Fotoestabilização de nanocompósitos híbridos a base de borracha EPDM, negro de fumo e óxido de grafeno
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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2023-02-10
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Lima, Lucas Pacanaro de
Orientador
Fechine, Guilhermino José Macêdo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Andrade, Ricardo Jorge Espanhol
De Paoli, Marco Aurelio
De Paoli, Marco Aurelio
Programa
Engenharia de Materiais e Nanotecnologia
Resumo
A borracha EPDM (etileno, propileno, dieno e metileno) é um elastômero sintético presente em diversas aplicações. Uma delas é o uso desse material em guarnições automotivas. Quando usado nisso, o material é exposto a diversas fontes de energia (como a luz solar) que podem provocar sua degradação mais rapidamente, o que faz o uso de fotoestabilizantes necessário para essa aplicação. Esse trabalho teve como objetivo a produção e caracterização de nanocompósitos a base de EPDM, óxido de grafeno e negro de fumo para o uso em guarnições automotivas que sejam mais resistentes a fotodegradação. As partículas de óxido de grafeno (GO) foram introduzidas na composição da borracha de EPDM em duas composições, sendo elas 0,2 phr e 0,5 phr (part per hundred), em um misturador interno do tipo Haake e depois exposto a radiação UV incessantemente por períodos de 0 a 672 horas a 60°C. Para comparação, também foi formulado e caracterizado uma composição com 0,3 phr do fotoestabilizante Tinuvin P (indicado para o uso em EPDM). Após a exposição foram realizados ensaios de resistência à tração, dureza, inchamento, ângulo de contato, espectroscopia infravermelho e microscopia eletrônica de varredura (MEV) no EPDM base e nanocompósitos. Os ensaios de resistência à tração mostram que a carga de GO atua como agente reforçante do material uma vez que os valores de tensão a 50%, 100% e 200% de deformação aumentaram quando comparado com os materiais não expostos. A composição que teve menor alteração percentual das propriedades mecânicas foi o EPDM contendo 0,5 phr de GO, indicando que o GO pode atuar como um absorvedor ou filtro, impedindo que a radiação seja danosa as moléculas do polímero. Os valores de dureza também aumentaram ao longo do tempo de exposição do material, sendo que a composição contendo 0,2 phr de GO foi a que obteve menor alteração nessa propriedade. O ensaio de inchamento indicou que a carga de GO agiu como agente de reticulação na matriz elastomérica devido a seus grupos funcionais, tornando a borracha mais rígida. As análises superficiais de ângulo de contato (em água e etilenoglicol) e espectroscopia infravermelho corroboram essa hipótese, pois os valores de ângulos de contato para o composto com GO são altos (θ > 90°) sendo considerada uma superfície hidrofóbica, indicando que o GO estaria diminuindo sua polaridade pela interação com o EPDM. Os dados de espectroscopia Raman e FTIR (Fourrier transformed infra-red) dos nanocompósitos e do GO separadamente após exposição à radiação indicam que o GO perde grande quantidade de seus grupos funcionais; isso indica que tanto a nanocarga como a cadeia de EPDM geram radicais livres e interagem entre si, formando reticulações por meio do composto ENB. O FTIR mostrou alta formação de grupos hidroxila e carbonila, o que foi confirmado pelos índices carbonila e hidroxila posteriormente. As fotomicrografias da superfície irradiada mostram que houve elevada formação de densidade de trinca para os materiais degradados para todas as composições, sendo que o EPDM com 0,5 phr de GO mostrou a menor formação de trincas dentre as composições, indicando que essa composição atuou positivamente para a fotoproteção da superfície do material. Com os resultados das caracterizações tanto do nanomaterial quando do nanocompósito, conclui-se que a nanocarga de GO atua positivamente na fotoestabilização da matriz EPDM, mesmo estando em baixas concentrações.
Descrição
Palavras-chave
EPDM , óxido de grafeno , nanocompósios , fotodegradação , fotoestabilização