Cidade em festa, cidade em disputa: ativismo e apropriação do espaço urbano em São Paulo no início do século XXI

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Tipo
Tese
Data de publicação
2018-08-24
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Marino, Cintia Elisa de Castro
Orientador
Guerra Neto, Abílio da Silva
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Somekh, Nadia
Marquez, Renata Moreira
Wisnik, Guilherme Teixeira
Santoro, Paula Freire
Programa
Arquitetura e Urbanismo
Resumo
A investigação propõe uma reflexão sobre um novo tipo de apropriação dos espaços urbanos em São Paulo, Brasil. O uso de bicicletas, o plantio de hortas comunitárias e a organização de festas de rua são fenômenos que encontraram força ao lado de ativismos de ação direta mobilizados por meio da internet. Os grupos se intensificaram no contexto da crise de representatividade política das manifestações de junho de 2013 no Brasil, com forte crítica ao sistema democrático. Ao surgir novas atividades e usos, se constroem novas formas e processos de produção urbana. No campo do urbanismo, os ativistas buscam refletir sobre questões cotidianas e novas formas de construção colaborativa da cidade. A investigação analisa três territórios de ação direta em São Paulo, o “Minhocão”, o "Parque Augusta" e o Largo da Batata. O primeiro, o “Minhocão”, é atualmente um espaço público de dupla função: uma via expressa elevada de ligação centro-oeste de 3,4 km de extensão que é usada como espaço de lazer à noite e nos finais de semana. Entre 2011 e 2014, jovens ativistas do Movimento Baixo Centro organizaram de forma autônoma intervenções artísticas e culturais no local, em formato de festivais. Em 2013, a Associação Parque Minhocão foi fundada, por outro grupo de ativistas, com o objetivo específico de influenciar o poder público à interromper permanentemente o uso viário e transformar o espaço público em um parque elevado. O segundo espaço urbano, o “Parque Augusta” é um terreno privado reivindicado como uma área verde. Como estratégia de resistência à aprovação de um projeto de construção, um grande grupo de pessoas ocupou o terreno, e organizou atividades de arte e cultura em favor da criação do parque. O terceiro território analisado é o Largo da Batata. Jovens reativaram o espaço público após o esvaziamento decorrente da implantação de um projeto urbano. Assim surgiu o coletivo A Batata Precisa de Você, no formato de encontro social, todas as noites de sexta-feira, promoviam uma variedade de atividades no local. O coletivo autônomo trabalhou com intervenções simples e de baixo custo. A priori, a metodologia do trabalho de investigação é conduzida por cinco elementos: tempo, narrativas, escala espacial, questionamentos, noções e conceitos. O método de abordagem permitiu verificar diferenças e semelhanças apresentadas pelos materiais coletados. Além das fronteiras geográficas, confrontam-se materialidade, atores envolvidos e percepção pessoal. Os ativistas alcançam novas formas de transformação, diferentes de projetos e planos urbanísticos. Assim constroem um novo paradigma urbano. A hipótese é que existe uma tensão entre liberdade de ação e institucionalização. A controvérsia maior que pode surgir está no tipo de poder que os ativismos podem exercer no processo de transformação territorial. O espaço urbano torna-se cenário de conflito com desdobramentos lúdicos e disputas políticas.
Descrição
Palavras-chave
ativismo , apropriação do espaço público , ação direta , comuns urbanos , urbanismo tático , mobilização online
Assuntos Scopus
Citação
MARINO, Cintia Elisa de Castro. Cidade em festa, cidade em disputa: ativismo e apropriação do espaço urbano em São Paulo no início do século XXI. 2018. 257 f. Tese ( Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo .