A semiótica do compartilhamento do conhecimento tácito em uma organização cooperativa: uma perspectiva integradora
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Tipo
Tese
Data de publicação
2010-11-22
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Miguel, Lilian Aparecida Pasquini
Orientador
Popadiuk, Silvio
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Meirelles, Dimária Silva e
Godoy, Arilda Schmidt
Saiani, Cláudio
Godoy, Arilda Schmidt
Saiani, Cláudio
Programa
Administração de Empresas
Resumo
Este estudo de caso, orientado pela vertente de Merriam (1998) foi realizado com o intuito de compreender como os signos se manifestam como mediadores no compartilhamento do conhecimento tácito entre os membros de uma organização cooperativa, a partir da articulação teórica entre: (a) os princípios postulados por Polanyi (1962; 1966) sobre o conhecimento tácito, cuja visão defende a inefabilidade desse tipo de conhecimento, (b) a teoria semiótica de Peirce ([1931-1958], 2000), para quem os signos são uma representação de "algo para alguém" (p.46), implicando que tudo no mundo é signo, e (c) o tratado sobre a Sociologia do Conhecimento, de Berger e Luckmann (1996), propondo uma realidade produzida em nossa vida cotidiana, em nossa interação social, o que se articula com (d) a visão integracionista do interacionismo simbólico de Charon (2009). Como empresa-caso foi estudada uma organização privada cooperativa, cujos dados primários foram coletados por meio de entrevistas, observações participativas, produção de imagens paradas e imagens em movimento, e dados secundários, documentos fornecidos pela organização pesquisada, ou seja o organograma funcional, dados demográficos de seus membros, informações contidas em seu site, e em prospectos institucionais. A diversidade de dados demandou uma articulação de métodos e técnicas de análise, inspirados nos protocolos metodológicos da Grounded Theory, proposta por Charmaz (2006), na Análise Semiótica, proposta por Santaella (2002), nas propostas de Análises de Imagens Paradas, de Penn (2008) e de Imagens em Movimento, de Rose (2008), e Análise de Áudio, de Bauer (2008), para os dados qualitativos, e a aplicação da técnica estatística de Análise Descritiva Simples, com base em Barbetta (2002) para os dados quantitativos. O esforço de organização e análise dos dados envolveu a utilizado o software NVivo8. Aportes teóricos adicionais foram incorporados durante o processo de análise e interpretação de dados, visando à contextualização do conteúdo sígnico identificado na organização pesquisada, analisada pelo olhar semiótico como uma instituição, que apresentou uma predominância sígnica representativa do conhecimento tácito existente, pertinente aos contextos históricos sociais, em que seus membros viveram durante a maior parte de suas vidas, cujos conteúdos são apresentados de forma resumida, visando localizar o leitor na análise. Este estudo apresenta três contribuições significativas. A primeira diz respeito à sua articulação teórica, que propõe um processo de percepção semiótico do compartilhamento do conhecimento tácito. Tal proposta pode ser corroborada por meio das análises do estudo de campo, dando origem, como segunda contribuição, a um modelo teórico, que permite avaliar a evolução organizacional baseada no compartilhamento do conhecimento tácito, e questionar modelos que não considerem questões histórico-sociais relacionadas. A terceira contribuição foi possibilitada pela articulação metodológica utilizada, e relaciona-se com o posicionamento assumido neste estudo sobre as características e signos em que o conhecimento tácito pode ser compartilhado, incluindo os signos verbais. Com isto, a perspectiva deste trabalho propõe que o compartilhamento do conhecimento tácito ocorre de forma simbólica, interacionista e institucional, fazendo com que seu teor inovativo dependa de condições internas e externas à empresa, envolvendo, porém, questões fora do controle organizacional.
Descrição
Palavras-chave
conhecimento tácito , signo , semiótica Peirceana , tacit knowledge , sign , Peircean semiotic