Personagem e inconsciente em contos de Virginia Woolf e Lygia Fagundes Telles
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2011-02-16
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Schirato, Marina Nobre de Moraes
Orientador
Alvarez, Aurora Gedra Ruiz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Amaral, Glória Carneiro do
Palo, Maria José Pereira Gordo
Palo, Maria José Pereira Gordo
Programa
Letras
Resumo
A literatura do século XX trouxe consigo um estilo de narrar diferente do anterior. Observa-se uma preocupação maior em expressar os questionamentos e devaneios das personagens,
enfatizando o que se passa no interior de cada uma delas. Influenciada pela Psicanálise, pode-se dizer que a literatura também sentiu necessidade de compreender o que acontecia na mente humana. A partir disso, surgem personagens nos textos do Brasil e do mundo cada vez mais complexas e que, ao longo de sua trajetória nos contos e romances, demonstram como tomam consciência de si mesmas. Fruto do interesse pelas relações dialógicas entre os textos, esse trabalho pretende analisar a construção das personagens sob a perspectiva da autoconsciência bakhtiniana, evidenciando como o monólogo interior e o fluxo de consciência contribuem
para a construção do sujeito em meio ao embate das vozes presentes na narrativa. Alicerçada nas teorias acerca da construção da personagem, em especial no conceito de autoconsciência elaborado por Mikhail Bakhtin, essa pesquisa deseja observar de que formas o monólogo interior explicita e influencia a tomada de consciência das personagens, viabilizando descobertas importantes que estão intimamente ligadas àquilo que se passa no inconsciente das mesmas. Serão utilizados contos "Felicidade" e "Antepassados", de Virginia Woolf e "O Espartilho" e "A Sauna", de Lygia Fagundes Telles, grandes referências da literatura contemporânea e que apresentam diversos pontos em comum no tocante ao questionamento das personagens acerca do seu verdadeiro eu. Por meio de uma análise contemplando estudos sobre dialogismo, polifonia e psicanálise, pretende-se apontar que as personagens, como afirma Bakhtin em capítulo de Problemas da poética de Dostoievski, não se apresentam de forma acabada, definida; pelo contrário, são os monólogos interiores e a interação com as vozes de outras personagens que as conduzem ao longo do enredo rumo a uma espécie de (re)construção, na qual o importante é sua forma de ver o mundo e os valores que adquire e se desprende durante sua jornada.
Descrição
Palavras-chave
literatura contemporânea , personagem , psicanálise , autoconsciência bakhtiniana , contemporary literature , character , psychoanalysis , bakhtinian autoconscience