Entre tensão e fruição: estado de imanência nos contos de Lídia Jorge

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Tipo
Tese
Data de publicação
2020-12-08
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Machado, Eliane Aparecida
Orientador
Alvarez, Aurora Gedra Ruiz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Mattos, Cristine Fickelscherer de
Atik, Maria Luiza Guarnieri
Barreiros, Carlos Rogério Duarte
Amaral, Glória Carneiro do
Programa
Letras
Resumo
Lídia Jorge, escritora portuguesa contemporânea, já tem seus romances prestigiados há algum tempo por um vasto público, assim como pelos reconhecidos “especialistas literários”, os críticos e os historiadores da literatura. Esta tese, no entanto, dedica-se a um estudo voltado para os contos, e mais especificamente, aqueles publicados em coletâneas entre 1997 e 2016, como Marido e outros contos (1997), O belo adormecido (2004), Praça de Londres (2008) e O amor em Lobito Bay (2016). Dada a mencionada relevância da escritora, justifica-se o interesse em conhecer se ela também se ocupa, nas narrativas curtas, de temáticas relacionadas às questões sociais e como estas são tratadas no gênero conto. Nessa direção de pensamento, o objetivo desta investigação propõe analisar as obras selecionadas da contista que compõem o corpus desta pesquisa a fim de documentar a constituição textual e a significação de seus contos. Esta investigação parte da hipótese de que Lídia Jorge, a fim de projetar de seus contos um universo ficcional tão próximo do real, e assim afirmar seu compromisso ético como escritora e seu papel social como artista engajada, promove uma escrita que se constrói por meio de um jogo entre tensão e fruição. No âmago de sua escrita, entre o tensionar e o fruir provocado e estimulado pelo texto, Lídia Jorge retém em seus contos o sentido de imanência da vida, e que é percebido pelo leitor como um estado de potência, uma força vital que delineia o real sem o presentificar, uma insinuação de realidade que surge da interação entre universos que atuam nesse processo de escritura literária. Como embasamento teórico, esta tese apoia-se em três questões fundamentais: o conceito de “Plano de Imanência”, proposto pelo filósofo Gilles Deleuze; a apreciação da ideia de “Fruição Literária” como um processo decorrente de “Atos de significação” e “Atos de cultura” e que permeiam a experiência do leitor com o texto, conforme analisa Jerome Bruner, e a dinâmica interativa entre os atores que se anunciam na escritura literária decorrentes desse processo, a partir dos postulados de especialistas em literatura; e, as convenções literárias em contexto contemporâneo à publicação do corpus, propostas por Douwe Fokkema, Linda Hutcheon, Stuart Hall, assim como as vozes de outros estudiosos do discurso literário na Pós-Modernidade.
Descrição
Palavras-chave
literatura portuguesa , contos , pós-modernidade , imanência , fruição
Assuntos Scopus
Citação
MACHADO, Eliane Aparecida. Entre tensão e fruição: estado de imanência nos contos de Lídia Jorge. 2020. 131 f. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2020.