curitiba, no Paraná, levando em conta as condições socioeconômicas, as características clínicas, bem como a atuação multiprofissional e intersetorial do serviço em questão para o tratamento desses pacientes. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo de desenho transversal analisando-se os dados dos prontuários médicos dos pacientes atendidos nesse serviço entre o período de janeiro a junho de 2022, Resultados: Para esse levantamento, 73 prontuários foram selecionados de maneira aleatória, dentre os quais, 42 (57,53%) eram do sexo feminino e 31 (42,47%) do sexo masculino, com predominância de usuários com a idade de 20 a 39 anos (63%), sendo a maioria da raça branca (72,6%). De todas essas amostras, 41,10% eram pacientes solteiros, ou divorciados (31,50%), dos quais 39 (60,3%) eram desempregados. Em relação a escolaridade, mais da metade, 50,7%, não tinham o ensino médio completo. Dentre os fatores de vulnerabilidade levantados, o isolamento social (49,30%), a presença de conflitos familiares (37%), e a presença de histórico de abuso (34,20%) foram os dados mais relevantes. O histórico familiar de transtornos mentais e/ou de dependência química era presente em 43,8% dos pacientes avaliados. Sendo que o diagnóstico mais encontrado foi o de transtornos mentais e comportamentais por uso de substância psicoativa. Esses pacientes foram encaminhados, em sua maioria, pela Unidade Básica de Saúde (UBS), 33 (50,8%), com a primeira demanda mais prevalente de dependência química 30 (41,10%), seguido por síndromes depressivas 27,40%. Sobre o tratamento despendido a esses pacientes, os fármacos mais utilizados foram a fluoxetina (42,5%), e a clorpramazina (30,1%). Ainda, observou-se ampla participação da equipe multiprofissional disponível no CAPS, com atuação de todas as especialidades na grande maioria dos pacientes. Conclusão: O perfil predominante foi de um paciente do sexo feminino, entre 20-39 anos, da raça branca, desempregada, com presença de fatores importantes de vulnerabilidade socioeconômicas, com alta demanda por síndromes ansiosas e depressão, histórico familiar positivo para doença psiquiátrica, sendo o tratamento realizado com medicamentos da classe dos antidepressivos. Esse levantamento demonstrou a complexidade inerente aos quadros clínicos apresentados. Portanto, o CAPS se validou como um serviço de abordagem integral, multifatorial e interdisciplinar para promoção, tratamento e reabilitação, oferecendo um acesso facilitado e eficaz ao usuário com transtorno mental de maior gravidade e complexidade, articulando-se inclusive de maneira intersetorial com outras políticas, de modo a oferecer a essa população a inclusão na sociedade, através de um processo de construção da cidadania e dos exercícios plenos dos seus direitos.
Descrição
Palavras-chave
transtornos mentais , centros de atenção pisicossocial , perfil epidemiológico
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