Linha 10 turquesa da CPTM: a difícil transformação de uma ferrovia de cargas para o transporte de passageiros
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2016-08-04
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Requeña, Carlos Alberto
Orientador
Righi, Roberto
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Simões Junior, José Geraldo
Padovano, Bruno Roberto
Padovano, Bruno Roberto
Programa
Arquitetura e Urbanismo
Resumo
A cidade de São Paulo e sua região metropolitana estão intimamente ligados à história da ferrovia, principalmente às linhas do corredor Santos a Jundiaí que corresponde à primeira ferrovia do Estado de São Paulo. Essa ligação ferroviária proporcionou as condições necessárias ao desenvolvimento econômico de São Paulo, pois dinamizou o transporte do café em direção ao porto para exportação e, no momento posterior, distribuiu as matérias primas, produtos e os trabalhadores da indústria. A ferrovia foi o meio pelo qual tomou forma metropolização de São Paulo, com as estações ferroviárias tornando-se as centralidades das localidades que, mais tarde, originaram vários municípios, dentre os quais os formadores da região conhecida como “Grande ABC paulista”, região fortemente industrializada e de importância relevante no cenário econômico nacional. A adoção de políticas de desenvolvimento rodoviário a partir da segunda metade do século XX, em detrimento da infraestrutura ferroviária pré-instalada, contribuíram para o quadro de estagnação desse modal de transporte, que sofreu pela diminuição dos recursos públicos para sua modernização e também pela redução da atividade industrial em sua orla, atribuída a mudanças na economia que desestimularam a concentração industrial nos grandes centros urbanos. Após tentativas próprias de resgatar o potencial das ferrovias no quadro de transportes do país, o Governo Federal privatizou o transporte ferroviário de cargas e passou para a administração do Estado de São Paulo o sistema de transporte de passageiros na década de 1990. A CPTM, resultado dessa segunda ação, vem empreendendo esforços na recuperação e melhoria do sistema de transporte ferroviário de passageiros, aplicando recursos na recuperação e melhoria de todas as ferrovias que prestavam serviço de transporte de passageiros na RMSP. Dentre suas seis linhas, percebe-se um desequilíbrio na implantação dessas melhorias que, na prática, mitigariam os problemas de mobilidade da metrópole. A Linha 10 – Turquesa é a mais atrasada em receber obras de melhorias apesar de ligar a estação Brás ao município de Rio Grande da Serra, passando justamente pelo Grande ABC, cidades outrora industriais e de razoável desenvolvimento econômico. Esse desequilíbrio se faz ainda mais perceptível ao comparar a Linha 10 – Turquesa à Linha 9 – Esmeralda, única linha totalmente modernizada e que atende à região mais desenvolvida da Cidade de São Paulo, concentrando a parcela da população de mais alta renda e o novo polo econômico terciário em formação na região da Avenida Luiz Carlos Berrini e Faria Lima. Uma análise mais pormenorizada determina que esse desequilíbrio é ocasionado por fatores econômicos mais complexos, relacionados à movimentação de cargas pelo porto de Santos, cuja linha 10 – Turquesa da CPTM ainda desempenha importante função complementar no fluxo de cargas. Esse estudo, visa além de apresentar as peculiaridades operacionais do sistema ferroviário, também exibir as dificuldades particulares da Linha 10 – Turquesa, que ainda convive fortemente com a atividade de cargas além de resquícios da atividade industrial atrelada à ferrovia, a interferirem diretamente no seu desempenho operacional no transporte de usuários.
Descrição
Palavras-chave
mobilidade urbana , integração intermodal , desenvolvimento ferroviário
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Citação
REQUEÑA, Carlos Alberto. Linha 10 turquesa da CPTM: a difícil transformação de uma ferrovia de cargas para o transporte de passageiros. 2016. [220 f.]. Dissertação( Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, [São Paulo] .