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- TeseCapitalismo racial e nacionalismos : o pensar negro sobre Estados Unidos da América, África do Sul e BrasilBatista, Waleska Miguel (2023-02-02)
Faculdade de Direito (FDIR)
A presente tese apresenta que o racismo foi uma ideologia utilizada para justificar a exploração das pessoas negras, inferiorizando e negativando tudo que fosse ligado à africanidade, ora por motivos religiosos, ora biológicos e ora culturais. O racismo foi criado e implementado para sustentar uma ordem social que constatou que seria lucrativo, tanto no aspecto econômico como político, a fim de racializar as relações sociais para estabelecer o papel das pessoas e dos Estados no capitalismo. Para dificultar a compreensão de que o racismo é resultado dos arranjos sócio-históricos e econômicos feitos por pessoas brancas, a questão racial foi colocada como um problema das pessoas negras, assim, minimizando o papel da colonização e da escravidão. Dentre os países que tiveram um passado de escravidão, colonização, imperialismo, os Estados Unidos da América, África do Sul e Brasil são considerados como países mais racistas que preservaram de modo peculiar a discriminação racial. A formação das condições objetivas e subjetivas são pautadas na inferiorização das pessoas não-brancas, particularmente dos africanos e os afrodescendentes até os dias de hoje. Como consequência, estas nações reproduzem um nacionalismo branco, que exclui quem não estiver enquadrado em sua estrutura, qual seja, ser-branco e garantir a qualidade de vida dos seus. Desta forma, espera-se compreender os fundamentos da relação entre capitalismo e racismo nesses três países estudando o pensamento de intelectuais que se debruçaram sobre a realidade e as dinâmicas estruturais apresentando um capitalismo racial, em que os não-brancos são sempre os mais explorados no mercado de trabalho. Até os países compostos, massivamente, de não-brancos são vítimas da exploração para o acúmulo de capital. Desta forma, a tese apresenta o papel da racialização no mercado de trabalho e sua relação com o acúmulo de capital. Ao mesmo tempo, enfatiza como no século XX, os pensadores sociais dos Estados Unidos, África do Sul e Brasil apontaram novos horizontes para romper com a reprodução do capitalismo que é atravessado pelo racismo, ou seja, para destruir a supremacia branca e a superioridade branca. Portanto, a superação desta ordem social necessita ações coletivas, não só de todas as pessoas negras do mundo, mas também das pessoas não-negras cientes da violência desse sistema para extinguir todas as formas de exploração. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica de livros e artigos a partir da centralidade da raça para estruturar as relações sociais, destacando-se os intelectuais W.E.B. Du Bois, Archie Mafeje e Florestan Fernandes.