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Navegando Teses por Orientador "Osório, Ana Alexandra Caldas"
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- TeseDesenvolvimento sociocognitivo e psicomotor em bebês prematuros: avaliações comportamentais e de rastreamento visual aos 12 meses de idadeBalam, Gisane Novaes (2018-02-08)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Prematurity is one of the major global public health problems, constituting an important risk factor for the development of medical problems as well as cognitive, motor and socio-emotional deficits that may persist into adolescence and adulthood. Among the recent technological advancements focused on early diagnosis of neurodevelopmental problems, the use of eye-tracking has shown great promise in the study of social cognition in typical and atypical samples. The aim of this study was to evaluate the early psychomotor and sociocognitive development of preterm infants at 12 months, in comparison to a group of full-term infants. The sample was composed of 38 infants, being 24 preterm and 14 full-term. The Bayley Scales of Infant and Toddler Development-III were used to assess infants’ psychomotor development. Regarding their socio-cognitive abilities, these were assessed using eye tracking technique, where infants were presented with sequences of pictures with congruous or incongruous endings, as well as social and non-social videos. In what concerns the psychomotor evaluation, preterm infants reached significantly lower scores than their full-term counterparts in the language and motor scales, but no significant differences were found between the groups at the cognitive scale level. Regarding the eye-tracking data, no significant differences were observed between the mean fixation time in social videos and random videos either in the preterm or full-term groups. Marginally significant differences between the groups were shown in mean fixation time in random videos, where full-term infants tended to attend longer than preterm infants. No statistically significant differences were found between the groups in fixation time in social videos. Regarding the second eye-tracking task, there were no significant intragroup differences in mean fixation times towards congruous and incongruous endings. Furthermore, the groups did not differ significantly in the amount of fixation time on images with congruous and incongruous endings. Although it did not reach statistical significance, it is noteworthy that the premature group attended 32% less time (on average) to the incongruous endings, compared to their full-term counterparts. Our results expand the knowledge on the development of preterm infants in the first year of life, evidencing that prematurity may adversely affect early development, in addition to uncovering visual tracking patterns of the groups under study. Thus, future studies should be conducted to better describe the influence of prematurity in dimensions of childhood development. Furthermore, additional studies using eye-tracking technology may extend the use of this promising tool to samples of typical and atypical infants and children. - TeseFatores preditivos de sintomas do transtorno do espectro autista em bebês prematuros: atenção compartilhada, linguagem e comportamentos atípicosVieira, Elisangela dos Anjos Paula (2018-02-15)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ocorre em proporção estimada de 1% da população infantil, afetando de forma significativa o indivíduo, sua família e a sociedade, com consequentes prejuízos nas inter-relações. É caracterizado por déficits significativos e persistentes na interação e comunicação social e por padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades. As atuais diretrizes sugerem que o TEA seja rastreado a partir dos 18 meses, porém é comum crianças com este transtorno atingirem idades avançadas sem um diagnóstico, dificultando a implementação de estratégias interdisciplinares de intervenção. Por outro lado, o nascimento prematuro (antes das 37 semanas completas de gestação) é um importante fator de risco para o surgimento de problemas no desenvolvimento – incluindo TEA. Assim, é essencial conhecer e avaliar potenciais fatores preditivos precoces do desenvolvimento de sintomas de TEA em amostras de baixo e de alto risco. Partimos da hipótese que as diferenças em habilidades sociocomunicativas (linguagem expressiva e receptiva), sociointeracionais (atenção compartilhada) e comportamentais (comportamentos atípicos) aos 12 meses (idade corrigida) serão preditoras longitudinais (aos 18 meses de idade corrigida) de sintomas no espectro autista. Dada evidência prévia, esperamos igualmente que os bebês prematuros e os bebês de termo se distingam no nível de desempenho nessas habilidades. Para tal, foram avaliados 26 bebês prematuros (grupo de risco) e 21 bebês de termo (baixo risco). O estudo é de natureza longitudinal e está dividido em Momento A e Momento B, nos quais foram realizadas avaliações comportamentais e observacionais dos dois pilares que compõe o diagnóstico de TEA – comunicação e interação social e presença de comportamentos atípicos. No Momento A (12 meses) foram utilizadas as Escalas de Comunicação Social Precoce para avaliação da atenção compartilhada; as Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil – III, que oferecem informações sobre o nível de desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva; bem como o Questionário de Comportamentos Repetitivos e um questionário de informações sócio demográficas. No Momento B (18 meses) além destas, foi acrescentado o Modified Checklist for Autism in Toddlers – M-CHAT. Os procedimentos foram realizados no Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os principais resultados apontam para a existência de sinais precoces ix de alterações da linguagem receptiva e expressiva aos 12 meses, como fator preditivo do nível de sintomas compatíveis com TEA aos 18 meses. As comparações entre os grupos mostraram diferenças nas habilidades de linguagem, resposta à atenção compartilhada, bem como no nível de sintomas de autismo, sendo o grupo de prematuros mais prejudicado do que o grupo a termo. Foram ainda verificadas associações entre maior prematuridade (associada a baixo peso) e pior nível de desenvolvimento psicomotor, menores habilidades de iniciação de atenção compartilhada e mais interesses sensoriais incomuns. O estudo contribui com importantes informações sobre as eventuais alterações precoces neste grupo de elevado risco, contribuindo para o entendimento de trajetórias atípicas precoces em crianças que venham a desenvolver TEA. - TeseImpacto da administração intranasal de ocitocina no comportamento social de empatia à dor e percepção de ameaçaEgito, Julia Horta Tabosa do (2018-10-25)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O papel da ocitocina (OT) enquanto promotora indiscriminada de cognição social e prosocialidade tem sido questionado por resultados que indicam alguns efeitos antissociais, como inveja e etnocentrismo. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar na mesma amostra o impacto da administração intranasal de OT em comportamentos pró-sociais como, empatia à dor no outro, e anti-sociais como, percepção de ameaça. Para incluir a dimensão de pertencimento ao grupo, avaliamos as respostas de participantes autodeclarados Brancos diante de alvos membros do endogrupo (Branco) e do exogrupo (Negro). Tratou-se de estudo duplo-cego, placebocontrolado, randomizado e inter-sujeitos, no qual participaram 107 estudantes universitários, do sexo masculino, Brancos e destros. No primeiro dia de coleta, foram verificados os critérios de exclusão e administrados questionários para a avaliação de empatia e viés racial. No segundo dia de coleta, os participantes auto-administraram uma das soluções distribuídas de maneira randomizada (OT ou placebo [PL]). Após uma espera de 40 minutos, foram administradas tarefas computadorizadas de empatia explícita à dor (avaliação da intensidade de dor percebida durante observação de mãos Brancas, Negras e Roxas - controle de cor - em situações neutras ou potencialmente dolorosas) e percepção de ameaça (identificação de homens Brancos e Negros armados em contextos sociais). No terceiro dia de coleta, os participantes inalaram a mesma substância e foram submetidos a avaliação de empatia implícita à dor (durante observação de vídeos de mãos Brancas, Negras e Roxas sendo tocadas por um cotonete ou penetradas por uma seringa). Durante essa última fase, foram obtidos registros de potencial evocado motor na mão direita, enquanto a bobina da Estimulação Magnética Transcraniana era posicionada sobre o córtex motor primário no hemisfério esquerdo do participante. Quanto à tarefa de percepção de ameaça, resultados da ANOVA mista revelaram uma interação significativa para Etnia x Grupo, F(1,105)=5.44, p=.022, n2=.049, indicando que o grupo PL apresentou maior taxa de Rejeição Correta (abstendo-se de atirar em alvos desarmados) para alvos Brancos em comparação aos Negros, enquanto as taxas de rejeição correta para alvos Brancos e Negros foram equivalentes no grupo OT. Assim, a ocitocina reduziu os falsos alarmes para os alvos Negros via uma melhora da discriminação entre alvos armados ou não, reduzindo a percepção de ameaça diante do exogrupo. Em relação à empatia explícita à dor, resultados da ANOVA mista revelaram uma atribuição de dor de maior intensidade em contextos dolorosos com alvos Negros em comparação aos alvos Brancos. Implicitamente, os níveis de contágio sensóriomotor diante de alvos Brancos e Negros foram equivalentes. Em síntese, resultados da nossa amostra Brasileira apontam para um efeito prosocial da OT durante avaliação de percepção de ameaça especificamente para o exogrupo, mas nenhum efeito dessa substância nas avaliações de empatia explícita e implícita modulada por pistas raciais. Em linhas gerais, as evidências desse estudo estão de acordo com a abordagem interacionista e ampliam o conhecimento sobre a interação entre pertença ao endo- e exogrupo (em relação ao grupo étnico) e a presença ou ausência de sinais contextuais de ameaça nos efeitos da OT na cognição e comportamento social. Estudos futuros devem examinar se estes resultados são aplicáveis no gênero feminino e em outras sociedades. - TeseSaúde mental de puérperas durante a pandemia de covid-19 no brasil: prevalência de sintomas clínicos de depressão e ansiedade, fatores de risco e experiências perinataisSegamarchi, Paula Racca (2023-02-08)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O período perinatal é caracterizado pela suscetibilidade para problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. Alguns fatores implicados na etiologia dos transtornos psiquiátricos pós-parto já estão bem estabelecidos na literatura, como possuir histórico de problemas de saúde mental. No entanto, estudos têm mostrado que a pandemia de COVID-19 resultou em um aumento da incidência de sintomas psicológicos nessa população já por si vulnerável e discutido acerca de fatores de risco específicos do contexto pandêmico. Desta forma, esse trabalho teve como objetivo caracterizar a prevalência de níveis clínicos de sintomas de depressão e ansiedade em mulheres com bebês de até seis meses de idade que deram à luz durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, além de caracterizar suas experiências perinatais e analisar o papel de potenciais fatores de risco relacionados ao impacto psicológico percebido por elas. Os resultados mostraram níveis clinicamente significativos de sintomatologia depressiva em 47.4% das participantes, e níveis moderados a severos de sintomatologia de ansiedade generalizada em 41.8% delas. Observou-se, ainda, comorbidade de sintomas de depressão e ansiedade em cerca de 1/3 das participantes, uma correlação positiva significativa entre os sintomas de depressão e ansiedade, uma associação significativa entre idade mais jovem da mãe e níveis potencialmente clínicos de depressão, além de que mais dias de vida do bebê estavam associados a ter níveis potencialmente clínicos de depressão e ansiedade. Quanto às experiências perinatais, mais de 60% das participantes relataram mudanças nos seus planos de parto, além de mudanças nas experiências/ cuidados pós-natais reportadas também por mais de 90% das puérperas, sendo o fato de não receber visitas após o parto a alteração mais apontada. Quanto aos potenciais fatores de risco, verificou-se que ter histórico de problemas de saúde mental aumentou em mais de duas vezes as chances de experienciar níveis elevados de sintomas de depressão e em mais de três vezes a probabilidade de sintomas significativos de ansiedade no período pós-parto durante a pandemia. Também se verificou que menor nível de escolaridade e maior número de mudanças reportadas nas experiências e cuidados pós-natais em resultado do contexto pandêmico foram preditores de níveis clínicos de depressão e ansiedade no período pós parto. Além disso, residir no estado de São Paulo e o número de casos confirmados de COVID-19 no estado de residência à data da participação também foram preditores marginalmente significativos de mais sintomas. Diante do exposto, fica clara a urgente necessidade de se desenvolver políticas de saúde pública adequadas e direccionadas para a saúde mental de mulheres brasileiras que passaram o seu período perinatal durante a pandemia.