Programa de Intervenção para Promoção de Autorregulação (PIPA): desenvolvimento e efetividade em crianças pré-escolares
Date
2019-02-15Author
León, Camila Barbosa Riccardi
Advisor
Seabra, Alessandra Gotuzo
Referee
Osório, Ana Alexandra Caldas
Referee
Fonseca, Rochele Paz
Referee
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Referee
Cardoso, Caroline de Oliveira
Metadata
Show full item recordAbstract
Self-regulation (SR) comprises the individual's ability to control / direct cognitive processes, emotions, and goal-directed behavior. There is evidence that this ability is critical to learning, bringing short- to long-term benefits in the school, family and social settings. The international literature has emphasized the development and research of programs promoting these skills in preschoolers, but national studies are still scarce. This research aimed to develop the Intervention Program to Promote SR (PIPA, acronym in Portuguese) and to investigate short and long-term effects on SR skills (executive functions - EF and emotional regulation - ER) comparing preschool children of the experimental group (EG) in relation to controls (CG). We emphasize that this is part of a broader multicenter project, which has included other investigations, such as PIPA’s effects on teachers’ level of stress and students’ theory of mind. The development of the PIPA went through 4 stages: 1. Survey of the literature, activities, selection and adaptation of them; 2. Creation of new, systematic description and allocation of activities in modules; 3. Validity of content by experts; 4. Recasting and closing final version. The final version consists of 63 activities, of which 33 were exclusively developed by PIPA (main focus in ER) and 30 were taken from the Intervention Program in Self-Regulation and Executive Functions (PIAFEx, acronym in Portuguese - main focus in EF). PIPA must be daily applied by teachers. A total of 189 children (56% boys), mean age 4.9 years (SD = 0.16) and 10 teachers from two municipal schools of early childhood education in São Paulo participated in the study. This study had 4 steps: pre-test (evaluation in EF and ER measures) and initial teacher training, intervention (EG composed by 5 teachers trained and supervised in the application of PIPA in the classroom for 6 months and CG remained with the regular school practices), post-test (re-evaluation), and follow-up after one year. The Columbia Mental Maturity Scale was used to evaluate intelligence, and the Semantic Stroop Test and the Regulation Task were used to evaluate inhibitory control (EF). For evaluation of behavioral problems, EF and ER levels, parents and teachers filled out the specific scales, as well as informed sociodemographic data. Ancovas were conducted with the group (EG x CG) as an inter-subject factor, time (pre-test x post-test, post-test x follow-up) as intra-subject factor, measures in each instrument as dependent variables and intelligence as covariant. In the case of scales, analyzes were only carried out when the informants were the same in different times (pre-and post-test; post-test and follow-up). Thus, one of the CG classes of school 1 was excluded from the scales’ Ancovas and t-tests were conducted for independent samples between subjects (EG x CG) at the follow-up. It was hypothesized that the children of the EG would perform better than the CG in the tests and in the scales answered by parents and teachers, who measured SR skills. Contrary to other evidence with PIPA itself and other SR promotion programs, we didn’t observe short and long-term significant effects for most of the SR skills measures used in preschool children in this thesis. Future studies could replicate PIPA considering the limitations and hypotheses discussed here. Autorregulação (AR) compreende a capacidade do indivíduo em controlar/ direcionar processos cognitivos, emoções e comportamentos para alcançar objetivos. Há evidências de que esta habilidade é crítica para a aprendizagem, trazendo benefícios de curto a longo prazo nos âmbitos escolar, familiar e social. A literatura internacional tem enfatizado o desenvolvimento e a investigação de programas de promoção nessas habilidades em pré-escolares, porém estudos nacionais são ainda escassos. Esta pesquisa pretendeu desenvolver o Programa de Intervenção para Promoção de AR (PIPA) e investigar efeitos de curto e longo prazo em habilidades de AR (funções executivas - FE e regulação emocional - RE) comparando crianças pré-escolares do grupo experimental (GE) em relação aos controles (GC). Ressalta-se que esta pesquisa faz parte de um projeto multicêntrico mais amplo, que contou com outras investigações, como por exemplo, efeitos do PIPA no nível de estresse dos professores e na teoria da mente dos alunos. O desenvolvimento do PIPA passou por 4 etapas: 1. Levantamento da literatura, atividades, seleção e adaptação das mesmas; 2. Criação de novas, descrição sistemática e alocação das atividades em módulos; 3. Validade de conteúdo por especialistas; 4. Reformulação e fechamento. A versão final é composta por 63 atividades, sendo 33 exclusivos do PIPA (enfoque principal em RE) e 30 retirados do Programa de Intervenção em Autorregulação e Funções Executivas (PIAFEx – enfoque principal em FE), que devem ser trabalhados diariamente pelos professores. Participaram do estudo inicialmente 189 crianças (56% meninos), com idade média de 4,9 anos (DP=0,16) e 10 professoras de duas escolas municipais de educação infantil de São Paulo. Este estudo teve 4 etapas: pré-teste (avaliação em medidas de FE e RE) e treinamento inicial dos professores, intervenção (GE com 5 professores formadas e supervisionadas na aplicação do PIPA em sala de aula, por 6 meses e GC permaneceu com as práticas escolares regulares), pós-teste (reavaliação) e follow-up após um ano. Para avaliação da inteligência foi utilizada a Escala de Maturidade Mental Colúmbia e para avaliação de controle inibitório (FE) foram utilizados o Teste de Stroop Semântico e a Tarefa de Regulação. Para avaliação de problemas de comportamento, FE e RE, pais e professores preencheram a escalas específicas, além informar dados sociodemográficos. Foram conduzidas Ancovas tendo o grupo (GE x GC) como fator entre-sujeitos, o tempo (pré-teste x pós-teste; pósteste x follow-up) como fator intra-sujeitos, as medidas em cada instrumento como variáveis dependentes e a inteligência como covariante. No caso do preenchimento das escalas, somente foram conduzidas análises quando foi mantido o mesmo informante pré-teste x pós-teste; pós-teste x follow-up. Assim, uma das turmas do GC da escola 1 foi excluída das Ancovas com as escalas e foram conduzidos Testes t para amostras independentes entre-sujeitos (GE x GC) no momento follow-up. Hipotetizava-se que as crianças do GE teriam melhor desempenho que o GC nos testes de desempenho e nos instrumentos de relato respondido por pais e professores, que mediram habilidades de AR. Contrariando outras evidências com o próprio PIPA e outros programas de promoção de AR, não foram observados efeitos significativos de curto e longo prazo para a maioria das medidas de habilidades de AR utilizadas na presente tese em crianças pré-escolares. Espera-se que estudos futuros possam replicar o PIPA considerando as limitações e hipóteses aqui discutidas.
CNPq Area
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA COGNITIVA
Citation
León, Camila Barbosa Riccardi. Programa de Intervenção para Promoção de Autorregulação (PIPA): desenvolvimento e efetividade em crianças pré-escolares. 2019. 133 f. Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.