Intervenção em funções executivas em alunos dos três anos iniciais do ensino fundamental e sua relação com desempenho cognitivo e perfil comportamental
Tipo
Tese
Data de publicação
2018-08-17
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Cantiere, Carla Nunes
Orientador
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Seabra, Alessandra Gotuzo
Rodrigues, Camila Cruz
Pazeto, Talita de Cassia Batista
Segin, Miriam
Rodrigues, Camila Cruz
Pazeto, Talita de Cassia Batista
Segin, Miriam
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
As principais habilidades associadas às Funções Executivas (FE) são memória de trabalho, controle inibitório, flexibilidade cognitiva e autorregulação. Alterações nas FE estão presentes em diversos transtornos do neurodesenvolvimento, além de se relacionarem ao sucesso acadêmico e realização profissional. O objetivo geral do trabalho é verificar os efeitos de um programa de intervenção em FE e autorregulação, sobre o perfil comportamental (problemas de comportamento e competências) relatados por pais e professoras e desempenho cognitivo. Os objetivos específicos foram: implementar um programa de intervenção em FE realizado pela professora em sala de aula; investigar a relação entre FE, perfis comportamentais e competências sociais; investigar se um programa de intervenção para promoção de FE, conduzido pelas professoras, é eficaz em produzir ganhos nos desempenhos, nas medidas executivas e nos padrões de funcionamento comportamental e compreender os efeitos da intervenção ao longo das séries escolares iniciais. Participaram 149 crianças, de 6 e 9 anos, meninos e meninas regularmente matriculadas entre 1º e 3º ano do Ensino Fundamental I (EFI) de uma escola da região central de São Paulo, bem como seus pais ou responsáveis e professoras de sala de aula. A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo Experimental (GE), que participou do Programa de Intervenção e Grupo Controle (GC), que continuou com as atividades regulares, sem intervenções. Os instrumentos utilizados na coleta de dados na fase pré foram: Teste de TRILHAS; Teste de Atenção por Cancelamento (TAC); WASI (QI estimado); Índice de memória operacional (IMO) do WISC-IV, IFERA-I; CBCL; TRF e Formulário para avaliação de dados demográficos e socioeconômicos da família. Na fase pós intervenção foram utilizados todos os instrumentos da fase pré com exceção da WASI e questionário sociodemográfico. O Programa de Intervenção em Autorregulação e FE (PIAFEx) foi utilizado na intervenção por quatro meses. Foram conduzidas análises de variância do efeito do nível escolar nos testes de desempenho de FE; análises de correlação de Pearson entre os desempenhos em avaliações de FE, para verificar possíveis relações entre diferentes domínios cognitivos; e entre os desempenhos nas medidas de FE; avaliações sobre comportamento das crianças, conforme relato de pais/professoras. Testes t de student foi utilizado para verificar as diferenças entre as situações Pré e Pós intervenção. Foram observados efeitos significativos no aumento do desempenho cognitivo e redução de dificuldades de FE e problemas de comportamento para o GE em relação ao GC. Foram observadas correlações significativas negativas entre o relato de dificuldades em FE e resultados em testes de desempenho para atenção, FE e MO. Obteve-se indicadores positivos frente a implementação do programa, uma vez que as professoras passaram a relatar maior facilidade em conduzir as atividades realizadas em sala de aula por meio de comportamentos proativos de planejamento, organização, autonomia, disciplina. A intervenção promoveu o desenvolvimento de habilidades de FE e redução de indicadores de dificuldades comportamentais e emocionais. Esses efeitos foram diferentes em relação aos anos escolares, especialmente nas séries iniciais, por exemplo no 1º ano houve maior ganho em habilidades básicas, como atenção (visto no TAC) e nos anos mais avançados (como no 2º e 3º anos) melhora em interação social (como visto no CBCL). Quanto aos dados obtidos pela análise do IFERA-I, CBCL e TRF de forma geral, observou-se que quanto maior a pontuação dos indicadores de problemas relatados pelos pais e professoras, menor a pontuação nos testes neuropsicológicos aplicados. O programa de intervenção se mostrou eficaz na redução de dificuldades comportamentais e na melhora do desempenho cognitivo.
Descrição
Palavras-chave
funções executivas , intervenção , escola , desenvolvimento infantil
Assuntos Scopus
Citação
CANTIERE, Carla Nunes. Intervenção em funções executivas em alunos dos três anos iniciais do ensino fundamental e sua relação com desempenho cognitivo e perfil comportamental. 2018. 142 f. Tese (Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.