UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
CENTRO DE EDUCAÇÃO, FILOSOFIA E TEOLOGIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, 
ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA 
 
 
  
 
 
 
EDUARDO BOERO DE SOUZA E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA BICICLETA COMO FORMA SUSTENTÁVEL DE 
MOBILIDADE URBANA E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA: UM 
OLHAR SOBRE A CIDADE DE ATIBAIA (SP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Petra Sanchez Sanchez 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2014 
 
  
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
CENTRO DE EDUCAÇÃO, FILOSOFIA E TEOLOGIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, 
ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA 
 
 
 
EDUARDO BOERO DE SOUZA E SILVA 
 
 
 
 
O USO DA BICICLETA COMO FORMA SUSTENTÁVEL DE 
MOBILIDADE URBANA E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA: UM 
OLHAR SOBRE A CIDADE DE ATIBAIA (SP) 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana 
Mackenzie, como parte dos requisitos para a obtenção do 
título de Mestre em Educação, Arte e História da Cultura 
     
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Petra Sanchez Sanchez 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2014 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
        
S586u  Silva, Eduardo Boero de Souza e.  
      O uso da bicicleta como forma sustentável de        
mobilidade urbana e promoção da qualidade de vida: um 
olhar sobre a cidade de Atibaia – (SP) / Eduardo Boero de      
Souza e Siva. – 2014.  
        143 f. : il ; 30 cm  
 
Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História da  
Cultura) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo,  
2014. 
    Referências Bibliográficas: f. 128 – 137    
  
1. Bicicletas.  2. Mobilidade urbana.  3. Educação 
ambiental. 4. Interdisciplinaridade    I. Título       
                                   
      CDD 711.72  
   
           
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
EDUARDO BOERO DE SOUZA E SILVA 
 
 
 
 
 
O USO DA BICICLETA COMO FORMA SUSTENTÁVEL DE 
MOBILIDADE URBANA E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE 
VIDA: UM OLHAR SOBRE A CIDADE DE ATIBAIA (SP) 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana 
Mackenzie, como requisito para a obtenção do título de 
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura. 
 
 
Aprovado em: ____/____/______ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Profa. Dra. Petra Sanchez Sanchez – Orientadora 
Universidade Presbiteriana Mackenzie 
 
 
Profa. Dra. Maria Inês Zanoli Sato 
Fundação Armando Alvares Penteado 
 
 
Prof. Dr. Regis Nieto 
Universidade Presbiteriana Mackenzie 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu filho Gabriel, presente de 
                                  Deus e razão da minha vida. 
 
 
 
 
  
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao meu Senhor Jesus Cristo, com o qual tudo é possível. 
 
À minha mãe, Lúcia, espelho e referência, meu respeito e 
gratidão. 
 
Ao meu pai, Ayrton, pelos ensinamentos da vida. Obrigado 
por mostrar a realidade como ela é. 
 
À minha avó Quita, pelas orações e apoio durante toda a 
minha vida. 
 
À minha família pelo apoio e motivação. 
 
À minha namorada Priscila, pelo carinho e compreensão 
nos momentos em que mais precisei. 
 
À Profa Dra. Petra Sanchez Sanchez, pela orientação, 
carinho, atenção, dedicação e paciência durante a 
realização desse trabalho. 
 
À Profa, Dra. Maria Inês Zanoli Sato, e ao Prof Dr. Regis 
Nieto, pelas considerações e sugestões enriquecedoras, 
apresentadas no exame de qualificação. 
 
Aos professores e diretores da escola que abriram suas 
portas e à prefeitura de Atibaia, que contribuíram para que 
a pesquisa desse trabalho fosse realizada. 
 
Aos ciclistas e motoristas que disponibilizaram seu tempo 
para responderem aos questionários com muito carinho e 
atenção. 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de 
             Pessoal de Nível Superior – CAPES / PROSUP  
pela bolsa  de estudos concedida durante o  
curso de mestrado 
 
 
 
 
 
  
RESUMO 
 
A adoção da bicicleta como importante meio de transporte cotidiano, gera 
inúmeros ganhos sociais, ambientais e econômicos. Destacam-se: a melhoria 
da qualidade do ar, a redução dos congestionamentos e a prática regular de 
atividade física que beneficia a qualidade de vida e a saúde humana. Com esse  
entendimento a presente pesquisa objetivou fazer um diagnóstico sobre  a 
utilização de bicicletas na cidade de Atibaia (SP) e refletir a respeito do papel 
da educação ambiental e da educação para o trânsito – de essência 
metodológica interdisciplinar – na conscientização dos cidadãos, enfatizando 
um  trânsito seguro e ambientalmente sustentável. A metodologia utilizada foi a 
qualitativa do tipo exploratória, com um estudo de caso na referida cidade. 
Contou com a participação de professoras de uma escola de educação infantil e 
ensino fundamental, de ciclistas e motoristas. Os dados foram obtidos por meio 
da observação sistemática e de entrevistas com a aplicação de questionários 
específicos. Para a análise, utilizou-se a técnica de tratamento e tabulação por 
categorias, segundo Bardin. Pelos resultados, verificou-se que as professoras 
entendem que a educação ambiental é fundamental para a construção de 
conhecimentos e de valores voltados à prática da solidariedade no trânsito e ao 
respeito ao meio ambiente, motivo pelo qual trabalham a temática com seus 
alunos por meio de projetos e, nas disciplinas, de forma transversal. Para os 
ciclistas e motoristas, os benefícios e riscos da adoção da bicicleta estão bem 
claros, porém, desconhecem alguns itens de segurança que são obrigatórios 
para a circulação das bicicletas e, com isso, colocam em risco a integridade 
física dos usuários. Constatam-se condições inseguras na própria ciclovia 
estudada, o que leva a concluir que a implantação da infraestrutura já projetada 
pelas autoridades para a atual ciclovia deveria levar em conta o incentivo à 
utilização das bicicletas e, assim, propiciar melhor qualidade de vida e 
sustentabilidade ambiental aos ciclistas, motoristas e pedestres. Ações em 
parceria com  as escolas da região, voltadas para a inserção da educação 
ambiental com ênfase na educação para o trânsito,  no ensino formal ou não 
formal, são essenciais para a conscientização da população. 
 
Palavras-chave: bicicletas, mobilidade urbana, educação ambiental, interdisciplinar.     
  
ABSTRACT 
 
The use of the bicycle as an important vehicle of daily transport generates 
social, environmental and economic gains, including improvement of air quality, 
reducing traffic jams and regular physical activity that benefits the quality of life 
and human health. The present research aimed to make a diagnosis on the use 
of bicycles in the city of Atibaia, São Paulo, and road safety user educate on the 
role of environmental education and education for transit - of interdisciplinary 
methodological essence – on the awareness of citizens, emphasizing a safe and 
environmentally sustainable transit. The methodology used was qualitative 
exploratory type, based in a case study in the city mentioned above. We had the 
participation of teachers from elementary education, cyclists and drivers. Data 
were collected through systematic observation and interviews with the 
implementation of specific questionnaires, and we analyzed employing the 
technique of processing and tabulation categories, according to Bardin. The 
results, showed that teachers understand that environmental education is 
fundamental for building knowledge and values related to the practice of 
solidarity when in transit and respect for the environment, reason is why they 
work this theme with their students through projects and, in the disciplines, 
transversely. For cyclists and drivers, the benefits and risks of adopting bike are 
clear, however, unaware of some safety items that are required for the 
movement of bicycles and thereby endanger the physical safety of users. We 
can notice unsafe conditions studied in bike lane itself, which leads to the 
conclusion that the implementation of infrastructure already projected by the 
authorities for the current bike lane should consider encouraging the use of 
bicycles and thus provide a better quality of life and environmental sustainability 
cyclists, motorists and pedestrians. Actions in partnership with schools in the 
region, aimed at the inclusion of environmental education with emphasis on 
traffic education in formal and non-formal education, are essential to public 
awareness. 
 
Keywords: bicycles, urban mobility, environmental education, interdisciplinary. 
 
 
  
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1 Perfil das professoras que participaram da pesquisa 85 
   
Tabela 2  Perfil dos ciclistas que participaram da pesquisa 86 
   
Tabela 3 Perfil dos motoristas que participaram da pesquisa 86 
  
 
  
   
   
   
  
 
  
   
   
   
   
   
  
 
  
   
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1  Foto de um acidente envolvendo um carro e uma bicicleta na cidade 8 
 de São Paulo 
 
Figura 2  Foto de uma ciclovia obstruída por veículo na cidade de Pelotas (RS) 9 
  
Figura 3   Mapa com a Av. Gerônimo de Camargo na cidade de Atibaia  19 
 
Figura 4   Projeto de Bicicleta de Leonardo da Vinci 20 
 
Figura 5   Foto da bicicleta Draisiana do Barão Karl Friedrich Drais Von 21 
Saverbronn  
 
Figura 6  Foto da bicicleta Draisiana de McMillan 22 
 
Figura 7  Foto da bicicleta Draisiana de Michaux 23 
 
Figura 8  Foto da bicicleta Draisiana de Guilmet 24 
 
Figura 9   Foto da bicicleta Ordinaire com roda dianteira maior que a roda 24 
traseira  
 
Figura 10  Foto da bicicleta  Rover III  26 
 
Figura 11  Foto da bicicleta  Psycho 26 
 
Figura 12  Foto da bicicleta com pneu de ar comprimido  27 
 
Figura 13  Foto de Mountain Bikers em parque nos Estados Unidos 29 
 
Figura 14  Malha cicloviária da cidade de Amsterdam  30 
 
Figura 15  Foto da inauguração do Clube Atlético Paulistano 31 
 
Figura 16 Foto da Mountain Bike criada em 1980 33 
 
Figura 17 Foto de ciclistas na cidade de Governador Valadares (MG) 34 
  
Figura 18   Foto da ciclovia do Rio Pinheiros na cidade de São Paulo 37 
  
Figura 19  Foto da ciclovia Brás Leme na cidade de São Paulo 37 
 
Figura 20  Foto da ciclovia Radial Leste na cidade de São Paulo 38 
  
Figura 21  Foto da ciclovia Adutora do Rio Claro na cidade de São Paulo  38 
 
Figura 22  Foto da ciclovia Parque Linear do Alto Tietê na cidade de São Paulo  39 
 
Figura 23 Foto da ciclovia do bairro do Butantã na cidade de São Paulo 39 
  
Figura 24 Foto da ciclovia que circunda a Represa Guarapiranga na cidade de 40 
 São Paulo 
 
  
Figura 25 Foto da ciclovia Faria Lima na cidade de São Paulo  40 
  
Figura 26 Foto da ciclofaixa no bairro de Moema na cidade de São Paulo 41 
  
Figura 27 Foto da ciclorrota do bairro do Brooklin na cidade de São Paulo 42 
  
Figura 28 Foto da ciclorrota do bairro do Butantã na cidade de São Paulo 43 
  
Figura 29 Foto da ciclorrota do bairro de Moema na cidade de São Paulo  43 
 
Figura 30 Foto da ciclorrota do bairro da Lapa na cidade de São Paulo  44 
 
Figura 31 Foto da ciclorrota do bairro da Mooca na cidade de São Paulo  44 
 
Figura 32 Foto da ciclorrota do bairro da Vila Mariana na cidade de São Paulo  45 
 
Figura 33 Foto do aplicativo para celular para empréstimo de bicicletas na cidade 46 
de São Paulo  
 
Figura 34 Foto da aplicativo para celular para empréstimo de bicicletas na cidade 46 
 de São Paulo 
 
Figura 35 Mapa do sistema cicloviário da cidade de Santos 47 
 
Figura 36 Foto da ciclovia da Orla na cidade de Santos 48 
 
Figura 37 Foto da ciclovia Francisco Glicério na cidade de Santos 48 
 
Figura 38 Foto da ciclovia Av. Martins Fontes no centro histórico na cidade de 49 
 Santos  
 
Figura 39 Foto da ciclovia Santa Clara na cidade de Santos 49 
 
Figura 40 Foto da ciclovia Canal 1 no bairro Itararé na cidade de Santos  50 
  
Figura 41  Foto da ciclovia Av. Mario Covas Júnior na cidade de Santos 50 
  
Figura 42  Foto da ciclofaixa Av. Rangel Pestana no bairro Vila Mathias na cidade 51 
 de Santos 
 
Figura 43 Foto do aplicativo para celular para empréstimo de bicicletas na cidade 52 
 de Santos 
 
Figura 44 Mapa com a localização da cidade de Atibaia e região 71 
 
Figura 45 Foto do pavimento da via utilizada como ciclovia na cidade de Atibaia 72 
 
Figura 46 Foto das marcas de bicicleta no pavimento da via utilizada como 73 
ciclovia na cidade de Atibaia 
 
Figura 47 Foto da ausência de separação física entre a ciclovia e a via 74 
 
Figura 48 Foto de uma valeta ao lado da ciclovia.  74 
Figura 49 Foto da largura da via utilizada como ciclovia na cidade de Atibaia 75 
 
Figura 50 Foto de um ciclista utilizando equipamentos de segurança 76 
  
  
Figura 51 Foto de um ciclista sem nenhum equipamento de segurança 77 
  
Figura 52 Foto de um ciclista circulando sem nenhum equipamento de 78 
 segurança 
 
Figura 53 Foto de pessoas circulando na via utilizada como ciclovia na cidade de 79 
Atibaia 
 
Figura 54 Foto de um veículo estacionado na ciclovia.  80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Professoras: categoria meio ambiente. 87 
 
Quadro 2: Professoras: categoria educação ambiental. 88 
 
Quadro 3: Professoras: categoria educação ambiental no currículo escolar. 90 
 
Quadro 4: Professoras: categoria educação ambiental e prática pedagógica. 92 
 
Quadro 5: Professoras: categoria melhoria da prática pedagógica sobre educação ambiental. 94 
 
Quadro 6: Professoras: Opinião sobre os responsáveis pelo meio ambiente. 96 
 
Quadro 7: Professoras: categoria início da educação ambiental. 97 
 
Quadro 8: Professoras: categoria benefícios do uso da bicicleta. 98 
 
Quadro 9: Professoras: categoria riscos do uso da bicicleta. 100 
 
Quadro 10: Professoras: categoria importância da educação para o trânsito. 102 
 
Quadro 11: Professoras: categoria locais para trabalhar a educação para o trânsito. 103 
 
Quadro 12: Ciclistas: categoria meio ambiente. 106 
 
Quadro 13: Motoristas: categoria meio ambiente. 106 
 
Quadro 14: Ciclistas: categoria educação ambiental. 107 
 
Quadro 15: Motoristas: categoria educação ambiental. 108 
 
Quadro 16: Ciclistas: opinião sobre os responsáveis pelo meio ambiente. 109 
 
Quadro 17: Motoristas: opinião sobre os responsáveis pelo meio ambiente. 109 
 
Quadro 18: Ciclistas: categoria idade para o início da educação ambiental. 110 
 
Quadro 19: Motoristas: categoria idade para o início da educação ambiental. 111 
 
Quadro 20: Ciclistas: categoria benefícios do uso da bicicleta. 112 
 
Quadro 21: Motoristas: categoria benefícios do uso da bicicleta. 113 
 
Quadro 22: Ciclistas: categoria riscos do uso da bicicleta. 115 
 
Quadro 23: Motoristas: categoria riscos do uso da bicicleta. 115 
 
Quadro 24: Ciclistas: categoria como melhorar a circulação das bicicletas. 117 
 
Quadro 25: Motoristas: categoria como melhorar a circulação das bicicletas. 118 
 
Quadro 26: Ciclistas: Opinião sobre os fatores que desmotivam o uso das bicicletas. 120 
 
Quadro 27: Motoristas: Opinião sobre os fatores que desmotivam o uso das bicicletas. 121 
 
Quadro 28: Ciclistas: Opinião sobre os itens de segurança indispensáveis. 122 
 
Quadro 29: Motoristas: Opinião sobre os itens de segurança indispensáveis. 123 
 
 
 
  
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CET-SP Companhia de Engenharia e Tráfego 
  
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
  
CMMAD Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
  
CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
  
CPTM Companhia de Trânsito de Trem Metropolitano 
  
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente 
  
CPTM Companhia de Trânsito de Trem Metropolitano 
  
IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente 
  
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  
IBRAM  Instituto Brasília Ambiental 
  
IDS Indicadores do Desenvolvimento Sustentável 
  
IEMA Instituto de Energia e Meio Ambiente 
  
INEA Instituto Estadual do Ambiente 
  
MMA Ministério do Meio Ambiente 
  
ONU Organização das Nações Unidas 
  
ONUBR Organização das Nações Unidas no Brasil 
  
OMS Organização Mundial da Saúde 
  
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais 
  
PNMA Política Nacional do Meio Ambiente 
  
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
  
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente 
  
UE União Europeia 
 
 
 
 
 
 
 
  
SUMÁRIO 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 01 
 Problema de Pesquisa 13 
 Hipóteses 13 
 Objetivo geral 14 
 Objetivos específicos 14 
 Metodologia 15 
1 BICICLETAS 20 
1.1 Um breve histórico sobre a evolução das bicicletas 20 
1.2 As bicicletas no Brasil 30 
2 QUALIDADE DO AR E SAÚDE 53 
3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 60 
3.1 Educação Ambiental e Educação para o Trânsito 60 
4 ESTUDO DE CASO na cidade de Atibaia 70 
4.1 Caracterização da cidade 70 
4.2 Caracterização da escola 71 
4.3 Observando a ciclovia de Atibaia 72 
4.4 A pesquisa com as professoras, ciclistas e motoristas 85 
4.5 Análise das Respostas 87 
4.5.1 Professores 87 
4.5.2 Ciclistas e Motoristas 106 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES 125 
6 REFERÊNCIAS  128 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS  
PROFESSORES 138 
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CICLISTAS  
E MOTORISTAS 141 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
INTRODUÇÃO 
A mudança dos padrões de deslocamento dos habitantes 
 através do uso de meios de transporte não motorizados é  
crucial para a construção de centros urbanos com padrão  
de qualidade de vida mais elevados. A bicicleta pode ser 
um importante elemento de reconfiguração do espaço 
urbano, além de ser um vetor de melhoria ambiental. 
 
                Instituto de Energia e Meio Ambiente 
 
O que motivou a escolha do tema foi, inicialmente, sua intima relação 
com a minha área de formação: a Educação Física. Por esse motivo, é 
notório que o uso da bicicleta caracteriza uma prática de atividade física, que 
pode propiciar inúmeros benefícios para os seres humanos e para o meio 
ambiente urbano. 
 
Trata-se de um tema de relevância que está sendo amplamente 
discutido em vários países, e pelas mais diferentes áreas. A perspectiva é 
sempre buscar soluções e alternativas para diferentes formas de mobilidade 
urbana para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e para minimizar a 
poluição atmosférica dos centros urbanos provocada por veículos 
automotores. 
 
Com efeito, os níveis de poluição atmosférica gerados por veículos 
com motores a combustão nos grandes centros urbanos têm-se apresentado 
crítico em diversas partes do mundo, pelo que representa uma ameaça à 
saúde pública e ao meio ambiente. 
 
De acordo com Reis et al. (2005 p.38), “os combustíveis derivados do 
petróleo são os maiores responsáveis por poluentes aéreos tóxicos nas 
grandes cidades e por 95% da contaminação aérea por chumbo”. E continua 
o autor citado dizendo que esses poluentes são, em parte, responsáveis pelo 
efeito estufa e emissão de monóxido de carbono (CO) que, em grandes 
concentrações, podem produzir problemas respiratórios, principalmente em 
idosos e crianças 
 
Segundo Assunção e Malheiros (2005 p.62) na Região Metropolitana 
de São Paulo, os veículos contribuem com cerca de 98% da emissão de 
monóxido de carbono (CO), 97% dos hidrocarbonetos (HC) e 96% dos óxidos 
 1 
de nitrogênio (NOx); são ainda os principais responsáveis pela emissão de 
dióxido de enxofre  (   ) e material particulado inalável. 
 
Dados recentes da CETESB – Companhia Ambiental do Estado de 
São Paulo apontam que 90% da poluição atmosférica é oriunda da queima 
de combustíveis fosseis dos veículos automotores em circulação (CETESB, 
2012). 
 
Saldiva et al. (1995), realizando estudos na Região Metropolitana de 
São Paulo, no período de maio de 1990 a abril de 1991, demonstraram 
associações estatisticamente significativas entre mortalidade diária de idosos 
e poluição por partículas inaláveis, tendo observado que nos meses de verão 
essa associação foi superior. 
 
Fica evidente, pois, que os veículos automotores são, atualmente, a 
principal fonte móvel de emissão de poluentes nas grandes metrópoles 
brasileiras. O Estado de São Paulo possui hoje uma frota circulante de quase 
13 milhões de veículos, sendo estes os grandes responsáveis pela poluição 
atmosférica, seguidos pelos processos industriais e pela queima de resíduos 
(CETESB, 2013). 
 
A isso acrescentam-se os dados do IBGE (2008) demonstrando que a 
metrópole paulistana possui uma frota de 7 milhões de veículos automotores 
em circulação e uma população de 11 milhões de habitantes concentrada em 
uma área de 1.523 quilômetros quadrados. 
 
É oportuno ainda destacar os problemas relacionados com a 
mobilidade, em consequência dos congestionamentos e circulação de carros 
no espaço urbano da cidade de São Paulo que afetam também a vida do 
cidadão e têm causado um grande número de acidentes. 
 
Em 2011, no município de São Paulo, ocorreram mais de 20 mil 
acidentes de trânsito com 1.365 óbitos, sendo que 617 vítimas fatais foram 
devidas a casos de atropelamento (CET, 2011).  
 
Nesse sentido, Silveira (2010), em suas pesquisas sobre mobilidade 
sustentável na cidade de Recife, identifica vários fatores que podem induzir 
 2 
ao uso das bicicletas em vários países, inclusive no Brasil. A referida autora 
constatou os benefícios do uso desse veículo para o meio ambiente, para os 
ciclistas e para a administração pública. 
 
O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) – uma Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) tem como objetivo apoiar a 
elaboração e a implementação de políticas relativas ao meio ambiente, por 
meio da produção e disponibilização de informações para a população dentro 
de sua estratégia de atuação. Segundo esse instituto, a bicicleta é um 
importante e viável meio de transporte para os cidadãos, desde que as 
cidades apresentem infraestrutura adequada e um plano cicloviário que 
ofereça conforto e segurança para os seus usuários (BRASIL, 2010). 
 
O Ministério das Cidades, em seu Plano de Mobilidade por Bicicletas 
nas Cidades Brasileiras (2007), incentiva o uso das bicicletas nos 
deslocamentos urbanos, considerando que elas contribuem para a 
mobilidade ambientalmente sustentável, pelo fato de não provocar a poluição 
no meio ambiente urbano.  
 
Quando se trata de incluir as bicicletas nos sistemas viários das 
cidades, usualmente surgem problemas interpessoais, conflitos na ocupação 
dos espaços e dificuldades estruturais. No entanto, é possível promover 
mudanças para a distribuição equitativa dos espaços de circulação, 
promoção de programas de educação formal e não formal para o trânsito e a 
implantação de políticas públicas. Para tanto, será necessário disseminar 
saberes para o entendimento desse importante tema, no sentido de combater 
a poluição e minimizar os casos de acidentes no trânsito. 
 
Entre esses saberes, é importante levar em conta as recomendações 
da Agenda 21, que é o documento oficial da Conferência das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento, a Rio 92. Trata-se de uma Agenda Global que 
convoca para a elaboração de agendas locais nos municípios, voltadas para 
a definição de objetivos e de medidas necessárias à preservação do meio 
ambiente nas respectivas cidades. Como signatário desse documento, o 
Brasil propõe o estabelecimento de políticas nacionais do desenvolvimento 
sustentável em âmbito nacional. 
 3 
 
Na esteira da Agenda 21, a cidade de São Paulo contempla o tema 
Desenvolvimento Urbano, discute o espaço urbano e formas de ocupação, 
focando também as questões relacionadas com o trânsito e transportes 
(KIEFER, 2011). 
 
 A Agenda 21 Local do Município de São Paulo analisa a problemática 
relativa a trânsito e transportes e estabelece objetivos que visam a colaborar 
na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e do meio ambiente.  
 
No tocante à educação para o desenvolvimento sustentável, a Agenda 
21 brasileira propicia alguns temas centrais, sendo que um deles diz respeito 
às Cidades Sustentáveis. 
 
O seu capítulo 36 incentiva a formação de educadores e fornece 
informações para todos sobre a educação ambiental, uma vez que ela é 
fundamental para a mudança de valores, comportamentos e estilo de vida, 
visando a conscientização ambiental e o alcance um futuro sustentável 
(KIEFER, 2011). 
 
Com respeito à educação, a Unesco estabeleceu o período de 2005 a 
2014 como a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, que 
estabelece diretrizes, metas e ações para a educação voltada para esse 
modelo de desenvolvimento, e integrando princípios, valores e práticas a 
todos que se dedicam à aprendizagem e educação (UNESCO, 2005). 
 
Pela sua abrangência, a abordagem do tema trânsito se apresenta 
com um caráter interdisciplinar e transdisciplinar , pois pode incorporar seus 
conteúdos à várias disciplinas escolares. Com esse entendimento, a presente 
dissertação pretende propor às escolas a inserção dos cursos presencias e 
virtuais, a exemplo dos que são desenvolvidos pela CET – Companhia de 
Engenharia e Tráfego da cidade de São Paulo, que são voltados para a 
educação no trânsito. 
 
Numa volta ao passado recente, vê-se ainda, que, desde o século XIX, 
a bicicleta tem sido utilizada em várias cidades do mundo como um meio de 
 4 
transporte muito eficiente, econômico e saudável. Naturalmente, deve se 
levar em conta o contexto sociodemográfico daqueles tempos. 
 
No Brasil, a frota nacional de bicicletas, segundo a Abraciclo (2012), é 
de cerca de 70 milhões; aproximadamente uma para cada três brasileiros. 
Entretanto, apenas 24 milhões de pessoas as utilizam diariamente, o que 
representa 12% da população. 
 
Acredita-se que um dos motivos dessa situação seria a falta de 
espaços seguros destinados à circulação das bicicletas como as ciclovias ou 
ciclofaixas. De acordo com o Ministério das Cidades (2007), existiam em 
2007, no Brasil, 2.750 quilômetros de ciclovias e pretendia-se que esse 
número devesse aumentar para 10 mil quilômetros até o ano de 2011. 
 
Existem diversas pesquisas e projetos que abordam as questões em 
torno das vantagens do uso da bicicleta. Conforme a Comissão Europeia 
(2000), no livro Cidades para Bicicletas, Cidades de Futuro, são elencados 
alguns dos benefícios do uso das bicicletas para a coletividade. Tais 
benefícios abrangem a redução das horas perdidas nos congestionamentos, 
a possibilidade de uma prática de atividade física regular, a emancipação da 
cidade dos recursos energéticos não renováveis (combustíveis fósseis) e 
melhoria das condições ambientais por meio da redução da emissão de 
gases poluidores como o dióxido de carbono e o enxofre na atmosfera. Esse 
elenco inclui ainda o melhor aproveitamento dos espaços abertos, ampliando 
o contato do homem com a natureza e um maior convívio social. 
 
Cabe também insistir na preocupação com as questões ambientais 
que, na atualidade, estão norteando as ações humanas na busca do 
desenvolvimento sustentável. A importância dessa busca está explicita no 
conceito defendido Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento - CMMAD (1988). Com efeito, esse colegiado defende que 
o  desenvolvimento sustentável é a satisfação das necessidades das atuais 
gerações sem prejudicar ou por em risco as gerações futuras. E como é do 
conhecimento do público em geral, a situação do planeta não está 
promovendo a necessidade de muitos e tão pouco garantindo as 
necessidades das gerações futuras. 
 5 
 
Sem dúvida, para essa satisfação ser alcançada, o desenvolvimento 
sustentável supõe planejamento e, principalmente, a consciência de que 
alguns recursos naturais são finitos (SILVEIRA, 2010). 
 
O conceito de sustentabilidade, especificamente no tocante ao 
transporte, é contemplar as necessidades de deslocamento humano, 
considerando que esse modo de se deslocar provoca impacto no meio 
ambiente e na qualidade de vida dos indivíduos. Em termos de qualidade 
ambiental atualmente, quase todos grandes centros urbanos são 
insustentáveis no que diz respeito aos problemas de trânsito: lentidão, 
congestionamento e emissão de gases poluidores, em grande parte devido 
ao elevado número de automóveis em circulação, são alguns exemplos 
desses problemas (PORTAL DA SUSTENTABILIDADE). 
 
Como consequência, ao optar pelo uso dos meios de transporte 
motorizados individuais, as grandes metrópoles sofrem grandes impactos no 
ambiente e na qualidade de vida dos cidadãos, por causa dos frequentes 
congestionamentos e emissão de poluentes. Nesse cenário, então, a bicicleta 
surge como uma alternativa sustentável em termos ambientais. Isso significa 
atender às necessidades das gerações presentes sem comprometer o futuro 
delas; é uma solução à saúde dos atuais usuários, e que não fazem uso de 
nenhum recurso energético não renovável.  
 
Por um lado, existem diversas maneiras de, nas grandes cidades, 
minimizar os problemas da emissão de poluentes na atmosfera; uma delas é 
estimular na população o uso racional do automóvel; a outra, é investir no 
transporte coletivo. Por outro lado, fomentar o uso de transportes alternativos, 
como, por exemplo, a bicicleta que é também uma importante medida de 
caráter ambiental (SILVEIRA, 2010). 
 
Delabrida (2004) cita que a bicicleta é o mais eficiente veículo de 
propulsão humana já criado pelo homem, pois é um meio de locomoção não 
poluidor, econômico, com baixo custo de manutenção, facilmente integrável a 
outros meios de locomoção, acessível a todos, independentemente da classe 
social, gênero ou idade. 
 6 
 
Se o uso da bicicleta é uma louvável iniciativa, não é preciso que ela 
se transforme em mecanismo de desgraça. Nesse sentido, a sua adoção 
deve ocorrer no âmbito da mobilidade urbana para as cidades que 
apresentem condições para isso; e não apenas para o lazer e recreação aos 
finais de semana.  
 
Pezzuto e Sanches (2011), apontam os fatores positivos e negativos 
que, de modo geral, mais influenciam a adoção das bicicletas como principal 
meio de transporte, são o conforto, a segurança, o conflito com os veículos 
motorizados e a vulnerabilidade aos acidentes. Ainda de acordo com as 
referidas autoras, no Brasil e em outros países, os automóveis são símbolos 
de status. No contexto desse modo de pensar, as bicicletas não são 
consideradas como opção de mobilidade urbana; são usadas exclusivamente 
para recreação. Portanto, deve-se incentivar o seu uso, valorizando esse 
veículo também como uma alternativa para um transporte mais ágil nas 
grandes cidades e mais saudável, obviamente levando-se em consideração 
as condições de segurança que a cidade oferece ao ciclista.  
 
 Esse item é muito importante, uma vez que a falta de segurança é um 
fator preponderante na não adoção das bicicletas como principal meio de 
transporte no Brasil. Segundo o site do Departamento Nacional de Trânsito 
do Governo Federal, ocorreram, no ano de 2012, um total de 403.278 
acidentes de trânsito com vítimas. O número de vítimas fatais foi de 20.604, 
sendo que 2.468, ou 12%, eram ciclistas; já o total de vítimas não fatais foi de 
501.829 e, desse número, 79.482, ou 16%, eram ciclistas (Figura 1). 
 
 7 
 
Figura 1 – Foto de acidente envolvendo um carro e uma bicicleta na cidade de São Paulo (2012).                       
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1071029-acidente-deixa-um-ciclista-morto-
na-zona-oeste-de-sp.shtml 
 
 
Esse elevado número de acidentes envolvendo ciclistas ocorre entre 
outras causas, pela falta de faixas seguras especialmente a eles destinados. 
Essa realidade faz com que os usuários das bicicletas também tenham que 
“lutar” por um espaço entre os carros, motos, ônibus, caminhões e todos os 
tipos de veículos motorizados, que crescem em progressão geométrica, 
tornando os deslocamentos diários, mesmo os mais simples, verdadeiras 
epopeias. 
 
Pezzuto e Sanches (2002) ressaltam que usar as bicicletas como 
principal meio de locomoção gera benefícios pessoais, sociais e econômicos, 
melhorando a qualidade de vida dos indivíduos, e a harmonia da cidade. 
Entretanto, para que isso aconteça efetivamente, são necessárias políticas 
públicas que incentivem e favoreçam o uso desse meio de transporte, 
alterando alguns aspectos da atual realidade. Os mais significativos dizem 
respeito à segurança, e às ações de educação para o trânsito e à educação 
ambiental a começar já nos bancos escolares. 
 
 8 
Pessoa (1997) esclarece que a questão da segurança dos ciclistas 
deve envolver soluções para enfrentar a sua latente fragilidade e 
vulnerabilidade, causadas pelo sistema viário urbano. 
 
Estudos realizados por Assunção et al. (2005), na cidade de Pelotas 
(RS), mostraram que existem nessa cidade aproximadamente, 18 mil 
trabalhadores que utilizam a bicicleta como meio de transporte em seus 
deslocamentos para o trabalho. Também mostraram que ainda é muito 
grande a ocorrência de acidentes entre esses usuários, principalmente 
devido ao não uso de equipamentos de segurança, tais como o retrovisor e a 
buzina. 
 
Bacchieri (2004) afirma que, mesmo com a grande utilização das 
bicicletas como meio transporte na referida cidade de Pelotas, o seu sistema 
cicloviário não oferece uma infraestrutura adequada e segura; esse fato torna 
as ocorrências de trânsito, envolvendo ciclistas mais frequentes e com maior 
gravidade (Figura 2). 
 
 
Figura 2 – Foto de uma Ciclovia obstruída por veículo na cidade de Pelotas – RS (2005).  
        Fonte:http://www.diariopopular.com.br/index.php?n_sistema=3056&id_noticia 
 
 9 
Uma vez solucionados os problemas de segurança, pode-se afirmar 
que, como diz o Instituto de Energia e Meio Ambiente, a mudança dos 
padrões de deslocamento da população para veículos não motorizados é de 
suma importância para a elevação dos níveis de qualidade de vida nos 
centros urbanos. A bicicleta pode ser o agente de reconfiguração do espaço 
urbano, além de promover a qualidade do meio ambiente e a qualidade de 
vida (BRASIL, 2010). 
 
Para Nahas (2006), qualidade de vida é a sensação de um tipo de 
bem-estar individual que se manifesta em função de parâmetros 
socioculturais e ambientais determinados  pelas condições em que o 
indivíduo vive. 
 
Pode-se ver então, que esse entendimento de qualidade de vida 
envolve diferentes variáveis, inclusive a atividade física. No tocante a essa 
variável ela está intimamente relacionada com a saúde, com o combate ao 
estresse, com o conforto e segurança durante a sua execução. Portanto, os 
benefícios psicológicos e fisiológicos da prática de uma atividade física 
regular contribuem para o equilíbrio físico e mental dos indivíduos, com 
repercussão no equilíbrio de toda a sociedade. 
 
Como citado no início dessa introdução, trata-se de uma questão 
importante a ser considerada no que diz respeito ao uso da bicicleta, em 
função do benefício na qualidade de vida, dado o elevado grau de atividade 
física proporcionado pelo seu uso regular. 
 
As circunstâncias e o ritmo da vida moderna propiciam o estresse, a 
má nutrição e a ausência da prática de uma atividade física regular; sem 
dúvida aumentam os índices de doenças cardiovasculares e cerebrais. Silva 
(2008) advoga que a atividade física reduz os efeitos do estresse 
descarregando essa energia e voltando a mente para algo que o ajude a 
relaxar. 
 
Assim, a saúde depende de diversos fatores, podendo-se com certeza, 
incluir a prática regular de atividades físicas.  
 
 10 
Ascobike (2009) assegura que pedalar é uma atividade física que 
melhora a função cardiovascular e a circulação, aumenta o tônus muscular. É 
uma prática com baixo impacto nas articulações, o que diminui muito o risco 
de lesões. Reduz também a chance de obesidade, doenças coronárias, 
diabetes, ansiedade e depressão. 
 
Entre esses atributos, pode-se ainda acrescentar que também gera 
benefícios sociais, potencializando o contato “real” entre as pessoas, 
melhorando a integração, interação e socialização entre elas, aspectos 
esses, cada vez mais raros na atualidade. 
 
É evidente que os benefícios pelo uso da bicicleta depende do grau de 
conscientização dos cidadãos. Entretanto, além da conscientização, é 
necessário que os governantes apresentem políticas concretas que 
estimulem seu uso, pois, como se sabe, as cidades não foram planejadas e 
nem cresceram levando em conta a existência das bicicletas.  
 
Para Proença e Raia Jr. (2005), a adoção das bicicletas passa pelo 
estabelecimento de políticas públicas voltadas para seu uso com segurança. 
Infelizmente, não é o que acontece em São Paulo, como se pode ler e achar 
estranho o que foi publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo do dia 
11 de julho de 2012. O autor da matéria não aconselha o uso das bicicletas 
como forma de mobilidade dentro da cidade; apresenta como argumento o 
gasto anual de R$ 3,2 milhões com a internação das vítimas de acidentes 
envolvendo bicicletas. 
 
Inúmeras cidades do Brasil passam por um período de crise de 
mobilidade urbana, surgindo, assim, programas de incentivo para que as 
pessoas usem bicicletas nos finais de semana. Essa crise pode ser o 
momento oportuno para que a população exija das autoridades municipais, 
políticas viárias mais seguras para viabilizar o use de bicicletas como meio de 
transporte normal a fim de minimizar os problemas de trânsito nas grandes 
cidades. Tal adoção irá promover a prática de uma atividade física regular 
que pode gerar benefícios futuros na qualidade de vida dos indivíduos e no 
meio ambiente. 
 
 11 
A presente dissertação é dividida em cinco partes, compreendendo, 
ainda, a introdução, o problema de pesquisa, as hipóteses, os objetivos e a 
metodologia. A primeira parte apresenta um breve histórico da evolução das 
bicicletas no mundo e no Brasil e exemplos de ciclovias no Estado de São 
Paulo. A segunda parte abordou a qualidade do ar e a saúde relatando os 
efeitos dos poluentes na saúde pública. Já a terceira parte, focaliza a 
importância da Educação Ambiental e a Educação no Trânsito, destacando a 
Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n° 9.795/99), a nova Resolução 
do MEC que oficializa a inserção da dimensão ambiental na grade curricular 
de todos os cursos a nível nacional e também a Agenda 21. A quarta parte 
relata o desenvolvimento e os resultados da pesquisa que foi desenvolvida 
no município de Atibaia, junto a professoras de uma escola particular, 
ciclistas, motoristas e funcionários da prefeitura da cidade. Nas 
considerações finais, são apresentados resumidamente os principais 
resultados obtidos, com base na realidade pesquisada. E por fim, a quinta 
parte contempla as referências utilizadas nessa dissertação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
Problema de Pesquisa 
 
Ao observar a tendência de uso das bicicletas como meio de 
locomoção, no dia a dia de moradores da cidade de Atibaia, a pesquisa 
focaliza os seus impactos positivos e negativos para os usuários.  
 
Em decorrência dessa questão, procurou-se refletir sobre o papel da 
educação ambiental no desenvolvimento de campanhas de conscientização 
da população quanto à segurança de ciclistas e pedestres dessa cidade. 
Assim, pretende-se obter respostas para os seguintes questionamentos: 
 
O desenvolvimento de programas de educação ambiental nas escolas 
poderá contribuir com conhecimentos que levem os alunos à práticas de 
solidariedade no trânsito e respeito ao meio ambiente? 
 
Existem ações da prefeitura de Atibaia, em forma de projeto, visando 
um trânsito mais seguro e ambientalmente sustentável? 
 
 
Hipóteses 
 
O uso da bicicleta pode melhorar a qualidade de vida das pessoas em 
cidades que detêm estruturas de segurança onde o ar tem padrões de 
qualidade dentro dos níveis desejados, sendo uma alternativa de mobilidade 
ambientalmente sustentável, contribuindo para manter essa qualidade ou 
para reduzir a poluição atmosférica. 
 
A educação ambiental (formal e não formal) poderá contribuir para 
estimular a participação da comunidade de ciclistas e pedestres no 
desenvolvimento de relações solidárias, voltadas para a melhoria dos 
problemas do transporte coletivo no trânsito da cidade de Atibaia. 
 
Com base nas hipóteses e pressupostos estabelecidos, pretende-se 
atingir os seguintes objetivos: 
 
 
 13 
Objetivo geral 
 
 Elaborar um diagnóstico da utilização de bicicletas na cidade de 
Atibaia (SP) e, como consequência, refletir sobre o papel da Educação 
Ambiental na conscientização dos cidadãos com ênfase no trânsito seguro e 
sustentável em termos ambientais. 
 
 
 
Objetivos específicos 
 
Identificar e analisar o sistema que atualmente é utilizado como uma 
ciclovia não oficial da cidade, e a infraestrutura de segurança relacionada 
com o trânsito de bicicletas na cidade de Atibaia. 
 
 Conhecer a percepção de professores, ciclistas e motoristas em 
relação aos benefícios e riscos do uso da bicicleta para a qualidade de vida 
dos indivíduos e para o meio ambiente, bem como os malefícios pelos riscos 
para a integridade física do ciclista. 
 
Propiciar conhecimentos teóricos sobre a origem da bicicleta e a sua 
evolução ao longo da história, visando a colaborar com o processo educativo 
em relação à prática ciclística.  
 
 Investigar a existência de programas, projetos ou campanhas de 
Educação Ambiental e de Educação para o Trânsito na prefeitura e na 
comunidade escolar a ser estudada com ênfase nas atividades lúdicas 
(teatro, música, canto, entre outros). 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Metodologia 
 
O presente trabalho teve início com uma revisão bibliográfica acerca 
dos temas abordados. Em seguida, optou-se por fazer uma pesquisa 
qualitativa do tipo exploratória, com um estudo de caso na cidade de Atibaia, 
no Estado de São Paulo.  
 
A opção pela pesquisa qualitativa de caráter exploratório se deve ao 
fato de proporcionar maior familiaridade com o problema estudado para 
desse modo torná-lo explícito ou possibilitar a construção de hipóteses. Ela 
utiliza não só o levantamento bibliográfico como também as entrevistas com 
pessoas que tiveram experiências com o problema pesquisado. Assume, 
muitas vezes, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso (GIL, 
1991). 
 
Esse tipo de pesquisa é recomendada quando não há muitos estudos 
e conhecimentos sobre o problema a ser investigado. 
 
De acordo com Minayo (1994) a abordagem qualitativa trabalha com 
um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, 
o que corresponde a um espaço mais profundo nas relações, dos processos 
e dos fenômenos. 
 
Segundo Severino (2007), a pesquisa exploratória objetiva levantar 
informações acerca de um determinado objeto, delimitando, assim um campo 
de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. 
 
Para Ventura (2007), o estudo de caso por sua vez objetiva  investigar 
um caso específico, delimitado e contextualizado em tempo e lugar, 
possibilitando uma busca circunstanciada de informações. Além disso, André 
e Ludke (1986) acrescentam que as características desse método permitem 
compreender melhor a manifestação geral de um problema; isso porque as 
ações e percepções das pessoas devem ser relacionadas com uma situação 
específica onde elas ocorrem. 
 
 15 
Para Yin (2010), o estudo de caso é indicado para a análise de 
eventos contemporâneos, sendo possível uma investigação de caráter 
exploratório, proporcionando uma análise profunda do fenômeno. 
 
De acordo com André (2005), o conhecimento oriundo de um estudo 
de caso é diferente, pois é mais contextualizado e concreto, voltado para a 
interpretação do leitor e pautado em seus conhecimentos. Cita ainda a autora 
que o estudo de caso é constituído de três etapas: exploratória, coleta de 
dados e interpretação dos dados e elaboração do relatório. 
 
Participaram dessa pesquisa cinco professoras de uma escola 
particular da cidade da Atibaia, e também cinco ciclistas e cinco motoristas. 
De igual modo foram utilizados os documentos disponibilizados pela 
prefeitura do município sobre o projeto da nova ciclovia. 
 
Os dados sobre a percepção de professores, ciclistas e motoristas 
acerca da educação ambiental e dos riscos inerentes ao trânsito e dos 
benefícios do uso das bicicletas para a qualidade de vida e para o meio 
ambiente foram coletados mediante um questionário semiestruturado 
(Apêndice A e B); por meio de observação sistemática também foi 
investigada a faixa que atualmente é utilizada como ciclovia na cidade. 
 
Foram esclarecidos aos participantes da pesquisa os objetivos da 
pesquisa e as informações acerca de como proceder para responder as 
questões. Em seguida foi entregue um termo de consentimento livre e 
esclarecido para que esses participantes autorizassem o uso dos dados 
obtidos para os fins da pesquisa, respeitando o anonimato dos indivíduos que 
participaram da pesquisa. 
 
A aplicação do questionário foi feita seguindo as instruções 
preestabelecidas.  
 
Foi realizado, inicialmente, um estudo piloto para adequar melhor as 
questões para às entrevistas e aos questionários. De acordo com Fernandes 
(2004), o sucesso de uma pesquisa, acerca da percepção ambiental, está 
intimamente relacionado com a qualidade do questionário adotado. 
 
 16 
Segundo Gil (2007), a elaboração do questionário pressupõe a 
tradução dos objetivos da pesquisa em questões específicas. 
 
Um questionário é um instrumento de coleta de dados e informações, 
baseando-se na inquisição de um grupo significante da população para o 
estudo (ATENA, 2009). 
 
Advogam Lakatos e Marconi (2007) que o questionário é um 
instrumento de coleta de dados que atinge um número significativo de 
pessoas, utilizando pouco tempo e pessoal, obtendo respostas mais precisas, 
dada a não interferência do pesquisador e do anonimato. Complementam os 
referidos autores que as possíveis desvantagens desse instrumento são a 
baixa devolução e o alto número de questões em branco ou mal 
compreendidas. 
 
Quatro das nove perguntas do questionário para ciclistas e motoristas 
foram de múltipla escolha e as cinco restantes eram questões abertas. Já no 
questionário das professoras, cinco das dez perguntas eram de múltipla 
escolha e cinco questões abertas. Algumas das perguntas eram comuns  a 
ambos os grupos. 
 
Após a aplicação e devolução dos questionários por parte dos sujeitos 
da pesquisa, iniciou-se a primeira leitura fluente, a tabulação e análise das 
respostas, as quais serviram para a classificação em categorias e 
subcategorias. 
 
Para Minayo (1994), a análise dos dados conduz à teorização, 
confrontando a abordagem teórica anterior e o que a abordagem de campo 
aportar de singular. 
 
O método escolhido para essa pesquisa foi a análise de conteúdo que 
segundo Gil (2007), é composto por três etapas: 
 
1) Pré-análise: escolha dos documentos, formulação de hipóteses e 
preparação do material para análise. 
2) Exploração do material: escolha das unidades, enumeração e 
classificação das respostas obtidas. 
 17 
3) Tratamento dos resultados: tratamento, inferência e interpretação dos 
dados. 
 
De acordo com Bardin (2004), tratar o material é codificá-lo, 
transformar o recorte para atingir a representação do conteúdo. Esse 
conteúdo significativo é chamado de unidade de registro, no qual o tema ou a 
palavra são utilizados para a elaboração de categorias.  
 
A unidade de registro é o menor recorte de ordem semântica que se 
obtêm do texto. Ela pode ser uma palavra-chave, um tema ou um objeto. 
 
Complementa a autora que categorizar é o processo de transformação 
sistemática de dados brutos, agregados em unidades que possibilitem uma 
exata descrição das características relevantes ao conteúdo. O que permite 
esse agrupamento é a parte comum presente entre eles (unidade de 
registro). 
 
A pesquisa  de campo foi realizada na cidade de Atibaia no Estado de 
São Paulo, em dois locais: na Avenida Gerônimo de Camargo para a 
observação sistemática da via que é utilizada como ciclovia e em uma escola 
particular do município de Atibaia (Figura 3). 
 
Essa via que atualmente é utilizada como ciclovia na cidade de Atibaia 
tem aproximadamente 9 km de extensão, iniciando-se na saída 72 da rodovia 
Fernão Dias e passando por diversos bairros da cidade.  
 
A cidade de Atibaia foi selecionada devido ao problema de falta de 
segurança no trânsito no espaço onde circulam os ciclistas com as bicicletas 
na cidade, e também pela existência de um projeto de construção de 
ciclovias oficiais e ainda de um projeto de educação para o trânsito em 
escolas municipais. 
 
 
 18 
 
Figura 3 – Mapa com a Avenida Gerônimo de Camargo na cidade de Atibaia.  
Fonte: maps.google.com 
 
 
A observação é um instrumento de coleta de dados, onde não basta 
apenas ver ou ouvir, é preciso também examinar os fatos ou fenômenos que 
se desejam estudar. É um dos elementos da investigação científica, utilizado 
na pesquisa de campo como abordagem qualitativa (BUY, 2013). Ainda 
segundo essa mesma autora, a observação ajuda o pesquisador a obter 
provas a respeito de aspectos e objetivos sobre os quais os indivíduos não 
têm consciência, mas que norteiam o seu comportamento.  
 
Aferem Lakatos e Marconi (1999) que a observação é considerada 
sistemática quando o pesquisador sabe o que procura, é  objetivo e elimina a 
sua influência sobre aquilo que vê e registra. 
 
 
 
 
 
 19 
1  BICICLETAS  
 
1.1 Um breve histórico sobre a origem e a evolução das bicicletas 
 
São diversas as hipóteses acerca de quando e por quem a bicicleta foi 
criada. Dentre elas, pode-se citar a hipótese de que foi criada em 1791 pelo 
conde francês J.H. De Civrac e batizada de Celerífero (BUSTOS, 2006) 
 
As bicicletas existem há mais de 500 anos. De acordo com Pequini 
(2000), o primeiro projeto conhecido é atribuído a Leonardo da Vinci e data 
do ano de 1490 (Figura 4). 
 
 
Figura 4 – Projeto de bicicleta de Leonardo da Vinci (1490).  
        Fonte:http://bikeemocao.blogspot.com.br/2012/07/a-historia-da-bicicleta.html 
 
 
Alguns desenhos feitos por ele foram descobertos no ano de 1966 por 
monges italianos, durante um trabalho de restauro dos manuscritos de da 
Vinci. Esse projeto de da Vinci continha os elementos básicos de uma 
bicicleta, que são as duas rodas, sistemas de propulsão e direção e um 
banco (RAU, 2012). 
 
O objetivo do presente capítulo é relatar um breve histórico sobre a 
origem e a evolução das bicicletas. Por ser breve, cumpre ressaltar que irá 
iniciar no século XIX por ser esse um período no qual as mudanças com 
 20 
relação à segurança das bicicletas foram mais relevantes e significativas, 
graças ao surgimento de novas técnicas e às necessidades sociais que 
emergiram nessa ocasião.  
 
 
 
Século XIX 
 
A maioria dos pesquisadores considera a Draisiana (Figura 5), como o 
modelo mais antigo da bicicleta moderna. Foi criada e patenteada pelo 
alemão barão Karl Friedrich Drais Von Saverbronn em 1817. Era feita de 
madeira e possuía um simples sistema de freios e regulagem para o selim; 
não tinha pedais e a locomoção era feita por meio de impulsos dados pelos 
pés no chão. Ela foi concebida para percorrer rapidamente pequenas 
distâncias (SILVA, 2008). 
 
 
 
 
Figura 5 – Foto da bicicleta Draisiana do barão Karl Friedrich Drais Von Saverbronn (1817).  
Fonte: http://webventureuol.uol.com.br/comunidade/blog/home/id/7/idPost/6596/t 
 
Sua utilização era simples. O indivíduo sentava-se no selim, apoiava 
os pés no chão e andava ou corria até conseguir equilibrar-se, levantando os 
pés e aproveitando o embalo. 
 
 21 
No ano de 1838, um ferreiro escocês chamado Kikpatrick McMillan 
conseguiu fazer algo que o barão Karl Friedrich não fez, ou seja, conectou 
duas manivelas na parte dianteira ligadas à roda traseira, criando, assim, o 
modelo de bicicleta com tração traseira que é utilizada nos dias atuais 
(SILVA, 2008). (Figura 6) 
 
 
 
Figura 6 – Foto da bicicleta Draisiana de McMillan (1855).  
 Fonte: http://www.revistafullspeed.com/historia_de_la_bicic.html 
 
 
Esse modelo, assim como a Draisiana, também não tinha pedais, o 
que dificultava o seu controle e a propulsão. O primeiro pedal surgiu no ano 
de 1855, criado por um francês de nome Ernest Michaux. Esse pedal era 
ligado à roda dianteira de um veículo que possuía também duas rodas 
traseiras, chamado velocípede (MACEDO, 2011). 
 
Já em 1861, Pierre Michaux e seu filho Ernest - que anos antes havia 
criado os pedais - receberam uma Draisiana para consertar e, ao notarem a 
dificuldade que o uso das manivelas gerava, trocaram-nas por pedais 
acoplados à roda dianteira (PAPADOPOULOS; WILSON, 2004, apud NERY, 
2013). (Figura 7) 
 
Segundo Pequini (2005), esse foi um passo importantíssimo para 
chegarmos ao atual modelo de bicicletas.  
 22 
 
Figura 7 – Foto da bicicleta Draisiana de Michaux (1861).  
Fonte:http://antonio-historiaviva.blogspot.com.br/2012/01/historia-quem-
inventou-bicicleta.html 
 
 
Outro francês, o relojoeiro Guilmet, no ano de 1869, separou a direção 
da propulsão. Ele criou a tração traseira, usando correntes, e posicionou o 
selim entre as duas rodas para que, podendo apoiar os pés nos pedais, os 
usuários tivessem maior segurança (BELOTTO, 2009). (Figura 8) 
 
 
 
 23 
 
Figura 8 – Foto da bicicleta Draisiana de Guilmet (1869).  
Fonte: Rauck (apud PEQUINI, 2000) 
 
Nessa época, as bicicletas que eram chamadas de ordinaires, tinham 
as rodas dianteiras cada vez maiores, permitindo ao usuário atingir uma boa 
velocidade com um relativo conforto. Mas, em contra partida, as quedas se 
tornaram cada vez mais frequentes e graves. Por isso, o tamanho máximo 
que a roda dianteira poderia atingir era exatamente o tamanho da pessoa que 
iria conduzi-la (Figura 9). 
 
 
Figura 9 – Ordinaire com roda dianteira maior que a roda traseira.  
Fonte: http://www.cyclorama.net/viewArticle.php?id=162 
 24 
As rodas altas eram consideradas um símbolo de status, pois quem as 
guiava ficava acima dos outros numa postura de superioridade. Essa 
característica da roda dianteira proporcionou alguns anos mais tarde (em 
1890) a criação da bicicleta de segurança, considerada a “prévia” da bicicleta 
moderna. Essas bicicletas também modificaram outro aspecto social, 
possibilitando às mulheres conduzirem veículos de maneira autônoma, algo 
que não era permitido com os cavalos e carroças (KYLE, 2004, apud 
PEQUINI, 2000). 
 
Foi ainda nessa época que, pelo aumento da velocidade e do número 
de acidentes envolvendo as bicicletas, foi criado um sistema de frenagem 
que funcionava quando o indivíduo acionava uma alavanca pressionando um 
pedaço de metal contra a roda, gerando atrito entre elas e desacelerando o 
movimento. Porém o problema era o grande desgaste causado ao pneu e a 
sua ineficiência em pisos molhados ou escorregadios (PATTERSON, 2004, 
apud PEQUINI, 2000). 
 
No final do século XIX, mais precisamente no ano de 1885, foi criada 
por James K. Starley a bicicleta “Rover III”, considerada a primeira bicicleta 
moderna (Figura 10). 
 
Ela foi substituída em 1887 pelo modelo Psycho que era um upgrade 
da “Rover III”. Nela, o selim ficava entre as duas rodas (que já eram bem 
menores que as das ordinaires), sendo considerada segura para a 
locomoção (Figura 11). 
 
Essa bicicleta ficou conhecida como safety bike ou, em português, 
bicicleta de segurança. 
 
Nessa trajetória, a segurança ganha sempre mais importância, pois as 
pessoas cada vez mais utilizam suas bicicletas para o lazer e para o trabalho 
(NIEROP, 1997, apud PEQUINI, 2000). 
 
 25 
 
 Figura 10 – Foto da bicicleta Rover III (1885).   
 Fonte: http://www.4rodas1volante.com/2009 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Foto da Bicicleta Psycho (1887).  
Fonte: http://www.flickr.com/photos/16nine 
 
 
Ainda no tocante à segurança e ao conforto, outra invenção de suma 
importância para a melhoria de ambas surgiu no ano de 1888: o pneu feito 
com câmaras de ar comprimido, criado por John Boyd Dunlop (Figura 12). 
 
 26 
Antes disso, os pneus eram feitos de borracha sólida ou, em alguns 
casos, até de couro, o que dificultava o controle, a estabilização e a 
frenagem. 
 
Essa criação de Dunlop é tida como o fim do modelo antigo e o início 
do modelo moderno. 
 
 
Figura 12 – Foto da bicicleta com pneu de ar comprimido (1888).  
Fonte:   http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=14739352 
 
 
Assim, segundo Cushman (apud PEQUINI, 2000), a bicicleta atingiu 
seu modelo moderno e definitivo constituído por transmissão via corrente, um 
quadro no formato de diamante e dotada de pneus infláveis. 
 
 Século XX 
 
Durante a passagem do século XIX para o século XX, as bicicletas 
alcançam seu primeiro ápice de popularidade, sendo usadas como meio de 
divulgação de moda na Inglaterra e na França. Isso fez com que, na Europa, 
as indústrias passassem a trabalhar mais para atender a essa nova 
demanda. 
 
 27 
Já nos primeiros anos do século XX, com o crescimento vertiginoso da 
produção automobilística nos países industrializados como Inglaterra, França 
e Estados Unidos, as bicicletas se tornaram parte do cotidiano da população 
em geral, graças ao fácil acesso a elas pela classe trabalhadora, passando a 
ser consideradas veículos das massas, perdendo todo o seu glamour anterior 
(COMISSÃO EUROPEIA, 2000). 
 
Alguns países socialistas, adotaram as bicicletas por serem 
econômicas e por atenderem aos requisitos básicos para o transporte dos 
indivíduos. Segundo Bustos (1989), um bom exemplo é a China onde essa 
indústria se tornou sólida e consistente. 
 
Complementa o autor que, do final do início da Primeira Guerra 
Mundial até a década de 1960, a indústria de bicicletas europeia exportou um 
número altíssimo de unidades para países como a Índia, colonizada pela 
Inglaterra e impregnada por seus costumes e sua cultura. 
 
Os países da Ásia conseguem aumentar a sua participação no 
mercado mundial na década de 1970, representados por Japão, Taiwan e, 
principalmente, pela China, onde a bicicleta é o meio de transporte mais 
utilizado. Imbuídos de uma perspectiva ambientalista de proteção e 
preservação do meio ambiente e “armados” da mais nova criação da indústria 
norte-americana, as mountain bikes, os adeptos das bicicletas passam a 
utilizá-las nos parques e reservas florestais para descerem as montanhas 
fazendo manobras extremamente radicais (Figura 13). 
 
 28 
 
Figura 13 – Foto de Mountain bikers em parque nos Estados Unidos.  
Fonte: http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=14739352 
 
 
Essas mountain bikes invadiram, inclusive, a Europa, de tal maneira 
que, no início da década de 1990, um grande fabricante enfrentou enormes 
dificuldades em satisfazer à demanda excessiva, não conseguindo atender a 
todos os pedidos recebidos (PEQUINI, 2000). 
 
Século XXI 
 
Em países como a Holanda e a Dinamarca, grande parte da população 
utiliza as bicicletas como principal meio de locomoção. Em Amsterdam 
existem 400 quilômetros de ciclovias e mais de 20 mil quilômetros em todo o 
país (Figura 14). Isso reflete uma maior adesão, segurança e qualidade de 
vida para a população, fazendo com que hoje em dia 40% das pessoas usem 
suas bicicletas para trabalhar diariamente. 
 
 
 29 
 
Figura 14 – Malha cicloviária da cidade de Amsterdam.  
          Fonte: pt.mapatlas.org/Holanda/Amsterdam/20061/mapas 
 
 
1.2  As bicicletas no Brasil 
 
Informações disponíveis acerca da chegada das bicicletas no Brasil 
são escassos, o que justifica a falta de mais estudos e pesquisas nessa área. 
 
De acordo com Bustos (1989), as bicicletas chegaram até nós na 
última metade do século XIX. Por terem um alto custo, eram adquiridas 
apenas pelas pessoas que tinham maior poder aquisitivo. Elas eram 
 30 
utilizadas em uma praça de esportes que possuía dois velódromos, 
construída por dona Veridiana da Silva Prado, na cidade de São Paulo. 
 
Com essa diversão, o número de praticantes do ciclismo aumentava e 
os resultados começam a aparecer no ano de 1896 quando Prado Júnior 
bateu o recorde sul-americano nos 1.100 metros. Em 1900, sob a sua batuta, 
um grupo de praticantes aluga o velódromo e fundam o Clube Atlético 
Paulistano (Figura 15). 
 
Mas, mesmo assim, as bicicletas continuavam a ser um objeto 
acessível a poucas pessoas. 
 
 
Figura 15 – Foto da Inauguração do Clube Atlético Paulistano (1900).  
Fonte: http://esporte.uol.com.br/olimpiadas/modalidades/ciclismo/historico_br 
 
 
Apenas no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) esse quadro 
mudou, tornando a bicicleta acessível a todos, aumentando sua 
popularidade. Isso aconteceu no fim do Estado Novo (1937-1945) quando a 
abertura política da época de Getúlio Vargas gerou um aumento nas 
importações e, assim, elas chegavam em maior quantidade, oriundas 
 31 
principalmente do continente europeu (VASCONCELOS, 2000). As bicicletas 
passaram a ser as responsáveis pela locomoção das classes trabalhadoras, 
assumindo um papel importante na sociedade brasileira. 
 
No ano de 1948, duas grandes fabricantes de bicicletas iniciaram suas 
atividades no Brasil. Uma delas foi a Monark que, no dia 1o de abril de 1948, 
iniciou a montagem em território nacional de bicicletas que vinham da Suécia, 
passando, em seguida, a serem produzidas aqui na década de 1950. A 
segunda fabricante foi a Caloi que, em 10 de abril de 1948 requereu o 
registro para a abertura de sua fábrica. 
 
Segundo Macedo (2011), a Caloi foi fundada por Luigi Caloi em 1898, 
operando inicialmente como oficina e empresa de representação. Após a 
Segunda Guerra Mundial, a empresa também passou a fabricar suas próprias 
bicicletas em território brasileiro. 
 
Mas, apesar desses avanços, a indústria brasileira ainda não 
conseguia atingir o mesmo nível de qualidade e preço das bicicletas 
importadas. 
 
Esse cenário se modificou em 1953 quando o governo decidiu 
aumentar a taxação dos bens de produção importados, atingindo com isso o 
mercado de importação de bicicletas e diminuindo drasticamente o número 
de unidades importadas. Nessa época, com a queda no preço do combustível 
os carros passaram a ser mais acessíveis, reduzindo, assim, a procura pelas 
bicicletas. 
 
Na metade da década de 1970, a Caloi atingiu seu maior índice de 
crescimento, passando, inclusive, a exportar bicicletas para países dos quais 
antes importava. Um de seus produtos mais famosos foi a Mobilette, um 
ciclomotor que fez muito sucesso até o final da década de 1980 (MACEDO, 
2011). 
 
A mountain bike criada pelos norte-americanos em meados dos anos 
de 1980, foi produzida no Brasil pela Caloi, sendo ela seu grande sucesso de 
vendas na década seguinte, principalmente para o público infanto-juvenil 
(SILVA, 2008) (Figura 16). 
 32 
Foi nesse período que a empresa abriu uma filial no Estado da Flórida 
(EUA), adentrando, inclusive, o segmento do Fitness, lançando sua própria 
linha de bicicletas para ginástica (CALOI, apud PEQUINI, 2005). 
 
Sua concorrente, a Monark, nessa época passou de importadora e 
montadora para uma empresa fabricante, ampliando e modernizando seus 
equipamentos e instalações (MONARK, apud PEQUINI, 2005). 
 
O governo brasileiro, aproveitando o crescimento da indústria das 
bicicletas, e com a crise do petróleo no início da década de 1980, sugere à 
população a adoção das bicicletas como principal meio de transporte. Mas, 
sem os adequados programas de incentivo, a mudança sugerida não foi 
efetiva (SILVEIRA, 2010). 
 
Passados vinte anos, ocorreram algumas mudanças com relação às 
políticas públicas envolvendo as bicicletas. Existe uma preocupação dos 
órgãos responsáveis com relação à conscientização da população, mas 
ainda faltam aspectos de melhorias na segurança e infraestrutura com 
relação ao seu uso. 
 
 
Figura 16 – Foto da mountain bike criada em 1980.  
Fonte: http://www.oldmountainbikes.com/catalogs/mountainbikes/1980/ 
 
 
Como exemplo, pode-se citar a cidade mineira de Governador 
Valadares que tem uma população de 270 mil habitantes e existe o mesmo 
 33 
número de bicicletas (Figura17). Nessa cidade, a grande maioria da 
população a utiliza diariamente para os mais variados fins, desde levar os 
filhos para a escola até fazer compras (PORTAL R7, 2013), 
 
Figura 17 – Foto de ciclistas na cidade de Governador Valadares (MG).  
Fonte:http://www.hojeemdia.com.br/minas/bicicleta-e-uma-opc-o-
cultural-em-governador-valadares 
 
O motivo de tantas pessoas elegerem a bicicleta como principal meio 
de locomoção, segundo os próprios moradores, deve-se ao fato de a cidade 
ser totalmente plana e possuir um espaço adequado e seguro, destinado 
para a circulação, facilitando o deslocamento e aumentando o nível de 
segurança dos ciclistas. 
 
Pode-se citar também a cidade de São Paulo que possui atualmente 
245,31 quilômetros de infraestrutura cicloviária, formada por ciclovias, 
ciclofaixas e ciclorrotas, além de 96 estações onde são disponibilizadas 
aproximadamente 1.000 bicicletas para empréstimo à população (CET-SP, 
2013). 
 
As ciclovias são espaços segregados, exclusivos para as bicicletas. 
Elas são dotadas de uma proteção dos outros veículos a qual pode ser feita 
com grades, muretas ou outro tipo de isolamento físico (CET-SP, 2013). 
 
 34 
Já as ciclofaixas não possuem uma separação física fixa em relação 
aos outros veículos. A separação é feita por meio de faixas pintadas no chão, 
cones e “olhos de gato” (CICLOFAIXA, 2013). 
 
Na atual estrutura da cidade de São Paulo, as ciclorrotas são 
percursos muito utilizados pelos ciclistas, e possuem sinalização da 
Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) com placas de regulamentação e 
advertência, pintura no asfalto indicando aos motoristas que a via é uma rota 
de bicicletas e, portanto, a velocidade deve ser reduzida e a atenção 
redobrada (CET-SP, 2013). 
 
São Paulo tem hoje oito ciclovias; a ciclovia do Rio Pinheiros, com 
21,5 quilômetros de extensão que funciona diariamente das 6h00 às 
19h30min, possui cinco acessos a ela e oferece aos usuários seis pontos de 
apoio com banheiros, bebedouros e atendimento ao ciclista. A segurança da 
ciclovia é feita por agentes da Companhia de Trânsito de Trem Metropolitano 
(CPTM) que fazem a vigilância também utilizando bicicletas (Figura 18).  
 
A ciclovia da Avenida Brás Leme, no bairro de Santana, com 6 
quilômetros está situada no canteiro central do logradouro, no trecho entre a 
rua Marambaia e a avenida Santos Dumont. É muito utilizada por pessoas 
que precisam realizar pequenos deslocamentos na região. Para melhorar a 
segurança do ciclista foram criadas travessias especiais nos cruzamentos 
(Figura 19).  
 
A ciclovia da Radial Leste com 12 quilômetros, liga a Estação do Metro 
Tatuapé à Estação Itaquera. Possui iluminação em toda a sua extensão e, 
assim, é utilizada também no período noturno. Seus usuários fazem uso 
conjugado da bicicleta com outro meio de transporte como o trem e o metrô. 
Prova disso é a lotação diária dos bicicletários nas estações da CPTM 
presentes ao longo da ciclovia. Esses mesmos espaços ficam lotados o dia 
todo, esvaziando apenas no fim da tarde, quando os estudantes e 
trabalhadores descem dos trens e retornam pedalando para casa (Figura 20).  
 
A ciclovia da Adutora Rio Claro com 7 quilômetros que se inicia na 
Praça Silvio Romero no bairro do Tatuapé se estende até a metade da 
 35 
avenida Sapopemba, no Jardim Grimaldi. Ela possui muitas curvas e trechos 
de subida e descida, o que dificulta a circulação de ciclistas menos 
experientes (Figura 21).  
 
A ciclovia do Parque Linear do Alto Tietê, com 11,41 quilômetros, tem 
início no Km 12 da Rodovia Ayrton Senna e segue até o Km 23 da mesma 
rodovia, passando pelo Parque Ecológico do Tietê, pelos centros de 
treinamento da Associação Portuguesa de Desportos e do Sport Club 
Corinthians Paulista e pela USP-Leste, facilitando o deslocamento dos 
moradores da região aos locais supracitados (Figura 22).  
 
A ciclovia do Butantã com 0,3 quilômetros, interliga a Estação Butantã 
do metrô com a Cidade Universitária, passando pela avenida Vital Brasil, rua 
Engenheiro Bianor, Praça Monte Castelo, rua Gaspar Moreira e avenida 
Afrânio Peixoto (Figura 23).  
 
A ciclovia da Represa do Guarapiranga com 3 quilômetros, situada na 
avenida Robert Kennedy se oferece como uma excelente opção de 
deslocamento para os indivíduos que precisam circular pelo entorno da 
represa (Figura 24). A ciclovia da Faria Lima com 2 quilômetros, localizada no 
seu canteiro central, permite ao ciclistas percorrer o caminho que vai da 
avenida Pedroso de Moraes até o Largo da Batata (Figura 25). A cidade de 
São Paulo possui assim um total de 63,21 quilômetros de ciclovias na cidade 
(CICLOFAIXA, 2013). 
 
 
 
 36 
 
Figura 18 – Foto da ciclovia nas margens do Rio Pinheiros na cidade de São Paulo (2013).  
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclovia_Rio_Pinheiros 
 
 
 
 
 
 
Figura 19 – Foto da ciclovia Brás Leme no bairro de Santana na cidade de São Paulo (2013). 
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/comunicacao 
 
 37 
 
Figura 20 – Foto da ciclovia da Radial Leste na cidade de São Paulo (2013).  
          Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/818560 
 
 
 
Figura 21 – Foto da ciclovia Adutora Rio Claro na cidade de São Paulo (2013).  
          Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1070161 
 
 38 
 
Figura 22 – Foto da ciclovia Parque Linear do Alto Tietê na cidade de São Paulo (2013).  
           Fonte: http://silviomarchini.blogspot.com.br/2010/06/ 
 
 
 
Figura 23 – Foto da ciclovia no bairro do Butantã na cidade de São Paulo (2013).  
Fonte: http://webventureuol.uol.com.br/h/noticias/nova-ciclovia-liga- butanta-a-   
usp-na-capital-paulista/30795 
 
 39 
 
 
Figura 24 – Foto da ciclovia que circunda a Represa do Guarapiranga na cidade de São  
Paulo (2013). 
          Fonte: http://www.cadernosp.com.br/diversao/6082/ 
 
 
 
Figura 25 – Foto da ciclovia da Faria Lima na cidade de São Paulo (2013).  
          Fonte: http://vadebike.org/2012/09/ciclovia-av-faria-lima-falta-sinalizar/ 
 
 40 
A ciclofaixa do bairro de Moema em São Paulo tem 3,3 quilômetros de 
extensão e funciona vinte e quatro horas. Ela é muito utilizada por aqueles 
que circulam diariamente pelo bairro, percorrendo pequenas distâncias. O 
grande problema dessa ciclofaixa é ter ocasionado a mudança nas vagas de 
estacionamento nas ruas, fazendo com que diversos motoristas estacionem 
na demarcação da ciclofaixa, dificultando o deslocamento das bicicletas e 
aumentando o risco de acidentes  (Figura 26).   
 
A cidade também possui 120,8 quilômetros de outras ciclofaixas de 
lazer que funcionam aos domingos e feriados nacionais das 7 às 16 horas 
(CICLOFAIXA, 2013). 
 
 
 
Figura 26 – Foto da ciclofaixa fixa no bairro de Moema em São Paulo (2011).  
          Fonte: http://pedivelabikeclubepp.blogspot.com.br/2011_11_01_ 
 
 
São 58 quilômetros divididos em seis ciclorrotas: Brooklin, Moema, 
Lapa, Mooca e Vila Mariana.  
 
A ciclorrota do bairro do Brooklin, possui 15 quilômetros e está inserida 
em um bairro com bastante arborização, passando por ruas estritamente 
residenciais que se conectam com importantes avenidas da região (Figura 
27).  
 41 
A ciclorrota do Butantã com 0,5 quilômetro que se inicia na rua Moura 
Brasil e que é complementada pela ciclovia do Butantã (Figura 28). A 
ciclorrota de Moema com 6,5 quilômetros que cruza com a ciclovia no mesmo 
bairro em diversos pontos, interligando-as (Figura 29). É um excelente 
caminho para quem quer chegar até o Parque do Ibirapuera ou chegar à 
ciclovia do Rio Pinheiros  
 
A ciclorrota da Lapa com 18 quilômetros que interliga os parques Villa-
Lobos e Água Branca, passando pelo SESC Pompeia e o estádio da 
Sociedade Esportiva Palmeiras. A maior parte de sua extensão está 
localizada em ruas residenciais e comerciais, facilitando o deslocamento para 
pequenas compras ou visitar amigos (Figura 30). A ciclorrota da Mooca, com 
8 quilômetros, passa por diversas ruas tradicionais do bairro repletas de 
histórias e personagens. Seu percurso inclui o SESC Belenzinho, local onde 
muito frequentado pelos moradores da região (Figura 31).  
 
A ciclorrota da Vila Mariana com 10 quilômetros, corta a região em 
diversos sentidos e direções, facilitando o deslocamento por toda a área. O 
SESC Vila Mariana e a Cinemateca Brasileira são alguns dos locais que 
podem ser visitados utilizando a ciclorrota (Figura 32) (CICLOFAIXA, 2013). 
 
 
Figura 27 – Foto da ciclorrota do bairro do Brooklin na cidade de São Paulo (2011).  
Fonte:http://vadebike.org/2011/07/entenda-de-vez-a-ciclorrota-do-brooklin-em-sao-
paulo/ 
  
 42 
 
 
Figura 28 – Foto da Ciclorrota do bairro do Butantã na cidade de São Paulo (2013).  
Fonte: http://www.imagens.usp.br/?attachment_id=11494 
 
 
 
 
 
Figura 29 – Foto da ciclorrota do bairro de Moema na cidade de São Paulo (2013).  
 Fonte: http://vadebike.org/ciclorrotas/ 
 
 
 43 
 
 
Figura 30 – Foto da ciclorrota do bairro da Lapa na cidade de São Paulo (2013).  
Fonte: http://bresil.aujourdhuilemonde.com/sao-paulo-lance-son-velib-bike-
sampa 
 
 
 
Figura 31 – Foto da ciclorrota do bairro da Mooca na cidade de São Paulo (2013).  
  Fonte: http://marcuspessoa.com.br/wp-content/uploads/2013/07/ 
 
 44 
 
 
Figura 32 – Foto da ciclorrota do bairro da Vila Mariana na cidade de São Paulo (2012). 
Fonte: http://vadebike.org/2012/05/uma-nova-ciclorrota-em-sao-paulo/ 
 
Cumpre destacar o papel de empresas, empenhadas em colaborar 
com a prefeitura de São Paulo. Entre elas pode-se citar com o Banco Itaú e 
as empresas Serttel/Samba que desenvolveram um projeto de mobilidade 
sustentável chamado “Bike Sampa”. Projeto que leva em conta 
principalmente a importância da preservação da qualidade ambiental. As 
bicicletas podem ser retiradas em estações espalhadas estrategicamente 
pela cidade para facilitar o deslocamento da população de maneira 
sustentável e não poluidora. O projeto objetiva também combater o 
sedentarismo, promover a prática de atitudes saudáveis, reduzir a poluição 
ambiental oriunda dos veículos motorizados e promover a humanização do 
ambiente urbano (BIKE SAMPA, 2013). 
 
Segundo o jornal METRO, em sua edição do dia 14 de março de 2014, 
a cidade de São Paulo possui atualmente 132 estações para empréstimo de 
bicicletas; até o fim do mês de maio serão abertas mais 18 estações, no 
centro da cidade. A reserva para usar as bicicletas pode ser feita pelo celular, 
utilizando um aplicativo gratuito disponível para download ou pela internet no 
 45 
site do projeto http://www.mobilicidade.com.br/bikesampa.asp (Figuras 33 - 
34). A sua devolução é feita em qualquer estação pois todas estão 
interligadas via wireless. 
 
 
Figura 33 – Foto do aplicativo para celular para empréstimo de bicicletas na cidade de São Paulo.  
           Fonte: http://www.mobilicidade.com.br/bikesampa.asp 
 
 
 
Figura 34 – Foto do aplicativo para celular para empréstimo de bicicletas na cidade de São Paulo.  
           Fonte: http://www.mobilicidade.com.br/bikesampa.asp 
 46 
 
Outra iniciativa de sucesso que merece destaque é a da cidade de 
Santos (SP), que implementou uma excelente ciclovia e está ampliando 
constantemente o seu sistema cicloviário. Com a conclusão da ciclovia que 
está sendo construída na Avenida Ana Costa, a cidade de Santos atingirá a 
marca de 30 quilômetros de ciclovias (Figura 35). 
 
 
Figura 35 – Mapa do sistema cicloviario da cidade de Santos – SP (2013).  
Fonte: www.santosturismo.wordpress.com 
 
 
Atualmente, a cidade abriga seis ciclovias: ciclovia da Orla, de 7.874  
metros (Figura 36), de Francisco Glicério, 6.250 metros (Figura 37), da 
Avenida Martins Fontes, com 1.680 metros (Figura 38), de Santa Clara / 
Túnel / Praça dos Andradas, com 1.600 metros (Figura 39), do Canal 1 / Orla, 
 47 
com 3.000 metros (Figura 40) e da Avenida Mario Covas Junior, com 3.050 
metros (Figura 41). Tem também uma ciclofaixa na Avenida Rangel Pestana, 
com 1.680 metros de extensão (Figura 42) (SANTOS, 2014). 
 
 
Figura 36 – Foto da ciclovia da Orla na cidade de Santos (SP).  
Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/ciclovia+em+santos+um+meio+de+trans
porte+saudavel+e+viavel/n1597001257727.html 
 
 
 
Figura 37 – Foto da ciclovia de Francisco Glicério na cidade de Santos (SP).  
Fonte: http://www.informativonossobairro.com/santos/ciclovia-da-francisco- 
glicerio-ganha-corredor-verde/ 
 
 48 
 
Figura 38 – Foto da ciclovia Martins Fontes no centro histórico na cidade de Santos (SP).  
Fonte: http://joaozinhomenininho.blogspot.com.br/2013/01/ciclovia-brasil-santos-av- 
martins.html 
 
 
 
Figura 39 – Foto da ciclovia Santa Clara na cidade de Santos (SP).  
          Fonte: http://www.melhordesantos.com/2010/02/as-ciclovias.html 
 
 
 
 49 
 
Figura 40 – Foto da ciclovia do Canal 1 no bairro Itararé na cidade de Santos (SP).  
           Fonte: http://www.tudoemsantos.com.br/2011/noticia_det.php?id=102&i 
 
 
 
 
 
 
Figura 41 – Foto da ciclovia Mario Covas Júnior na cidade de Santos (SP).  
          Fonte: http://www.santos.sp.gov.br/conheca-santos/ciclovias-da-cidade 
 
 50 
 
 
Figura 42 – Foto da ciclofaixa Rangel Pestana no bairro Vila Mathias na cidade de Santos (SP).  
           Fonte: http://joaozinhomenininho.blogspot.com.br/2013/01/ 
 
 
Ainda em Santos, além das vias supracitadas já construídas, existem 
duas ciclovias em construção. Uma na Avenida Visconde de São Leopoldo 
com, aproximadamente, 700 metros e outra, na Avenida Nossa Senhora de 
Fátima, com 3.260 metros.  
 
De acordo com o site da prefeitura de Santos, está em processo de 
licitação a construção de uma ciclovia na Rua João Pessoa que prevê a 
construção de 1.600 metros destinados ao tráfego de bicicletas. 
 
Em Santos, existe um projeto chamado Bike Santos, onde trezentas 
bicicletas distribuídas em trinta estações estão disponíveis para empréstimo 
gratuito, bastando ao usuário estar cadastrado no site do projeto 
http://www.mobilicidade.com.br/bikesantos.asp. Elas podem ser reservadas 
também por meio de um aplicativo para celular que disponibiliza, inclusive, 
informações sobre as estações mais próximas e sobre as ciclovias (Figura 
43). As estações funcionam diariamente das 6 às 22 horas para empréstimo 
e até às 24 horas para devolução (MOBILICIDADE, 2013). 
 51 
 
 
Figura 43 – Foto do aplicativo para celular para empréstimo de bicicletas na cidade de Santos 
(SP).       
Fonte: http://www.mobilicidade.com.br/bikesantos.asp.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
2  QUALIDADE DO AR E SAÚDE 
  
 
Embora os sistemas de transporte públicos e a locomoção humana 
sejam necessários e fundamentais para a sociedade, constituem-se em 
sistemas complexos que requerem o desenvolvimento de programas de 
gestão e sustentabilidade bem planejados e integrados, dadas as implicações 
de saúde que os transportes representam para a população como um todo. 
 
É pertinente ressaltar que os impactos do desenvolvimento urbano e 
industrial e o constante incremento no número de veículos automotores 
afetam diretamente a qualidade do ar nas grandes metrópoles, devido à alta 
quantidade de poluentes atmosféricos emanados por essas fontes. 
 
Para o Instituto Brasília Ambiental – IBRAM os impactos ambientais 
causados por esses poluentes atmosféricos têm reflexos na saúde e na 
qualidade de vida dos indivíduos e também nos ecossistemas, o que 
demonstra a importância do monitoramento da qualidade do ar.  
 
Segundo Assunção Ribeiro (2002), os efeitos da poluição atmosférica 
na saúde humana variam, apresentando desde sintomas leves até a 
internações e mortes. 
 
É função do poder público realizar o monitoramento dos níveis de 
poluentes e adotar as medidas necessárias para a manutenção da qualidade 
do ar em níveis seguros para a população.  
 
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, criada 
pelo Governo do Estado de São Paulo em 1968, tornou-se responsável, 
desde a década de 1980, por monitorar e controlar a qualidade ambiental 
(COUTO, 2003). 
 
Em 1981, a CETESB iniciou essa importante tarefa por meio de uma 
rede automática composta por vinte e três estações que medem, dentre 
outros, os níveis de partículas inaláveis,    , NOx,   , HC e Co (SANTOS 
JR., 2006). Ainda de acordo com o autor, os níveis de poluição atmosférica 
são definidos pela quantidade de partículas poluentes presentes no ar. 
 53 
 
É importante pontuar que, pesquisas realizadas em diversos países 
revelam que não existem níveis totalmente seguros de concentração de 
poluentes atmosféricos para a saúde dos seres humanos (BRAGA et al., 
2002). 
 
De acordo com a Resolução CONAMA n° 003/90, é considerado 
poluente atmosférico, qualquer forma de matéria com quantidade, 
intensidade, concentração, tempo ou característica acima dos níveis 
estabelecidos que tornem ou possam tornar o ar impróprio à saúde, danoso à 
fauna e flora e prejudicial à segurança da comunidade. 
 
A alta concentração de poluentes atmosféricos é considerada um dos 
mais importantes indicadores ambientais para determinar as condições de 
saúde pública (AUGUSTO et. al., 1998). 
 
Para o Ministério do Meio Ambiente – MMA (2010), a poluição 
atmosférica prejudica não apenas a saúde e a qualidade de vida dos 
indivíduos, mas também geram mais gastos do governo devido ao aumento 
no número de internações, atendimentos e uso de medicamentos por parte 
da população. 
 
A poluição atmosférica, para Russo (2001), pode ser oriunda de uma 
fonte natural, como por exemplo as erupções vulcânicas, ou de uma fonte 
artificial como a queima do carvão e dos combustíveis fósseis. 
 
As fontes artificiais, também chamadas de antropogênicas, podem ser 
classificadas em fontes fixas e fontes móveis. São exemplos de fontes fixas 
alguns processos industriais, as termoelétricas que utilizam carvão ou óleo 
combustível e as incineradoras de resíduos. Já as fontes móveis são os 
veículos automotores, trens e aviões e aquelas embarcações que usam 
motor a combustão (MANTOVANI, 2003). 
 
Explica ainda o autor que os veículos que utilizam gasolina ou álcool 
(etanol) são considerados veículos leves e os que fazem uso do óleo diesel 
são considerados veículos pesados. 
 54 
Os veículos leves são os maiores “produtores” de CO – monóxido de 
carbono na atmosfera. Essa substância causa irritação nos olhos, na pele e 
garganta, dor de cabeça, asma, bronquite, câncer do pulmão, entre outros 
males. 
 
Cita Bremner et al. (2004) que o monóxido de carbono está associado 
à redução da capacidade respiratória além de produzir efeitos negativos no 
coração. 
 
Nessa mesma linha, Azuaga (2000) afirma que esses poluentes 
causam efeitos adversos à saúde dos indivíduos, ao bem-estar da 
comunidade e à natureza. 
 
O Ministério do Meio Ambiente (2010) acrescenta que as fontes fixas 
são aquelas que estão em uma área relativamente limitada; e as fontes 
móveis são aquelas que se dispersam por toda a região. As primeiras 
possibilitam uma avaliação direta e as segundas inviabilizam a sua avaliação 
diretamente.  
 
Pode-se ver que o controle da emissão de poluentes atmosféricos das 
fontes fixas é mais fácil e viável, pois as indústrias estão estabelecidas em 
locais determinados, enquanto que os veículos automotores estão em 
constante deslocamento por todo o perímetro urbano, ampliando com isso 
seu “raio de ação”. 
 
Assim sendo advoga Azuaga (2000) que as fontes veiculares são 
difíceis de serem controladas graças à sua grande dispersão, e que os níveis 
de poluentes variam de acordo com fatores do veículo como a tecnologia, o 
tipo de combustível e o comportamento do usuário. 
 
Com o aumento diário no número de veículos nas grandes metrópoles, 
as fontes móveis têm um impacto cada vez maior na saúde e na qualidade de 
vida dos indivíduos e também na qualidade do ar, uma vez que eleva a 
quantidade de poluentes emitidos. 
 
 55 
De acordo com a CETESB (2005), com a expansão da frota veicular, 
aumentou o nível de poluição atmosférica gerada pelos automóveis, que 
devido à sua mobilidade é de difícil controle. 
 Fica evidente a influência negativa que o alto número de veículos 
exerce na qualidade do ar e, consequentemente, na saúde e na qualidade de 
vida dos indivíduos moradores dos grandes centros urbanos. 
  
Os impactos são ainda maiores para os indivíduos que utilizam as 
bicicletas como principal meio de transporte, pois, ao ficarem diretamente 
expostos nas ruas aos poluentes atmosféricos, eles terão maiores chances 
de contrair diversos problemas de saúde. 
 
Esse quadro se reverteria caso as bicicletas fossem adotadas pela 
população como meio de locomoção, diminuindo assim consideravelmente os 
níveis de poluição causados pelas fontes móveis contribuindo 
significativamente para a melhoria da qualidade do ar e a sua manutenção 
dentro dos padrões estabelecidos. 
 
No Brasil, os padrões de qualidade do ar nacionais foram 
estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA e 
aprovados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA por meio 
da Resolução n° 003/90 (CETESB, 2012). 
 
Esses padrões de qualidade definem legalmente os limites máximos 
de concentração de poluentes, protegendo a saúde dos indivíduos e o meio 
ambiente. 
 
De acordo com a referida Resolução, os padrões de qualidade do ar 
são divididos em padrões primário e secundário. O padrão primário está 
relacionado com as altas concentrações de poluentes, que podem gerar 
danos à saúde dos indivíduos, constituindo-se em metas de curto e médio 
prazo. Já o padrão secundário diz respeito às concentrações de poluentes 
abaixo dos níveis críticos, dos quais são esperados efeitos mínimos sobre a 
saúde da população e do meio ambiente, constituindo-se em metas de longo 
prazo (CETESB, 2005). 
 
 56 
Esse mesmo documento estabelece também os critérios de 
classificação para os episódios agudos de poluição atmosférica: estado de 
atenção, alerta e emergência. 
Cabe frisar que a declaração desses estados necessita, além dos 
elevados índices de poluição atmosférica, condições meteorológicas 
desfavoráveis à dispersão dos poluentes. Dessa forma, é a interação entre os 
níveis de emissão de poluentes e as condições meteorológicas que irão 
definir a qualidade do ar (INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE – INEA, 
2013). 
 
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente, através da CETESB emite 
anualmente um Relatório Anual de Qualidade do Ar do Estado de São Paulo. 
É uma ferramenta para o gerenciamento da qualidade do ar que influencia 
diretamente o estabelecimento de políticas públicas voltadas ao controle da 
emissão de poluentes atmosféricos. 
 
De acordo com esse relatório a Região Metropolitana de São Paulo 
em 2012 atingiu seu pior índice de poluição atmosférica nos últimos dez 
anos. Os dados revelam ainda que durante quase 10% dos dias, a qualidade 
do ar foi considerada má ou inadequada (CETESB, 2012). 
 
Segundo os Indicadores do Desenvolvimento Sustentável – IDS do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2008) os maiores 
responsáveis pela poluição atmosférica nos grandes centros urbanos são os 
veículos automotores. 
 
De acordo com Guanabara (2011) o município de Atibaia – SP, não 
possui dados sistemáticos referentes aos níveis de concentração de 
poluentes atmosféricos, embora dados da OMS apresentados no site das 
Nações Unidas no Brasil – ONUBR referentes à qualidade do ar, mostram 
que a região de Atibaia apresenta o dobro do limite recomendado de 
concentração de poluentes atmosféricos (ONU-BR, 2011). 
 
A cidade de Atibaia se desenvolveu muito nos últimos anos em 
diversos setores, fazendo com que a cidade aumentasse consideravelmente 
 57 
seu número de habitantes e o incremento na frota de veículos, o que 
justificam os dados da OMS. 
 
Aliado a isso, de acordo com o Jornal da Cidade de Atibaia (2011), por 
ser cortada por duas importantes rodovias de tráfego intenso de carros e 
caminhões e por estar a aproximadamente 60 quilômetros de São Paulo e de 
Campinas, a qualidade do ar de Atibaia apresenta atualmente altos níveis de 
poluição atmosférica. 
 
Diante desse quadro, é necessário que a cidade de Atibaia (e as 
demais cidades que sofrem esse problema) repensem sua políticas públicas 
voltadas à questão ambiental, principalmente no que diz respeito à poluição 
atmosférica. 
 
Só será possível melhorar a qualidade ambiental das áreas urbanas 
quando forem alterados os paradigmas dos modelos atuais de 
desenvolvimento econômico que tornam os setores produtivos da sociedade 
em destruidores do meio ambiente (RUSSO, 2001). 
 
Complementa o autor que a realização de intervenções no espaço 
urbano em prol da melhoria da qualidade do ar, minimizaria os problemas 
que geram os baixos níveis de qualidade ambiental apresentados nas 
cidades. 
  
Para Nery (2013), usar a bicicleta como meio de transporte principal 
nas cidades contribui significativamente para a melhora da qualidade do ar e 
da qualidade de vida dos indivíduos. 
 
O impacto ambiental causado pelas bicicletas ocorre apenas em sua 
fabricação, pois não existe nenhum processo industrial que seja totalmente 
limpo e não poluente.  
 
A União Europeia incorporou o uso das bicicletas como uma das 
estratégias para reduzir a emissão de gases poluentes causadores do 
aquecimento global, do efeito estufa e da poluição do ar (COMISSÃO 
EUROPEIA, 2009). 
 
 58 
Existe na cidade de Atibaia, um projeto de intervenção no espaço 
urbano para a construção de uma ciclovia com o objetivo de incentivar a 
população a adotar as bicicletas como meio de transporte, promovendo com 
isso a qualidade de vida da população, bem como melhorando a qualidade 
do ar na cidade. 
 
O projeto é fruto da parceria da Secretaria de Esportes e Lazer com a 
Secretaria de Trânsito e Transportes. A primeira secretaria, constrói em uma 
via já existente uma faixa para as bicicletas e a segunda, ao construir ou 
reformar uma rua, as faz construindo no local uma via para as bicicletas. 
 
Os efeitos dessa parceria devem contar com a conscientização da 
população, é primordial para o sucesso de qualquer ação voltada às 
questões ambientais. Nesse sentido, buscando conscientizar os indivíduos 
acerca da importância das questões envolvendo o meio ambiente, a cidade 
de Atibaia pretende iniciar, no ano de 2014, segundo informado por 
funcionários da prefeitura, um projeto de Educação para o Trânsito chamado 
Vida em Trânsito.  
 
Esse projeto, em parceria com a concessionária viária Rota das 
Bandeiras, objetiva trabalhar, por meio da Educação para o Trânsito, 
questões relacionadas à educação, cidadania, mobilidade e meio ambiente. 
Ele será desenvolvido inicialmente nas escolas municipais, atendendo aos 
alunos do ensino fundamental I. 
 
Frente ao exposto, a escolha da cidade de Atibaia para a realização do 
estudo de caso se mostra adequada.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 59 
3 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
3.1 Educação Ambiental e Educação para o trânsito 
 
A discussão das questões ambientais está cada vez mais presente 
nos vários segmentos da sociedade contemporânea, especificamente em 
inúmeras instituições e organizações, na educação, no setor industrial e nos 
meios de comunicação. Essa presença reflete a fase crítica por que passa a 
humanidade em decorrência da degradação ambiental em âmbito planetário. 
 
Muitos documentos oficiais resultantes de movimentos ambientalistas 
e de várias conferências que ocorreram, procuram encontrar soluções para 
os problemas ambientais e garantir a preservação da qualidade de vida e do 
meio ambiente. Entre eles destacam-se a Agenda 21, a Convenção de 
Mudanças Climáticas, o Relatório de Brundtland, o Tratado de Educação 
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e a 
Política Nacional de Educação Ambiental. A agenda 21, contém 40 capítulos 
com propostas decisivas para viabilizar uma sociedade sustentável, como 
saúde, mobilidade, questões das águas, resíduos sólidos, ar e solo, 
educação, segurança alimentar, florestas, participação e democratização da 
informação e juventude. Ela sistematiza planos de ações de curto, médio e 
longo prazos do busca pelo desenvolvimento sustentável no século XXI. 
 
Como citado em páginas anteriores essa agenda foi produzida em 
1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, a Rio-92. Nela a educação ambiental tem papel relevante, 
como preconiza o seu capítulo 36 que diz: 
Tanto o ensino formal como o informal são indispensáveis 
para modificar a atitude das pessoas, para que estas 
tenham capacidade de avaliar os problemas do 
desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é 
também fundamental para conferir consciência ambiental 
e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em 
consonância com o desenvolvimento sustentável e que 
favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de 
decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre meio ambiente e 
 60 
desenvolvimento deve abordar a dinâmica do 
desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio-
econômico e do desenvolvimento humano (que pode 
incluir o espiritual), deve integrar-se em todas as 
disciplinas e empregar métodos formais e informais e 
meios efetivos de comunicação. (AGENDA 21, 1994, 
p.36) 
 
Cabe lembrar que nesse evento a Educação Ambiental foi considerada 
como primordial para a promoção do desenvolvimento sustentável e da 
participação efetiva dos indivíduos na tomada de decisões em relação à 
proteção ambiental. 
 
A Educação Ambiental visa educar os cidadãos para compreender as 
questões ambientais e o compromisso de todos na busca pelo 
desenvolvimento sustentável. 
 
A Agenda 21 advoga a participação dos poderes públicos e privados 
além, é claro, da sociedade civil, tendo como base o conceito da 
sustentabilidade ambiental. Para torná-la realidade, necessita-se de um 
planejamento estratégico colaborativo entre o governo e a sociedade que 
garanta um mundo melhor hoje e amanhã (KOHLER; PHILIPPI, 2005). 
 
Uma grande mudança trazida por essa Agenda foi a prioridade dada à 
proteção dos recursos naturais no tocante ao desenvolvimento econômico. O 
crescimento econômico que antes desprezava essa visão, cede espaço para 
se valorizar o meio ambiente, sempre relegado a último plano, nas raras 
vezes que era considerado nesse processo da economia. 
 
Como já citado, o documento possui quarenta capítulos divididos em 
quatro seções: 
 
1- Dimensões econômicas e sociais: aborda o meio ambiente e a 
pobreza, destacando a íntima relação entre eles. 
 
 61 
2- Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento: trata das 
formas de gestão racional dos recursos naturais e da proteção da 
atmosfera. 
 
3- Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais: ações para a 
promoção do desenvolvimento sustentável. 
 
4- Meios para a implantação da Agenda 21: orienta acerca dos recursos 
e do papel institucional dos indivíduos para viabilizar a implantação 
efetiva das ações propostas. 
 
Todos os países signatários desse documento comprometeram-se em 
promover o desenvolvimento sustentável e elaborar Agendas Locais, com 
ações voltadas para o mundial, sendo que o Brasil lançou em 17 de julho de 
2002, a Agenda 21 Brasileira. 
 
No que diz respeito a elaboração da Agenda do município de São 
Paulo, Kohler e Philippi Jr. (2005) dizem que a primeira iniciativa do processo 
de construção da Agenda 21 da Cidade de São Paulo aconteceu em agosto 
de 1992, quando a então Prefeita designou o Conselho Consultivo de São 
Paulo ECO92 , constituído pela Portaria n° 296, de 4 de setembro de 1991. 
 
Após várias articulações, ações, oficinas e reuniões organizados pelo 
CADES – Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável envolvendo autoridades, especialistas na área ambiental, 
representantes da sociedade civil e instituições governamentais, em 1996 
publicou-se o documento: Agenda 21 Local. Compromisso do Município de 
São Paulo e publicado no Diário Oficial em 06/08/1996. O documento 
abordava quatro grandes temas: desenvolvimento urbano; desenvolvimento 
social; qualidade ambiental; estrutura econômica e administrativa (BRASIL, 
2000). 
 
O tema desenvolvimento urbano é composto por três itens que são o 
uso e ocupação do solo, habitação e trânsito e transportes. No terceiro item é 
explicitada a importância dos meios de transporte para as condições 
ambientais de uma cidade. 
 62 
 
Segundo esse mesmo documento a contaminação do ar é um 
problema cuja importância é evidente nas grandes cidades e a qualidade do 
ar é comprometida pela alta emissão de poluentes advindos dos veículos 
motorizados. Discorre também que a segurança e a saúde dos indivíduos são 
afetadas pelos congestionamentos e acidentes causados pelas más 
condições de mobilidade urbana e não obediência às leis do trânsito. 
 
Cita ainda essa mesma Agenda 21 Local, que o trânsito na grande 
maioria das vezes é relacionado apenas com a poluição atmosférica; mas, na 
verdade, o trânsito relaciona-se também com a diminuição dos níveis de 
qualidade de vida dos indivíduos, pois é um fator causador de estresse pelos 
congestionamentos, altos níveis de ruídos produzidos e pela insegurança 
latente que acometem os cidadãos diariamente (SÃO PAULO, 1996, p.41). 
 
Dentre as metas previstas pela Agenda 21 para os transportes, ao 
menos duas delas abordam a relevância da Educação para o Trânsito no 
processo de melhoria dos problemas de trânsito e do meio ambiente.  
 
A primeira prevê o aprimoramento dos procedimentos e técnicas de 
fiscalização e de Educação para o Trânsito para motoristas, ciclistas e 
pedestres. Já a segunda propõe o desenvolvimento nos cidadãos de 
comportamentos seguros no trânsito, por meio da interação entre motoristas, 
ciclistas e pedestres, e a prática da cidadania, objetivando a diminuição no 
número de acidentes e redução do comportamento individual em detrimento 
do comportamento coletivo. 
 
O documento frisa a relevância do desenvolvimento de programas, 
cursos e ações direcionadas à Educação para o Trânsito como os 
desenvolvidos pela CET-SP. As ações de educação formal e não formal que 
a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) desenvolve buscam uma 
melhoria para os níveis de segurança de todos os atores envolvidos, sejam 
eles motoristas, ciclistas ou pedestres. São ações que envolvem práticas 
pedagógicas lúdicas (teatro, jogos, espaço vivencial de trânsito, videogames) 
com crianças e adolescentes, em conjunto com escolas e associações que 
atendem ao deficiente físico e metal; o público infantil e os alunos do Ensino 
 63 
Fundamental I e II e Ensino Médio, bem como promove campanhas 
educativas de conscientização junto aos usuários do sistema viário com 
relação à segurança. 
 
A CET-SP também preocupa-se com a formação de agentes 
multiplicadores em educação para o trânsito e possui um programa de 
formação para futuros docentes e educadores em exercício nas diversas 
escolas e instituições do Município de São Paulo denominado “Fazendo 
Escola: educando para novos valores no trânsito” (KIEFER, 2011). 
 
Programas para diferentes públicos, para adultos, terceira idade, entre 
outros, também propiciam a promoção da conscientização dos indivíduos 
quanto à importância da adoção de atitudes seguras e cidadãs no trânsito. 
 
De acordo com Brito et al. (2009), apud Kiefer (2011), a construção da 
cidadania implica a incorporação de novos valores e atitudes, envolvendo 
direitos e deveres. No trânsito, uma atitude cidadã resulta na democratização 
das relações e respeito à vida, sendo a escola o local privilegiado para toda 
ação educativa e formação do futuro cidadão; a parceria com essa instituição 
é fundamental para a disseminação da proposta educativa do programa. 
 
Segundo Kiefer (2011), a Agenda 21 Local de São Paulo prevê a 
educação ambiental como instrumento para a melhoria da qualidade de vida 
da cidade, e dentre suas ações como meio promotor da Educação Ambiental 
estão os programas de Educação para o Trânsito da CET-SP. 
 
Assim, a Agenda 21 Local de São Paulo contempla a Educação para o 
Trânsito e a Educação Ambiental como um instrumento para a melhoria das 
condições de trânsito, reiterando a importância de não se direcionar recursos 
e ações apenas para a infraestrutura, mas também para a disseminação de 
comportamentos e atitudes seguras e solidárias para o benefício de toda a 
coletividade e do meio ambiente. 
 
O conceito de Educação Ambiental começou a ser ampliado a partir da 
1a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano que foi 
realizada em Estocolmo no ano de 1972. A Conferência contou com a 
presença de representantes de 113 países, ocasião em que se estabeleceu 
 64 
um Programa Internacional de Educação Ambiental, que objetivava educar o 
cidadão para o controle e manejo do seu ambiente (PHILIPPI JR. e 
PELICIONI, 2005). 
 
As ações educativas passaram a ser consideradas imprescindíveis 
para a amenização dos problemas ambientais, aumentando o número de 
discussões e estudos acerca da importância da Educação Ambiental. 
 
Em 1975, ocorreu em Belgrado o Seminário Internacional de 
Educação Ambiental, fruto da parceria entre a UNESCO e o Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA que contou com a 
participação de 81 representantes de 54 países, sendo a maioria envolvida 
com a educação ambiental em seus locais de origem. Nela, foram reforçadas 
as diretrizes para uma Educação Ambiental entendida como um processo 
contínuo, multidisciplinar, direcionado aos interesses nacionais, mas 
considerando as particularidades regionais. 
 
Frente a esse novo papel de destaque dado à Educação Ambiental, a 
Unesco em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), realizaram em 1977 em Tbilisi, capital da Georgia (ex- 
União Soviética) a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental 
de Tbilisi, sendo que nesse encontro foram formulados os objetivos, 
definições, princípios e estratégias da Educação Ambiental, que são até hoje 
adotados em todo o mundo. 
 
A Educação Ambiental, segundo Costa (2011), passou a ser então 
entendida com uma dimensão dada à prática educativa direcionada à 
resolução dos problemas concretos do meio ambiente; prática educativa com 
enfoque multidisciplinar e com a participação efetiva e responsável de toda a 
coletividade. 
 
Na década de 1980, as discussões acerca da importância da 
Educação Ambiental continuavam a ocorrer em todo o mundo, tendo sido 
instituída pela ONU a Comissão de Brundtland, que publicou em 1987 o 
relatório “Nosso Futuro Comum”, mais conhecido como “Relatório de 
Brundtland”. 
 65 
 
O relatório vincula a solução dos problemas ambientais à promoção do 
desenvolvimento sustentável. Esse conceito surgiu a partir desse documento 
e também resultou no aumento da consciência ambiental e da necessidade 
em buscar um equilíbrio entre o progresso econômico e a preservação dos 
recursos naturais em âmbito planetário. 
 
Como referido anteriormente, a Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD (1988), define o desenvolvimento 
sustentável como sendo a satisfação das necessidades das gerações atuais 
sem que haja prejuízo para a satisfação das necessidades das gerações 
posteriores. 
 
Como parte do processo de redemocratização do Brasil, em 1988, foi 
promulgada a Constituição Federal. Nela, o meio ambiente é visto como 
importante, tendo vários dispositivos aplicados pelo PNMA acolhidos, como 
podemos ver no artigo 225. 
 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).  
 
A Educação Ambiental também foi contemplada na Constituição 
Federal de 1998, sendo inserida no inciso VI do artigo 225. O texto incumbiu 
ao Poder Público o dever da promoção da Educação Ambiental em todos os 
níveis de ensino, bem como do dever de conscientizar a sociedade para a 
importância da preservação do meio ambiente. 
 
O tema foi ampliado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD, popularmente conhecida como 
Rio-92 que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em junho de 1992, e que 
reuniu representantes de 172 países além de 180 chefes de Estado e 
Governo.  Esse evento lançou as bases para que os países deveriam 
empreender ações concretas, visando a melhoria das condições social e 
ambiental, tanto a nível local quanto mundial (ONU, 92). 
 
Outro documento internacional de grande importância foi o Tratado de 
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
 66 
Global. Esse documento foi elaborado em 1992 por ocasião do Fórum Global 
das ONG’s, evento realizado simultaneamente com a Rio 92. 
 
O Fórum reafirmou as recomendações da Conferência 
Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi e considerou a 
Educação Ambiental como um instrumento de transformação social, política, 
ideologicamente comprometida com a mudança social, e com a noção de 
sociedades sustentáveis, baseados em propostas participativas de gestão 
ambiental e de responsabilidade global. 
 
Com relação as iniciativas do Ministério da Educação  voltados à 
Educação Ambiental destaca-se: os Parâmetros Curriculares Nacionais, 
elaborados pela Secretaria de Educação Fundamental em 1997, nas quais o 
Meio Ambiente é considerado como transversal, intricado na cidadania, e em 
2001 os Parâmetros em Ação – Meio Ambiente na Escola para implementar 
os PCN’s. 
 
A sua proposta é possibilitar aos professores e alunos da 5a a 8a série 
do Ensino Fundamental a realização de atividades e trabalhos que integrem a 
escola, a comunidade e a realidade social brasileira. Esse programa inclui 
conteúdos escolares muito bem elaborados – CD-Rom e dois livros: o kit 
coordenador e um guia de atividades para a sala de aula, e muito úteis para o 
desenvolvimento de trabalhos sobre a temática Meio Ambiente e a 
aprendizagem de valores e atitudes. 
 
Em 1999, foi promulgada a Lei Federal n° 9.795 que instituiu a Política 
Nacional de Educação Ambiental – PNEA (BRASIL, 1999), a qual estabelece 
que a Educação Ambiental deve estar presente, de forma articulada em todos 
os níveis e modalidades do processo educativo. 
 
Em seu art. 1° comenta: 
“Entendem-se por educação ambiental os 
processos por meio dos quais os indivíduos e a 
coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do 
meio ambiente e, bem de uso comum do povo, 
 67 
essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade (BRASIL, Lei 9.795/99)”. 
 
 
A referida Lei, vai regulamentada pelo Decreto n° 4.281, de 25 de 
junho de 2002, definindo no art. 14 da PNEA, que os ministros do Meio 
Ambiente e da Educação serão os responsáveis por sua direção (BRASIL, 
2002). 
 
Neste tocante, a Educação Ambiental assume um papel importante na 
construção de valores, conceitos e atitudes que norteiam as ações dos 
indivíduos em prol da coletividade e do ambiente urbano. 
 
Como se pode ver, a Educação Ambiental é fator preponderante para 
o sucesso da conscientização ambiental dos indivíduos. O sistema escolar é 
então considerado um dos espaços adequados para formar cidadãos críticos 
e reflexivos, graças ao convívio social e à possibilidade de vivenciar 
experiências educativas dirigidas por professores dotados de formação 
específica. 
 
Infelizmente, os currículos dos cursos de formação de professores não 
têm garantido essa formação interdisciplinar e transdisciplinar, devido à 
importância dada ao modelo teórico que tem como foco exclusivo a docência 
da matéria específica. Esse modelo não favorece o desenvolvimento de 
competências e habilidades que mobilizem recursos ou áreas diversas, 
elementos imprescindíveis à Educação Ambiental. 
 
A possibilidade de os professores desenvolverem essas competências 
depende da criação de políticas públicas para a melhoria da formação inicial 
e da continuada, conforme prevê o parágrafo único da PNEA que diz que os 
professores devem receber formação complementar em sua área de 
formação para atender satisfatoriamente aos objetivos da Política Nacional 
de Educação Ambiental. 
 
A esse respeito Sato (2002), comenta que cabe ao professor, no 
processo educativo por meio da prática interdisciplinar, a promoção de novas 
metodologias que favoreçam a implementação da Educação Ambiental  
 
 68 
De acordo com a análise dos dados do Censo Escolar, desenvolvida 
pela SECAD e o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (INEP), de 2001 a 2004, ocorreu um rápido crescimento da 
Educação Ambiental nos estabelecimentos de ensino no Brasil, visto que em 
2001 existiam aproximadamente 25,3 milhões de crianças matriculadas com 
acesso a Educação Ambiental, e em 2004 aumentou para 32,3 milhões. 
 
Ainda de acordo com o Censo da Educação Básica realizado em 
2004, verificou-se que os estados brasileiros têm a Educação Ambiental 
presente em mais de 90% de suas escolas (BRASIL, 2004). Pelos dados 
referidos, verifica-se que a Educação Ambiental vem sendo trabalhada em 
muitas escolas públicas 
 
Recentemente o Ministério da Educação (MEC), como gestor e indutor 
de políticas públicas, em consonância com os princípios e diretrizes da 
Educação Ambiental da Lei 9.795/99 que instituiu a Política Nacional de 
Educação Ambiental (Brasil, 1999), e pela Lei 6.938/81 que exigem também 
do ensino formal o dever de capacitar as pessoas, em todos os níveis e 
modalidades de ensino, para a participação ativa em defesa do meio 
ambiente, publicou a Resolução n° 02, de 15 de junho de 2012 que 
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental 
(BRASIL, 2012). 
 
Portanto a nova Resolução representa um avanço no sentido de 
valorizar e promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a participação ativa na defesa do meio 
ambiente. Juntamente com a iniciativa da Unesco de implementar a Década 
da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) poderemos 
avançar na valorização das diferenças culturais e na constituição da 
cidadania ambiental, e nas relações mais solidárias para o enfrentamento dos 
atuais desafios ambientais. 
 
 
 
 
 69 
4  ESTUDO DE CASO na cidade de Atibaia (SP) 
 
O estudo de caso objetivou identificar e analisar o espaço que 
atualmente é utilizado como ciclovia na cidade de Atibaia (SP), no que diz 
respeito aos riscos no trânsito de bicicletas. Buscou também analisar a 
percepção de professores, ciclistas e motoristas acerca da educação 
ambiental, no que diz respeito aos benefícios da adoção das bicicletas para a 
qualidade de vida e para o meio ambiente. 
 
Os dados da pesquisa foram obtidos, conforme descrito na 
metodologia, por meio da observação sistemática das questões de 
segurança, envolvendo a via utilizada como ciclovia, e também pelas 
informações obtidas junto à prefeitura do município de Atibaia.  
 
Em seguida foram aplicados questionários semiestruturados a 
professores, ciclistas e motoristas, objetivando conhecer a percepção 
ambiental desses indivíduos, com relação aos benefícios e riscos do uso das 
bicicletas para a qualidade de vida e para o meio ambiente. 
 
 
 
 
4.1  Caracterização da cidade 
 
A cidade foi elevada à categoria de município em 1864, inicialmente 
com o nome de São João de Atibaia, passando a denominar-se apenas 
Atibaia em 1905. Está localizada a 67 km da capital São Paulo. Abrange uma 
área de 490 k  , sendo 57% rural e 43% urbana, e sua população gira em 
torno de 120 mil habitantes (Figura 44). 
 
 70 
 
Figura 44 – Mapa com a localização da cidade de Atibaia e região.  
Fonte: maps.google.com 
 
Ela é classificada como uma estância hidromineral pelo governo do 
Estado. Esse título garante ao município um aumento no repasse de verbas 
estaduais para a promoção do turismo. 
 
 
 
4.2  Caracterização da escola 
  
A escola, onde lecionam as professoras participantes dessa pesquisa, 
faz parte da rede particular de ensino da cidade e já funciona há mais de dez 
anos. 
Ela atende os níveis de educação infantil, ensino fundamental I e 
ensino fundamental II, nos períodos matutino e vespertino. Atualmente, estão 
matriculados 237 alunos, sendo o corpo docente formado por 25 professores, 
todos com curso superior. 
 
 
 
 71 
4.3   Observando a ciclovia de Atibaia 
A observação é uma técnica que envolve a observação propriamente 
dita e a análise crítica dos fatos ou objetos estudados. Quando é planejada, 
ela é considerada sistemática (SIENA, 2007). 
 
Segundo o referido autor, nesse tipo de observação o pesquisador 
elabora previamente um roteiro, considerando os aspectos necessários para 
o alcance dos objetivos estabelecidos. 
 
Para o presente estudo de caso, a observação sistemática objetivou 
analisar as questões de segurança da via utilizada como ciclovia, tomando 
como base as medidas de segurança previstas no Código de Trânsito 
Brasileiro e os manuais de segurança de diversos grupos ligados ao ciclismo. 
 
Os dados obtidos na observação revelam que a via utilizada como 
ciclovia não é pavimentada, e seu estado de conservação é ruim em toda a 
sua extensão (Figuras 45 – 46). 
 
 
Figura 45 – Foto do pavimento da via usada como ciclovia na cidade de Atibaia.  
           Fonte: Arquivo Pessoal (2013). 
 
 
 72 
 
    Figura 46 – Foto de marcas de pneu no pavimento da via usada como ciclovia na cidade de Atibaia.  
           Fonte: Arquivo Pessoal (2013). 
 
A pavimentação é um aspecto fundamental para o conforto e a 
segurança nas ciclovias, pois é determinante para a sua durabilidade, bem 
como para eliminar os acidentes ou reduzir o número de ocorrências 
causados por pavimentações irregulares (CENTRO DE ESTUDOS DE 
ARQUITECTURA PAISAGISTA, 2013). 
 
 73 
Não existe na via qualquer tipo de separação física entre a ciclovia e 
os veículos automotores e pedestres, o que coloca em risco a segurança dos 
ciclistas e de toda a população (Figuras 47 – 48). 
 
 
Figura 47 – Foto da ausência de separação física entre a ciclovia e a via.  
           Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
 
Figura 48 – Foto de uma valeta ao lado da ciclovia.  
           Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 74 
De acordo com Cruz (2013), é de suma importância a existência de 
uma separação física da ciclovia e dos demais veículos. A separação pode 
ser uma grade, uma mureta ou qualquer outro tipo de isolamento físico. O 
seu objetivo é proteger os ciclistas do tráfego rápido e intenso dos dias 
atuais. 
 
A largura da via utilizada como ciclovia varia de 70 cm a 150 cm, faixa 
muito estreita que põe seriamente em risco a integridade física dos ciclistas 
que fizerem uso dela (Figura 49). 
 
 
 
Figura 49 – Foto da largura da via utilizada como ciclovia na cidade de Atibaia.  
                          Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
 
Aponta o Grupo de Ciclismo Sincronia (2008) que a largura adequada 
para um mínimo de segurança é de, pelo menos 150 cm por faixa. 
 75 
 
Existem nessa via placas de sinalização, mas apenas placas de 
trânsito comuns a qualquer via, com total ausência de qualquer tipo de 
sinalização vertical e sinalização referente à circulação de bicicletas. 
 
No site da Escola de Bicicleta (2012) pode-se ler que uma das formas 
mais eficientes para reduzir os índices de acidentes que envolvem ciclistas 
na cidade são as sinalizações verticais e semafóricas. 
 
Durante a observação pôde-se notar alguns ciclistas utilizando a via. A 
grande maioria utilizava algum tipo de equipamento de segurança, sendo os 
mais utilizados o capacete, o farol e a buzina (Figura 50). 
 
 
Figura 50 – Foto de um ciclista utilizando equipamentos de segurança.  
           Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
 
 
 76 
Mas foram observados alguns ciclistas que não usavam nenhum 
desses equipamentos. Em geral, eram indivíduos da terceira idade (Figuras 
51 - 52). 
 
 
 
 
Figura 51 – Foto de um ciclista sem equipamento de segurança.  
           Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
 77 
 
Figura 52 – Foto de um ciclista circulando sem equipamento de segurança.  
          Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
O uso de equipamentos de segurança é fundamental.  De acordo com 
o Código de Trânsito Brasileiro, em seu art. 105 inciso VI,  são de uso 
obrigatório para os ciclistas: a campainha (buzina), o capacete, a sinalização 
dianteira e traseira noturna (farol), sinalização nos pedais e na lateral e 
espelho retrovisor do lado esquerdo (BRASIL, 1997). 
 
Cumpre destacar também que foi observado que outros veículos além 
das bicicletas utilizavam essa via constantemente. Nesse mesmo cenário, 
constatou-se ainda a presença de pessoas circulando na ciclovia (Figura 53), 
diversos carros utilizando-a como acostamento, vendedores de frutas 
estacionados na via, comercializando entre os veículos suas mercadorias 
(Figura 54), motos transformando a via em um “corredor” (Figura 55), cavalos 
e charretes transportando pessoas e mercadorias e máquinas agrícolas como 
tratores e colheitadeiras. 
 78 
É preciso que se promova na cidade uma conscientização dos ciclistas 
no que diz respeito ao uso de equipamentos de segurança. Isso porque 
nenhum dos ciclistas observados estava fazendo uso de todos os 
equipamentos de segurança previstos no Código de Trânsito Brasileiro. Com 
isso, aumenta significativamente a probabilidade e a gravidade dos acidentes 
envolvendo bicicletas. 
 
Essa conscientização deve se estender aos motoristas e pedestres, 
uma vez que, diversos veículos foram flagrados realizando as mais variadas 
ações nessa via utilizada como ciclovia, colocando ainda mais em perigo os 
usuários dessa ciclovia, que por si só já se apresenta como um risco para os 
seus usuários. 
 
 
 
Figura 53 – Foto de pessoas circulando na ciclovia ao lado de um ciclista.  
           Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
 
 79 
 
Figura 54 – Foto de um veículo estacionado na ciclovia.  
                          Fonte: Arquivo pessoal (2013). 
 
Sempre convém destacar que o trânsito de outros veículos na ciclovia 
é extremamente perigoso para os ciclistas, pois sua patente fragilidade e 
vulnerabilidade frente aos demais veículos os coloca em risco constante. A 
conscientização dos motoristas e pedestres é essencial para que esse 
quadro possa ser revertido de uma vez por todas. 
 
Muitos acidentes são causados pela invasão de veículos motorizados 
nas ciclovias. Os pedestres sofrem e causam também numerosos acidentes 
quando se utilizam desse espaço destinado exclusivamente à circulação das 
bicicletas (ESCOLA DE BICICLETA, 2012). 
 
Diante do exposto, fica evidente que essa via pública utilizada como 
ciclovia não oficial na cidade de Atibaia não oferece nenhuma segurança 
para os ciclistas que se “aventuram” nela. Eles estão sujeitos a diversos 
acidentes causados pela ausência de uma pavimentação adequada; podem 
ser atropelados por veículos automotores que estão trafegando na via ao 
lado, dada a ausência de qualquer separação física entre as duas vias. 
 80 
Em toda a sua extensão, essa via não apresenta nenhuma largura 
mínima considerada adequada e segura para a circulação das bicicletas, o 
que certamente aumenta a probabilidade de um acidente envolvendo os 
ciclistas que a utilizam. Inclusive não existe absolutamente nenhuma 
sinalização vertical, dificultando ainda mais a circulação segura das 
bicicletas, principalmente quando se faz necessária alguma conversão ou 
mudança de direção e de sentido. 
 
Isso demonstra que a prefeitura levou em conta esse espaço como 
uma ciclovia ou como um corredor em que haja uma circulação de bicicletas. 
Mas, dada a ausência de um espaço adequado, planejado e concebido para 
esse fim, os ciclistas acabam sendo “obrigados” a utilizar essa via para 
realizar os seus deslocamentos. 
 
Em busca da mudança desse quadro que se apresenta, a cidade de 
Atibaia prevê, para o início de 2014, a efetiva realização de um projeto para a 
construção de uma ciclovia “oficial”, nos moldes da Federação Paulista de 
Ciclismo, atendendo a todos os requisitos de segurança presentes no modelo 
adotado. 
 
Uma entrevista com o Secretário de Trânsito e Transportes, Sr. 
Valentim Gomes da Conceição, informou que esse projeto foi concebido na 
gestão anterior e sua responsabilidade era exclusivamente da Secretaria de 
Esportes e Lazer. 
 
Nesse projeto inicial, o uso das bicicletas era visto como algo 
meramente esportivo e recreativo, não contemplando a sua importância para 
o processo de preservação do meio ambiente e de segura mobilidade 
urbana. 
 
Diante disso, o projeto agora está no âmbito de uma parceria das 
secretarias de Trânsito e Transportes e de Esportes e Lazer. 
  
Segundo o secretário de Trânsito e Transportes, os objetivos do 
projeto, são, considerando o uso das bicicletas na ciclovia, promover o lazer,  
a integração familiar, a responsabilidade social, minimizar a poluição 
atmosférica e sonora e diminuir os congestionamentos e acidentes. 
 81 
 
Mesmo estando previsto para se iniciar ainda em 2014, algumas ações 
já estão sendo feitas na cidade por parte de ambas as secretarias. 
 
Essa mesma secretaria, ao construir ou reformar uma determinada via, 
faz nela uma faixa para as bicicletas. Já a secretaria de Esportes e Lazer 
constrói em uma via, já existente na cidade, uma faixa para as bicicletas. 
 
Ambos os secretários iniciaram seus mandatos em 2013. Nessa 
ocasião não existia uma verba específica aprovada para esse projeto, pois 
não havia sido  previsto no orçamento do ano anterior. 
 
Com esse projeto, a prefeitura de Atibaia certamente estará 
melhorando as condições para que os indivíduos passem a adotar as 
bicicletas como principal meio de locomoção contrariamente ao interesse dos 
veículos automotores que são amplamente utilizados na cidade. 
 
Por evidente, com a redução no número de veículos, a qualidade de 
vida das pessoas irá melhorar, dada a diminuição da poluição atmosférica 
aliada à prática de uma atividade física, nesse caso pedalar. 
 
A questão da segurança é primordial para o sucesso desse projeto 
municipal; mas, aliado a ele está a necessidade de conscientizar a população 
acerca do comportamento e atitude que devem ser adotados para que todos 
os tipos de veículos e pedestres possam conviver em plena harmonia e 
segurança. 
 
Levando em conta a necessidade dessa conscientização, a prefeitura 
da cidade de Atibaia dará início no próximo ano letivo (2015), em algumas 
escolas da rede municipal, ao projeto intitulado “Rota da Educação”. Esse 
projeto é fruto de uma parceria entre a Sra. Roberta Mantovani (Especialista 
em Educação no Trânsito) e a concessionária rodoviária Rota das Bandeiras. 
Ele é pautado por quatro pilares: educação, cidadania, mobilidade e meio 
ambiente, todos eles trabalhados de maneira indissociável. 
 
As atividades desse projeto se iniciam já na educação infantil, sem o 
uso de material pedagógico específico (livro, apostila) para cada faixa etária. 
 82 
Por meio de atividades lúdicas e práticas, a coordenação motora e a 
criatividade serão trabalhadas, pensando sempre no meio ambiente. 
 
Já para os alunos do ciclo I do ensino fundamental foi criado um 
material pedagógico específico, de acordo com o ano, além de um material 
de apoio para os professores.  
 
Todos os materiais são baseados nos quatro pilares citados 
anteriormente. O projeto deve ser desenvolvido durante as aulas “normais” 
da escola como um tema transversal, e não trabalhado como uma matéria ou 
conteúdo específico de alguma (s) disciplina (s). 
 
Agregando os valores e práticas presentes no projeto, as novas 
gerações certamente terão suas ações voltadas para a preservação do meio 
ambiente e para um desenvolvimento sustentável; ações que irão transformar 
a cidade de Atibaia em um local melhor, no que diz respeito ao meio 
ambiente, promovendo a qualidade de vida da população e harmonizando a 
circulação de bicicletas e dos demais veículos. 
 
Após a referida entrevista com o secretário de Trânsito e Transportes, 
pode-se notar que a prefeitura do município está realizando ações que 
objetivam melhorar a segurança na circulação de bicicletas na cidade, 
promovendo com isso a qualidade de vida população. Com efeito, pedalar é 
uma excelente atividade física, de baixo custo e acessível a quase todos os 
indivíduos e também diminuindo o tráfego de veículos e os 
congestionamentos, o que resulta em uma menor emissão de partículas 
poluidoras. 
 
Sem a conscientização, as práticas atuais no trânsito não se 
modificarão, colocando em risco a segurança do ciclista e da coletividade. O 
primeiro passo nesse sentido já foi dado; mas é preciso que a prefeitura 
amplie esse processo de conscientização para todos os moradores da 
cidade, não apenas para os alunos da rede pública, de modo a garantir que 
mais pessoas possam agregar valores e modificar suas práticas presentes, 
gerando resultados imediatos no que diz respeito à segurança no trânsito. 
Afinal, as crianças são os futuros motoristas, e não há necessidade de 
 83 
esperarmos tanto tempo para ver os reflexos desse processo de 
conscientização na qual eles estão sendo incentivados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 84 
4.4   A pesquisa com as professoras, ciclistas e motoristas  
 
 
As professoras que participaram da pesquisa lecionam para diferentes 
anos no ensino fundamental I e os ciclistas e motoristas foram escolhidos 
aleatoriamente. 
 
A seguir, apresentam-se as características específicas dos sujeitos da 
pesquisa. 
 
 
 
Tabela 1: Perfil das professoras que participaram da pesquisa 
 
 IDADE SEXO ESCOLARIEDADE TEMPO DE CARGO 
DOCÊNCIA ATUAL  
P1 33 F SUPERIOR 8 anos EF I  
P2 31 F SUPERIOR 11 anos EF I 
 
P3 49 F PÓS-GRADUAÇÃO 16 anos EF I 
P4 44 F SUPERIOR 10 anos EF I  
P5 27 F PÓS-GRADUAÇÃO 2 anos EF I  
 
 
Para não identificar cada uma das professoras, utilizaram-se as letras 
P1, P2, P3, P4 e P5 em lugar de seus nomes. As suas idades foram assim 
classificadas: P1 (33 anos), P2 (31 anos), P3 (49 anos), P4 (44 anos) e P5 
(27 anos). 
 
As idades das professoras variam de 27 a 49 anos, três possuem 
ensino superior e duas são pós-graduadas. O tempo de docência das 
mesmas é de 2 – 16 anos e todas atuam no ensino fundamental I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 85 
Tabela 2: Perfil dos ciclistas que participaram da pesquisa 
 
 IDADE SEXO ESCOLARIEDADE PROFISSÃO 
 
C1 32 M SUPERIOR FILÓSOFO 
C2 40 F PÓS-GRADUAÇÃO PSICOLOGA  
C3 37 F SUPERIOR EDUCADORA  
C4 40 F SUPERIOR COORDENADORA 
 
C5 51 M SUPERIOR DENTISTA 
 
A idade dos ciclistas participantes varia de 32 a 51 anos, três são do 
sexo feminino e dois do sexo masculino. Quatro ciclistas completaram o 
ensino superior e um deles possui pós-graduação. 
 
 
 
Tabela 3: Perfil dos motoristas que participaram da pesquisa 
 
 IDADE SEXO ESCOLARIEDADE PROFISSÃO  
M1 55 F SUPERIOR APOSENTADA 
 
M2 45 M SUPERIOR ADVOGADO 
M3 60 M ENSINO MÉDIO COMERCIANTE  
M4 25 M SUPERIOR ADMINISTRADOR  
M5 39 M SUPERIOR ADVOGADO 
 
 
Os motoristas participantes dessa pesquisa estão na faixa etária dos 
25 aos 60 anos. Quatro desses motoristas possuem ensino superior e 
apenas um deles cursou até o ensino médio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 86 
4.5  Análise das respostas 
 
4.5.1 Respostas das professoras 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 1: O que você entende 
por meio ambiente? 
 
Quadro 1 – Professoras: categoria meio ambiente. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) meio em que P1 “... é o meio onde nós 
 vivemos vivemos.” 
 P2 “... relação com nosso espaço 
 físico.” 
 P3 “... meio em que vivemos.” 
 P4 “... onde habitamos.” 
 P5 “... o planeta Terra.” 
 b) aspectos naturais P1 “... envolve aspectos naturais 
 e sociais.” 
Meio Ambiente P2 “... rios, natureza, animais...” 
P3 “... vegetação, animais, 
rochas, água, ar...” 
P5 “... toda a fauna.” 
c) seres vivos e não P1 “... todos os seres vivos e não 
vivos vivos.” 
P3 “... as coisas vivas e não 
vivas.” 
P4 “... onde habitam os seres 
vivos e não vivos.” 
 
 
De acordo com as respostas, verifica-se que todas elas relacionaram o 
meio ambiente como o meio em que vivem, e que as relações entre os seres 
vivos e o meio em que habitam são fatores que interferem na constituição do 
meio ambiente. 
 87 
De acordo com Philippi Jr. e Pelicioni (2005) o tema meio ambiente 
precisa ser entendido em sua complexidade como um conjunto de fatores 
que constitui o todo.  
 
O homem encontra-se imerso em uma intricada rede constituída por 
sistemas: a Biosfera, a Tecnosfera e a Sociosfera (PARDO DÍAZ, 2002). 
 
A Biosfera compreende as camadas baixas da atmosfera, os estratos 
superiores da litosfera e da hidrosfera e os seres vivos, incluída a espécie 
humana, interagindo entre si e com o ambiente. 
 
O outro sistema, a Sociosfera, foi desenvolvida pelo ser humano, e 
gera as relações da comunidade com outros sistemas. Pode-se considerar 
que as relações da Biosfera com a Sociosfera ocorrem por meio de 
estruturas concretas, e algumas delas constituem a Tecnosfera. 
 
A Tecnosfera compreende os assentamentos humanos (aldeias e 
cidades), indústrias, energia, transportes, agricultura, redes de 
comunicações, entre outros (PARDO DÍAZ, 2002 p.17) 
 
O meio ambiente deve ser compreendido como resultado das relações 
entre os indivíduos e a natureza. O ambiente se forma durante o processo de 
ocupação e transformação do meio por parte dos indivíduos (MEDINA, 1996). 
  
Ações e projetos interdisciplinares contribuirão para que os 
professores modifiquem a sua prática pedagógica, transmitindo à seus alunos 
um conceito mais amplo e complexo de meio ambiente, por meio da 
Educação Ambiental. 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 2:  Qual a sua 
compreensão acerca da educação ambiental? 
 
Quadro 2 – Professoras: categoria educação ambiental. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) construção de P1 “... construção de 
 conhecimentos  conhecimentos voltados para a 
 88 
 preservação do meio 
 ambiente.” 
Educação P3 “... conhecimentos para 
Ambiental conservação do meio 
ambiente.” 
b) aquisição de valores P1 “... são transmitidos valores 
ambientais...” 
P2 “... nossas atitudes com 
relação ao meio ambiente.” 
P4 “... conscientizar para uma 
correta utilização dos recursos 
naturais...” 
P5 “... processo de 
conscientização dos indivíduos 
sobre a importância da 
preservação ambiental.” 
 
Para as professoras P1 e P3, a educação ambiental é compreendida 
como um processo de construção de conhecimentos voltados para a 
preservação e conservação do nosso meio ambiente. Esse entendimento 
poderá induzir à prática, uma vez que todas devem empenhar-se em 
esforços com relação à ação educativa com vistas à formação cidadã, para a 
convivência social e o respeito ao próximo. 
  
 Nesse sentido, aspectos relacionados com o comportamento no 
trânsito deverão ser considerados no processo educativo com vistas a 
estimular ações solidárias e respeito ao meio ambiente, no contexto da 
cidade de Atibaia. 
 
 Com relação à subcategoria “aquisição de valores”, as professoras P1 
e P2 reconhecem que, por meio da educação ambiental, são transmitidos 
valores que podem levar a mudar as atitudes dos alunos com relação ao 
meio ambiente. 
 
 89 
 Nos PCNs, a educação ambiental é caracterizada como um tema 
transversal, pois os conteúdos inerentes ao meio ambiente serão abordados 
nas diversas áreas de conhecimento, de modo a impregnar toda a prática 
pedagógica, promovendo uma concepção global da questão ambiental 
(BRASIL, 1996). 
 
 Cônscios do caráter interdisciplinar da educação ambiental, os 
professores poderão modificar as suas práticas educativas, despertando o 
interesse e aumentando o envolvimento dos seus alunos nas questões que 
dizem respeito ao meio ambiente e incentivando a solidariedade e a 
cooperação mútua.  
 
 Esses alunos, ao incorporarem os conceitos e os valores transmitidos 
pela educação ambiental, nortearão as suas práticas ao longo da vida para o 
respeito ao meio ambiente e aos seres humanos, conscientes de seus 
direitos e deveres enquanto sujeitos que modificam o meio por meio de sua 
relação com ele. 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 3: Como a educação 
ambiental está inserida no currículo da escola? 
 
Quadro 3 – Professoras: categoria educação ambiental no currículo escolar. 
Categoria Subcategoria Unidades de registro 
  P1 “... a Educação Ambiental 
  e abordada sempre que 
  possível durante as aulas...” 
  P2 “... em todas as 
Educação Ambiental a) tema transversal disciplinas, com maior 
no currículo escolar ocorrência nas aulas de 
geografia.” 
P3 “... como tema transversal 
a ser trabalhado em todas as 
disciplinas.” 
 90 
P4 “... tema transversal 
permeando todas as 
matérias.” 
P5 “... da Educação Infantil ao 
Ensino Fundamental II, 
trabalhada como tema 
transversal.” 
 
Pelas respostas das professoras, pode-se verificar que é consenso 
que a educação ambiental faz parte da grade curricular da escola estudada 
como um tema transversal. P5 citou que a educação ambiental é trabalhada 
na educação infantil e no ensino fundamental como tema transversal. Já a 
professora P2, referiu-se que a educação ambiental é abordada em todas as 
disciplinas, com maior ocorrência nas aulas de geografia. 
 
 A Lei 9.795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, 
estabelece que a educação ambiental não deve estar presente nos currículos 
escolares como uma disciplina específica, pois, não se destina a isso. O tema 
deve permear todas as relações e atividades escolares, buscando 
desenvolver-se de maneira interdisciplinar (BRASIL, 1999).  
 
 A Resolução do MEC n° 2, de 15 de junho de 2012, Estabelece as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Em seu art. 1°, 
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental a 
serem observados pelos sistemas de ensino e suas instituições de Educação 
Básica e de Educação Superior, orientando a implementação do determinado 
pela Constituição Federal e pela Lei n° 9.795/99 a qual dispõe sobre 
Educação Ambiental (BRASIL, 2012). 
 
A educação ambiental tem grande valia no contexto da elaboração de 
um currículo escolar que contemple o conhecimento integrado de todas as 
disciplinas escolares. Ela deve propiciar a participação efetiva de todos os 
envolvidos, abordando diversos assuntos relacionados com a realidade local. 
 
 91 
Para Arroyo (2003), a escola precisa rever o seu currículo para dar 
conta da realidade em que seus alunos estão inseridos, fazendo-os, para 
tanto participar do processo educativo no campo da cidadania em seus 
aspectos sociais. 
 
Portanto, trabalhada nessa perspectiva, a educação ambiental 
contribui para que a temática ambiental seja abordada em todas as 
disciplinas, envolvendo questões referentes à realidade do grupo, adequando 
o currículo escolar, propiciando uma participação ativa e consciente de mais 
indivíduos no que diz respeito à preservação do meio ambiente. 
 
A escola onde trabalham as professoras contempla em seu currículo 
escolar a educação ambiental como um tema transversal, em todas as 
disciplinas e níveis de ensino, assim como preconizam os PCNs, a Política 
Nacional de Educação Ambiental e o MEC. Isso é essencial para que se 
torne mais fácil o processo de sensibilização por ocasião da implantação de 
campanhas que envolvam o tema trânsito e bicicletas. 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 4: Como você vem 
trabalhando a educação ambiental em sua prática pedagógica? 
 
Quadro 4 – Professoras: categoria educação ambiental e prática pedagógica. 
Categoria Subcategorias  Unidades de Registro 
 a) material de apoio P1 “... quase diariamente com 
 textos e vídeos...” 
 P2 “... utilizando textos, 
 reportagens, imagens e filmes.” 
 P3 “... articulados com um 
 material de apoio relacionado à 
 Educação Ambiental.” 
Educação P5 “... documentários e 
Ambiental e prática atividades práticas voltas para 
pedagógica a Educação Ambiental.” 
 92 
b) projetos P3 “... também em projetos 
específicos durante o ano.” 
P4 “... projetos são feitos de 
acordo com acontecimentos 
atuais...” 
c) atividade de leitura P1 “... são produzidos textos a 
e escrita partir de leituras de textos...” 
P2 “... leitura de textos que 
abordem conteúdos sobre o 
meio ambiente e educação 
ambiental.” 
 
Nas respostas das professoras, constatou-se o uso de diversos 
materiais de apoio, atividades de leitura e escrita,  projetos, utilização de 
reportagens, imagens e filmes em suas práticas pedagógicas referente à 
educação ambiental, como apresentado no Quadro 4. Pode-se inferir, pois, o 
comprometimento das docentes em transmitir aos alunos conhecimentos 
sobre as questões ambientais. 
 
A temática ambiental pode ser trabalhada por meio de experiências 
práticas, produção de materiais, projetos ou qualquer outra atividade que 
levem os alunos a se reconhecerem como agentes ativos do processo 
(SATO, 2002). 
 
Os materiais produzidos e os projetos articulados às disciplinas 
escolares devem buscar alternativas que possibilitem uma reflexão contínua 
na busca por uma mudança de valores e atitudes para com o meio ambiente. 
Esta é uma maneira de a educação ambiental ser implementada 
efetivamente nas escolas. 
 
Constatou-se que a escola oferece às professoras recursos e 
materiais de apoio para o desenvolvimento de atividades relacionadas com a 
educação ambiental. Por ser uma escola com muita área verde e árvores 
frutíferas, configura-se como um espaço físico privilegiado que oferece boas 
condições para que as professoras desenvolvam atividades práticas de 
 93 
estudo do meio fora da sala de aula, possibilitando uma maior reflexão 
acerca da temática ambiental. 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 5: O que você gostaria 
de fazer para melhorar essa prática? 
 
Quadro 5 – Professoras: categoria melhoria da prática pedagógica sobre educação 
ambiental. 
Categoria Subcategorias Unidades de Registro 
 a) cursos e palestras P1 “... cursos e oficinas de 
 capacitação de professores...” 
 P2 “... exposições e palestras 
 acerca da temática.” 
Melhorar a prática P3 “oportunidades de 
pedagógica sobre capacitações contínuas.” 
Educação P4 “... palestras com 
Ambiental profissionais da área...” 
b) não precisa P5 “... acredito que minha 
melhorar a prática prática está bem 
desenvolvida.” 
 
 
Os cursos sobre educação ambiental e palestras com profissionais da 
área foram citados pelas professoras como importantes para que elas 
melhorem a sua prática pedagógica no que diz respeito ao tema. Apenas P5 
citou que não precisa melhorar sua prática pedagógica, pois acredita que 
está sendo bem desenvolvida. 
 
Para que o processo de conscientização dos alunos aconteça, é vital 
que o professor adquira conhecimentos atualizados sobre a temática 
ambiental; essa aquisição permite que seus alunos adotem uma postura 
consciente, crítica e ativa na resolução dos problemas envolvendo o meio 
ambiente. 
 
 94 
Mesmo diante da relevância desse tema, no Brasil, segundo Lima 
(2009) existem poucos cursos de formação continuada em educação 
ambiental, apesar dos PCNs, da Política Nacional de Educação Ambiental e 
das diretrizes do MEC que discorrem sobre a importância dessa formação. 
 
Complementa o autor que, quando existem vagas para esses cursos, 
elas são ofertadas preferencialmente ao professores que lecionam as 
disciplinas de biologia e ciências, contrariando o seu caráter interdisciplinar. 
 
Constatou-se durante as entrevistas, que a cidade de Atibaia 
atualmente não oferece nenhum curso sobre a temática ambiental para os 
professores da rede municipal de ensino. Na escola estudada, os professores 
participam dos cursos promovidos pelo sistema Positivo de Ensino cuja 
apostila é utilizada pela escola. 
 
Os cursos são oferecidos a todos os professores, independentemente 
da disciplina que leciona. Os temas são variados, como reaproveitamento 
dos recursos naturais, coleta seletiva de lixo, impactos da poluição na vida 
humana. Abordam também questões atuais de nossa sociedade, sendo 
ministrados ao longo de todo ano letivo. 
 
Quando o curso é oferecido fora da cidade de Atibaia, a escola 
disponibiliza transporte para os professores, para facilitar o deslocamento 
deles e possibilitar que a maioria se capacitem mediante esses cursos. 
 
Podemos notar que a escola em questão oferece subsídios para a 
prática da educação ambiental, facilitando o trabalho das professoras nesse 
sentido. Com a capacitação constante, as professoras estarão sempre 
atualizadas e preparadas para que o processo de conscientização ambiental 
do alunos aconteça efetivamente. 
 
 
 
Opinião das professoras sobre a pergunta 6: Quem são os responsáveis pela 
proteção e preservação do meio ambiente? 
 
 
 95 
Quadro 6 – Professoras: Opinião sobre os responsáveis pelo meio ambiente 
ALTERNATIVA RESPOSTA 
 
Crianças P1 – P2 – P3 – P4 – P5 
 
Adultos P1 – P2 – P3 – P4 – P5 
 
Prefeitura P1 – P2 – P3 – P4 – P5 
 
Donos de Fábrica P1 – P2 – P3 – P4 – P5 
 
Governo P1 – P2 – P3 – P4 – P5 
 
Professores P1 – P2 – P3 – P4 – P5 
 
 
 
Vê-se que todos os indivíduos pertencentes à coletividade, 
independentemente de sua idade ou profissão, são responsáveis pela 
proteção e preservação do meio ambiente, segundo as respostas das 
professoras, apresentadas no Quadro 6. 
 
De acordo com a Constituição Federal, em seu Capítulo VI, art. 225 
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder 
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988). 
 
Somos então todos responsáveis pela preservação do meio ambiente. 
Então, os professores, ao transmitirem os valores ambientais a seus alunos, 
fazem com que eles, além de cumprir a lei, contribuam para que a qualidade 
de vida da população melhore continuamente. 
 
 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 7: Qual o nível de ensino 
mais adequado em sua opinião para se iniciar a educação ambiental? 
Justifique sua opinião. 
 
 
 
 
 96 
 
Quadro 7 – Professoras: categoria início da educação ambiental. 
Categoria Subcategoria Unidades de Registro 
Início da Educação a) transmitir valores P1 “... valores se solidificam na 
Ambiental – ambientais  1a infância.” 
Educação Infantil P2 “... para a formação de um 
cidadão consciente...” 
P3 “... orientar os pequenos a 
terem uma consciência 
ambiental.” 
P4 “... formar um indivíduo 
consciente de seu papel 
ambiental...” 
P5 “ensinando desde o início 
as ações que devem ser 
tomadas para protegermos o 
meio ambiente...” 
 
 
Verifica-se que a Educação Infantil foi reconhecida como o nível de 
ensino onde deveria ser iniciada a educação ambiental nas escolas. 
 
A Lei 9.795/99, em seu art. 2o acentua que a educação ambiental é um 
componente essencial e permanente da educação nacional e que deve estar 
presente de maneira articulada em todos os níveis de ensino e modalidades 
do processo educativos. Por ser um componente permanente e que deve ser 
contemplado em todos os níveis de ensino, é correto que a educação 
ambiental se inicie na educação infantil onde, por meio de atividades lúdicas 
e de exploração do entorno, sejam transmitidos valores ambientais para 
esses alunos, fazendo com que suas ações futuras sirvam para resguardar a 
qualidade do nosso meio ambiente (BRASIL, 1999). 
 
A educação ambiental é, na escola estudada, trabalhada já na 
educação infantil. Nesse nível as crianças participam de atividades práticas 
voltadas para a preservação do meio ambiente, sempre com um caráter 
lúdico, entre as quais cita-se a economia de água, coleta seletiva, reciclagem, 
entre outros. 
 
Nota-se que a escola possibilita um ambiente de conscientização 
ambiental para todos os seus alunos, independentemente da faixa etária. 
Isso possibilita que as crianças, com o passar do tempo, possam modificar 
 97 
gradativamente as suas ações, influenciados pelos valores transmitidos pelas 
escola. 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 8: Quais são os 
benefícios gerados pela adoção da bicicleta como meio de transporte 
principal em detrimento aos veículos automotores? 
 
Quadro 8 – Professoras: categoria benefícios do uso da bicicleta. 
Categoria Subcategoria Unidades de Registro 
 a) não poluidor P1 “... não usa combustível 
 fóssil...” 
 P2 “... não poluente...” 
 P4 “... diminui os níveis de 
 poluição..” 
 P5 “... não emana gases no ar...” 
 b) melhora a qualidade P1 “... é excelente para a 
Benefícios do de vida saúde...” 
uso da bicicleta P2 “...bom exercício físico...” 
P3 “... contribui para melhorar a 
saúde...” 
P4 “... bom para a saúde por ser 
uma atividade física.” 
P5 “... melhora a saúde...” 
c) melhora o trânsito P3 “... diminui os 
engarrafamentos...” 
P4 “... desafoga o trânsito...” 
P5 “... contribui para uma melhor 
circulação na cidade.” 
 
 
 Quando as professoras foram questionadas acerca de quais seriam os 
benefícios do uso da bicicleta, foram obtidas as respostas que constam 
resumidas no Quadro 8. 
 
As  subcategorias identificam que os benefícios gerados pela adoção 
das bicicletas como meio de transporte principal elencados pelas professoras 
foram o seu caráter não poluidor e a melhoria do trânsito nas cidades. 
Consideram também que a bicicleta contribui para a prática de atividade 
física e promoção da qualidade de vida. 
 
 98 
A função dos meios transporte é propiciar deslocamentos para que as 
pessoas satisfaçam seus anseios e necessidades, contribuindo para melhoria 
da qualidade de vida da população, sem torná-la conflituosa (PESSOA, 
1997). 
Como o “combustível” das bicicletas é a força humana, esse meio de 
transporte não polui a atmosfera, o que contribui significativamente para a 
melhoria da qualidade do ar e, consequentemente, da qualidade de vida dos 
indivíduos e da coletividade. É o que defendem Proença e Raia Jr. (2005). 
 
Além disso, pedalar é uma excelente atividade física que gera diversos 
benefícios para a saúde, sendo uma delas a promoção da qualidade de vida, 
pois a atividade física vai minimizar o estresse e elevar a sensação de bem-
estar físico e psicológico. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde 
considera a atividade física com o um fator primordial para a melhoria do 
bem-estar físico, emocional e também social. 
 
As cidades sofrem com graves problemas de circulação do povo, 
devido aos congestionamentos gerados pelo elevado número de veículos 
automotores que circulam diariamente nesses centros. Os efeitos negativos 
desses congestionamentos afetam a todos, inclusive os que não fazem uso 
de veículos motorizados. 
 
Frente a isso é necessária a busca por transportes alternativos que, 
além de não serem poluidores, ocupam bem menos espaço (inclusive para 
estacionar) e facilitariam os deslocamentos diários pela cidade.  
 
Uma alternativa são as bicicletas, graças à sua flexibilidade no espaço 
urbano. Elas minimizam o trânsito, pois ocupam menos espaço que os 
veículos, são acessíveis a grande maioria da população, não utilizam 
nenhum combustível e propiciam a prática de uma atividade física, que é 
pedalar (BALASSIANO et al., 2011). 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 9: Quais são os  riscos 
gerados pela adoção da bicicleta como meio de transporte principal em 
detrimento aos veículos automotores? 
 99 
Quadro 9 – Professoras: categoria riscos do uso da bicicleta. 
Categoria Subcategorias Unidades de registro 
 a) segurança P1 “... acidentes pela ausência 
 de ciclovias.” 
 P2 “... fragilidade perante os 
 carros...” 
 P4 “... falta de segurança para 
Riscos do uso da os ciclistas.” 
bicicleta P5 “... muitos acidentes 
envolvendo bicicletas.” 
b) ausência de ciclovias P1 “... pela ausência de 
ciclovias.” 
P2 “... faltam ciclovias na 
cidade...” 
P3 “... poucos espaços físicos 
destinados às bicicletas...” 
P4 “... não existem espaços 
adequados para a circulação 
das bicicletas.” 
c) falta de educação no P4 “... a falta de educação dos 
trânsito motoristas no trânsito...” 
P5 “... é preciso conscientizar 
os motoristas sobre como agir 
no trânsito.” 
 
As questões de segurança foram descritos como os principais fatores 
de risco para os indivíduos que utilizam as bicicletas como principal meio de 
transporte. 
 
A ausência de espaços seguros destinados à circulação de bicicletas, 
como as ciclovias, são os principais responsáveis pelos altos índices de 
acidentes envolvendo ciclistas na cidade. A fragilidade da bicicletas frente 
aos outros veículos também foi considerada um fator de risco pelas 
professoras. 
 100 
Essa fragilidade, segundo elas, é ocasionada pela falta de educação 
no trânsito por parte dos motoristas. O desrespeito ao Código de Trânsito 
Brasileiro – CTB constatado nas ruas diariamente é um fator que demonstra 
essa ausência de consciência no trânsito, o que coloca em risco todos os 
agentes envolvidos nele. 
 
O pensamento é compartilhado por Moritz (1997) que aponta a falta de 
segurança como um dos fatores desmotivantes para a adoção das bicicletas 
como meio de transporte, seja com relação aos acidentes, ou à 
vulnerabilidade do ciclista. 
 
Como descrito em páginas anteriores, na cidade de Atibaia existe um 
projeto para a construção de ciclovias com infraestrutura segura para os 
ciclistas e a população. O projeto visa dar mais segurança para a circulação 
de bicicletas pela cidade, para que, sentindo-se mais seguros, os indivíduos 
passem a adotar a bicicleta como principal meio de transporte. 
 
Mas a segurança não depende apenas da existência de locais seguros 
para a circulação das bicicletas; é preciso que os motoristas respeitem as leis 
do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, para que o número de acidentes 
diminua, e com isso, aumente a sensação de segurança no trânsito da 
cidade. 
 
Para os motoristas, a cidade de Atibaia está realizando atualmente um 
programa de conscientização no trânsito, onde agentes espalhados pelas 
ruas da cidade entregam aos motoristas um panfleto informativo com 
medidas simples que podem ser adotadas por eles para tornar o trânsito da 
cidade mais seguro. 
 
Esse processo de conscientização deve ser permanente e constante 
para que os motoristas sedimentem esses valores de respeito no trânsito 
tornando a circulação na cidade melhor para todos. 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 10: Segundo a sua 
opinião, como a Educação para o Trânsito pode contribuir para a melhoria 
da qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade? 
 
 101 
Quadro 10 – Professoras: categoria importância da educação para o trânsito. 
Categoria Subcategoria Unidades de registro 
 a) conscientização P1 “... conscientizar os 
 indivíduos sobre seus 
Importância da deveres...” 
Educação para o P2 “... informar as pessoas 
Trânsito sobre como agir em prol do 
bem estar coletivo.” 
P3 “... ensinar valores e 
atitudes..” 
P4 “... apresentar as leis de 
trânsito para conscientizar as 
pessoas...” 
P5 “... é preciso conscientizar 
sobre como se portar no 
trânsito para evitar acidentes.” 
 
Segundo as professoras, a principal contribuição da Educação no 
Trânsito para a qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade é o seu 
poder de conscientização e modificação de ações e posturas agregados ao 
longo da vida. 
 
Apresentando as leis de trânsito nas escolas, e conscientizando os 
alunos, que um dia tornar-se-ão motoristas, eles estarão mais conscientes de 
seus direitos e deveres enquanto motoristas e, com certeza, cometerão 
menos infrações. 
 
Para que um indivíduo seja considerado uma pessoa educada que 
pratica um comportamento correto no trânsito, é necessário entender que a 
liberdade de um acaba onde começa a do outro (MARTINS, 2004). 
 
Com isso, o trânsito se tornará muito mais seguro, possibilitando a 
mais pessoas adotarem a bicicleta como meio de transporte, melhorando a 
circulação nas cidades, bem como a qualidade de vida da população. 
 
 102 
A educação no trânsito é trabalhada na escola estudada dentro da 
educação ambiental uma vez que o trânsito influi diretamente na qualidade 
do meio ambiente e, portanto, as corretas ações no trânsito irão causar 
impactos positivos nele. 
 
Não se trata apenas de ensinar o significado e memória das placas e 
ensinar as leis de trânsito; é importante também refletir sobre as 
consequências que as atitudes erradas dos motoristas geram no trânsito, 
repensando as práticas na busca soluções para o quadro atual de 
desrespeito generalizado. 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 11: Em quais locais e de 
que maneira pode ser trabalhada a Educação para o Trânsito? 
 
Quadro 11 – Professoras: categoria locais para trabalhar a educação para o trânsito. 
Categoria Subcategorias Unidades de registro 
 
 a) na escola P1 
 P2 
 P4 
 b) em casa P1 
 P2 
Locais para trabalhar a P4 
educação para o P5 
trânsito c) mídias em geral P4 
P5 
d) ongs e associações P2 
P4 
e) redes sociais P1 
P5 
f) em qualquer lugar P3 
 
 
 
Diversos locais foram apontados pelas professoras como propícios 
para o trabalho com a Educação no Trânsito, sendo as mais citadas a escola 
e em casa. 
 
 103 
Martins (2004) advoga que é indispensável uma campanha nacional 
de educação no trânsito, começando nas escolas, mediante campanhas 
publicitárias e meios próprios do ensino escolar. 
 
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, em seus arts. 
74 e 79, a Educação no Trânsito é um direito de todos e é dever prioritário do 
Estado garantir um espaço de circulação mais equitativo, humano e seguro 
(BRASIL, 1997). 
 
O poder público começou a implementar programas socioeducativos 
de trânsito em vários setores da sociedade, como nas escolas, associações e 
através da mídia em geral, objetivando um trânsito mais seguro, com mais 
indivíduos conscientes de suas responsabilidades (MACIEL, 2008). 
 
O art. 76 do CTB estabelece que a Educação no Trânsito deve estar 
presente na pré-escola, educação básica e no ensino superior. O objetivo é 
tornar a criança um pedestre consciente e responsável, ciente de seus 
direitos e deveres e que, quando se tornar um adulto e passar a dirigir, tenha 
sempre a preocupação com a segurança e o bem-estar de toda a 
coletividade. 
 
Nesse sentido, a Educação no Trânsito nas escolas contribuirá para 
uma prática social pautada por uma ética no trânsito, preparando as crianças 
para o exercício de sua cidadania. 
 
Como acima referido, não é simplesmente conhecer as placas e as 
regras de trânsito; é preciso também estar a par da consequência que cada 
ação contrária às normas vigentes acarreta; do mesmo modo conhecer as 
maneiras de evitar que os acidentes aconteçam, pois as leis de trânsito foram 
feitas para todos, mesmo para aqueles que ainda estejam longe de assumir a 
direção de um veículo. 
 
Assim, é papel da Educação no Trânsito propiciar situações de ensino 
e aprendizagem que sensibilizem e promovam uma reflexão critica, para que 
as crianças construam conhecimentos e agreguem valores que lhes 
permitam uma circulação mais responsável e consciente. 
 
 104 
Nesse sentido, os professores devem promover nos ambientes 
escolares  a construção de identidades que preparem os alunos para agirem 
com mais autonomia e responsabilidade na circulação. As questões inerentes 
ao trânsito devem estar presentes no currículo escolar, trabalhados como um 
tema transversal junto a todas disciplinas escolares (MACIEL, 2008). 
 
Fica clara desse modo a relevância de uma Educação no Trânsito nas 
escolas baseada na interdisciplinaridade; nessa estratégia ela se articula 
para aliar o conhecimento pré-existente com os novos conhecimentos, 
colaborando para eliminar ou minimizar os problemas atuais de trânsito que 
interferem na qualidade de vida dos indivíduos. 
 
Cabe frisar que o trabalho com a Educação no Trânsito deve ocorrer 
de maneira permanente nas escolas, uma vez que os valores não são 
transmitidos e sedimentados em apenas uma aula ou em uma semana. Esse 
processo requer projetos com objetivos bem definidos, recursos de qualidade 
e acompanhamento constante (MARTINS, 2004). 
 
E por ser um processo permanente, a Educação no Trânsito na escola 
deve ser “continuada” em casa e nos demais locais da sociedade para que o 
processo de conscientização e aquisição de conhecimentos ocorra 
efetivamente. 
 
 De modo a atender à legislação do CTB acerca da obrigatoriedade da 
presença da educação no trânsito nas escolas, a prefeitura de Atibaia, 
responsável pelas Escolas Municipais de Ensino Fundamental – EMEF 
estará iniciando no próximo ano letivo o projeto intitulada “Rota da 
Educação”, que irá trabalhar a educação no trânsito nas escolas com os 
alunos do ensino fundamental I. 
 
Foi criado para cada ano um específico material didático de apoio para 
que o trabalho se articule com os conteúdos de todas as disciplinas 
específicas. 
 
Os objetivos desse projeto são conscientizar os alunos acerca dos 
problemas atuais do trânsito na cidade, bem como de que maneira cada um 
pode contribuir para a solução desses problemas; desenvolver o conceito de 
 105 
segurança individual e coletiva e formar disseminadores da educação no 
trânsito, pois, como dito anteriormente, esse processo educativo deve ser 
permanente e se estender a todos os segmentos da sociedade. 
 
 
4.5.2 Ciclistas e Motoristas 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 1: O que você entende 
por meio ambiente? 
 
CICLISTAS 
 
Quadro 12 – Ciclistas: categoria meio ambiente. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) natureza C1 “... conjunto fauna, flora e 
 seres humanos.” 
 C4 “... é a natureza, onde 
 habitam os seres vivos.” 
Meio Ambiente b) local de relações C2 “... tudo que afeta ou é 
afetado pelo homem...” 
C3 “... local onde ocorrem as 
relações entre fatores bióticos e 
abióticos.” 
C5 “... tudo que está relacionado 
ao meio em que vivemos.” 
 
 
 
 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 13 – Motoristas: categoria meio ambiente. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) local de relações M1 “... todas as coisas do 
 planeta Terra.” 
 M2 “... tudo relacionado a 
 Terra...” 
Meio Ambiente M3 “... a relação entre tudo que 
envolve nosso planeta.” 
b) natureza M4 “...  é o conjunto da relação 
entre flora e fauna...” 
M5 “... a natureza e tudo a 
cerca.” 
 106 
 
Meio ambiente, é entendido pelos ciclistas e motoristas como a 
natureza (fauna e flora) e a sua relação com os seres humanos. 
 
Ricklefs (1973) define meio ambiente como tudo aquilo que circunda 
um organismo, inclusive as plantas e animais com os quais esse organismo 
interage 
 
Devemos conceber o meio ambiente como o local onde acontecem as 
relações entre todos os organismos, e os resultados dessas relações irão 
modificar constantemente esse meio em que vivemos. Portanto, somos todos 
responsáveis pelo meio ambiente, pois fazemos parte dele e com ele 
interagimos diariamente. 
 
Tudo aquilo que é produzido pelo homem, como os automóveis, por 
exemplo, também fazem parte do meio ambiente e contribuem para a sua 
configuração. As partículas que lançam na atmosfera influem diretamente no 
clima e na qualidade de vida dos indivíduos.. 
 
Assim, podemos afirmar que não apenas os seres vivos e a natureza 
constituem nosso meio ambiente, mas, sim, tudo aquilo que nele está 
presente e com ele se relaciona. 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 2: Qual a sua 
compreensão acerca da educação ambiental? 
 
CICLISTAS 
 
Quadro 14 – Ciclistas: categoria educação ambiental. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) aquisição de C1 “... ações voltadas ao 
 conhecimentos conhecimento do meio 
 ambiente.” 
 C2 “... habilidades e 
 conhecimentos sobre o meio 
 ambiente.” 
Educação C4 “... processo de construção 
Ambiental de conhecimentos relacionados 
 107 
ao meio ambiente.” 
b) processo de C3 “... conscientizando sobre a 
conscientização importância de preservar o meio 
ambiente como um todo.” 
C5 “... no preparo do indivíduo 
para se relacionar 
adequadamente com o meio...” 
 
 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 15 – Motoristas: categoria educação ambiental. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) aquisição de M2 “... conhecimentos para a 
 conhecimentos preservação do planeta Terra...” 
 M3 “... ensino de como 
 preservar o nosso meio 
Educação ambiente.” 
Ambiental M5 “... construção de 
conhecimentos ambientais...” 
b) processo de M1 “...  conscientizando as 
conscientização pessoas sobre os problemas 
ambientais atuais...” 
M4 “... onde valores são 
passados...” 
 
 
Para os ciclistas e motoristas, a educação ambiental deve objetivar a 
aquisição de conhecimentos acerca da temática ambiental e promover a 
conscientização dos indivíduos sobre o seu papel na preservação do meio 
ambiente. 
 
Segundo Amoêdo (2010) a educação ambiental é uma prática 
educativa que também inclui aspectos sociais e que, então, objetiva a 
aquisição de conhecimentos, a construção de valores, conceitos e atitudes 
que favoreçam uma melhor compreensão da vida coletiva. 
 
É, portanto, por meio da educação ambiental que podemos modificar 
os valores que norteiam as ações dos indivíduos, fazendo com que eles 
passem a agir, pensando nos impactos que serão causados ao meio 
ambiente evitando, assim, degradá-lo. 
 
 108 
 
Opinião dos ciclistas e motoristas sobre a pergunta 3: Em sua opinião, quem 
são os responsáveis pela proteção e preservação do meio ambiente? 
 
CICLISTAS 
 
Quadro 16 – Ciclistas: opinião sobre os responsáveis pelo meio ambiente. 
ALTERNATIVA RESPOSTAS 
 
Crianças C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
 
Adultos C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
 
Prefeitura C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
 
Donos de Fábrica C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
 
Governo C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
 
Professores C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
 
 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 17 – Motoristas: opinião sobre os responsáveis pelo meio ambiente. 
ALTERNATIVA RESPOSTAS 
 
Crianças M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
 
Adultos M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
 
Prefeitura M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
 
Donos de Fábrica M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
 
Governo M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
 
Professores M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
 
 
 
De acordo com os ciclistas e os motoristas, todos os indivíduos são 
responsáveis pela proteção e preservação do meio ambiente. 
 
 109 
Esse modo de pensar está de acordo com a Constituição Federal 
onde, em seu capítulo VI – Do Meio Ambiente, art. 225, diz: “todos têm direito 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
 
A partir da Constituição Federal, foram instituídas políticas públicas. 
Mas não bastam apenas políticas públicas voltadas para a preservação do 
meio ambiente se não houver uma conscientização de toda a população 
acerca de seu papel nesse processo. 
 
 Uma ferramenta para que mais indivíduos se conscientizem é a 
educação ambiental, que não deve ser trabalhada apenas nas escolas, uma 
vez que todos os cidadãos são responsáveis por sua preservação, como diz 
a Constituição. 
 
 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 4: Qual a faixa etária 
mais adequada em sua opinião para se iniciar a educação ambiental? 
Justifique sua opinião. 
 
CICLISTAS 
 
Quadro 18 – Ciclistas: categoria idade para o início da educação ambiental. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) aprender valores desde C1 “...  aprendendo pela 
 cedo experiência desde 
 pequeno.” 
Idade para iniciar C2 “... e os valores vão 
a Educação influenciar as crianças...” 
Ambiental C3 “... quanto antes iniciar a 
conscientização melhor.” 
C4 “... na infância 
aprendemos mais fácil o que 
nos é transmitido...” 
C5 “... valores são formados 
desde o nascimento.” 
 110 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 19 – Motoristas: categoria idade para o início da educação ambiental. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) aprender valores desde M1 “... quanto mais cedo se 
 cedo iniciar melhor.” 
 M2 “... entender o meio 
Idade para iniciar ambiente desde 
a Educação pequenos...” 
Ambiental M3 “... ensinar atitudes 
assim que possível...” 
M4 “... devem aprender 
desde pequenas a cuidar do 
meio ambiente.” 
M5 “... se aprendem cedo 
tendem a continuar.” 
 
 
Os ciclistas e motoristas acreditam que a educação ambiental deve  
iniciar-se o quanto antes, para que as crianças aprendam valores ambientais 
desde pequenos, sendo suas práticas presentes e futuras baseadas nesses 
valores. 
 
Dias (2004) avalia que a educação ambiental deve estar presente em 
todas as etapas da vida, iniciando-se em casa, antes da idade escolar, para 
que se desenvolva nos indivíduos uma mentalidade acerca das relações dos 
homens com o meio ambiente. 
 
Na infância, os indivíduos são mais propensos a agregar valores e 
conceitos, sendo, assim, muito importante que essa agregação de valores, 
oriunda da educação ambiental, se inicie o quanto antes para que os seus 
objetivos sejam atingidos. 
 
Cônscios da importância de iniciar a educação ambiental o quanto 
antes com as crianças, os ciclistas e motoristas que participaram da pesquisa 
certamente irão agir nesse sentido com seus filhos, sobrinhos, primos e 
netos, transmitindo-lhes valores voltados para a proteção e preservação do 
nosso meio ambiente. 
 
 
 111 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 5: Quais são os 
benefícios gerados pela adoção da bicicleta como meio de transporte 
principal em detrimento aos veículos automotores? 
 
CICLISTAS 
 
Quadro 20 – Ciclistas: categoria benefícios do uso da bicicleta. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) promove a qualidade C1 “... e melhora a 
 de vida qualidade de vida das 
 pessoas.” 
 C2 “... é uma atividade física 
 que ajuda na qualidade de 
 vida...” 
 C3 “... exercício físico que 
 combate o estresse...” 
 C5 “... estimula um estilo 
 vida mais ativo... 
Benefícios do uso b) reduz a poluição C1 “... não polui o ar...” 
da bicicleta atmosférica C2 “... sem utilizar nenhum 
tipo de combustível...” 
C3 “... não produz poluição 
atmosférica nem sonora.” 
C4 “... contribui para evitar o 
aquecimento global já que 
não polui o ar...” 
C5 “... é uma forma de 
locomoção não poluente.” 
c) melhora o trânsito C1 “... com mais bicicletas 
menor será o fluxo de 
carros...” 
C3 “... reduz os imensos 
congestionamentos...” 
 112 
C4 “... melhora o trânsito 
nas cidades 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 21 – Motoristas: categoria benefícios do uso da bicicleta. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) promove a qualidade M1 “... contribui para o bem 
 de vida estar físico e psicológico...” 
 M2 “... excelente 
 oportunidade de fazer um 
 exercício e melhorar a 
 saúde.” 
 M5 “... prática regular de 
 atividade física melhorando 
 a qualidade de vida...” 
 b) reduz a poluição M1 “... ela não polui o nosso 
Benefícios do uso atmosférica ar...” 
da bicicleta M2 “... reduz a poluição, 
inclusive a sonora.” 
M3 “... não emite partículas 
poluentes...” 
M4 “... não usa combustível 
então não polui.” 
c) melhora o trânsito M1 “... reduzindo 
congestionamentos.” 
M2 “...desafoga o trânsito...” 
M3 “... reduz número de 
veículos rodando...” 
M5 “... ocupam menos 
espaço, facilitando a 
circulação.” 
 
 113 
Os benefícios gerados pela adoção das bicicletas como principal meio 
de transporte elencados pelos ciclistas e motoristas foram a promoção da 
qualidade de vida, a redução da poluição atmosférica e a melhora no trânsito 
das cidades. 
 
Cita Boogaard et al. (2011) que as bicicletas não poluem e, apesar dos 
riscos evidentes, são uma alternativa sustentável para o meio ambiente e 
para melhorar a circulação nas cidades. 
 
Diante dos atuais níveis de poluição atmosférica, a mudança de meio 
de locomoção para as bicicletas reduziria significativamente a emissão de 
poluentes na atmosfera; e, como as bicicletas são veículos que ocupam bem 
menos espaço que os carros, o trânsito nas cidades iria diminuir, dada a 
menor circulação diária de veículos automotores. 
 
Pedalar é uma atividade física que se praticada regularmente, gera 
diversos benefícios para a saúde, como a melhoria do condicionamento 
físico, redução  do estresse e promoção da qualidade de vida dos indivíduos. 
 
Caminhar e pedalar são duas alternativas para os indivíduos que 
querem melhorar a sua qualidade de vida por meio da prática regular de uma 
atividade física, e não dispõe de tempo livre disponível para tal (MATSUDO, 
2001) 
 
Nos dias de hoje, as pessoas estão sempre apressadas e quase não 
lhes sobra tempo livre para praticar uma atividade física. Adotando as 
bicicletas como meio de transporte, a prática da atividade física ocorrerá em 
um horário em que antes o indivíduo permanecia sentado dentro de seu 
automóvel, preso nos congestionamentos. 
 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 6: Quais são os  riscos 
gerados pela adoção da bicicleta como meio de transporte principal em 
detrimento aos veículos automotores? 
 
CICLISTAS 
Quadro 22 – Ciclistas: categoria riscos do uso da bicicleta. 
 114 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) falta de segurança C1 “... risco de acidentes no 
 trânsito...” 
 C2 “... elevado índice de 
 acidentes...” 
 C3 “... atropelamentos 
 diários...” 
 C4 “... colisões e 
 atropelamentos...” 
 C5 “... acidentes envolvendo 
 bicicletas...” 
 b) falta de educação C2 “... falta educação no 
Riscos do uso da no trânsito trânsito por parte dos 
bicicleta motoristas...” 
C3 “... motoristas que não 
respeitam as leis de 
trânsito...” 
C4 “... os ciclistas não são 
respeitados...” 
C5 “ ...conscientização zero 
dos motoristas.” 
c) má conservação da C1 “... vias com pavimentação 
via irregular...” 
C3 “... os espaços destinados 
as bicicletas são precários...” 
C4 “... buracos e obstáculos 
na via.” 
 
MOTORISTAS  
 
Quadro 23 – Motoristas: categoria riscos do uso da bicicleta. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) falta de segurança M1 “... muitos 
 115 
 atropelamentos...” 
 M2 “... acidentes graves e 
 frequentes.” 
 M3 “... não há segurança para 
 o ciclista...” 
 M4 “... acidentes causados 
 pela ausência de 
Riscos do uso da infraestrutura...” 
bicicleta M5 “... insegurança e 
acidentes.” 
b) falta de educação M2 “... desrespeito ao Código 
no trânsito de Trânsito...” 
M4 “... falta de consciência 
dos motoristas.” 
M5 “... as pessoas tem pressa 
e acabam desrespeitando as 
leis...” 
 
Quando questionados acerca dos riscos da adoção das bicicletas 
como meio de transporte, os ciclistas e motoristas apontaram a falta de 
segurança, a ausência de educação no trânsito e a má conservação das vias 
onde circulam as bicicletas. 
O pensamento é compartilhado por Boogaard et al. (2011) que afirma 
que os riscos para os ciclistas nas cidades são a falta de espaços seguros 
para sua circulação, sua vulnerabilidade perante os demais veículos e a falta 
de consciência coletiva. 
 
Esses riscos apresentados são fatores preponderantes para que os 
indivíduos não adotem a bicicleta como principal meio de transporte. É 
preciso que as cidades disponibilizem espaços adequados e com 
infraestrutura de segurança para que os riscos de circular com de bicicleta 
sejam anulados ou minimizados e com isso mais pessoas irão modificar seu 
meio de transporte usual, voltando-se para as bicicletas. 
 
 116 
A conscientização dos motoristas também é vital para esse processo 
de mudança, uma vez que eles continuarão a interagir de maneira direta com 
as bicicletas no trânsito, a segurança dos ciclistas depende do cumprimento 
das leis do Código de Trânsito Brasileiro por parte dos motoristas. 
 
 Assim como as professoras, os ciclistas e motoristas apontam a 
insegurança como principal fator para a não adoção da bicicleta como meio 
de locomoção. 
 
Essa insegurança é causada pelos acidentes envolvendo bicicletas, 
causados na grande maioria por imprudência dos motoristas, e pela má 
conservação da via que, atualmente, é utilizada como ciclovia na cidade de 
Atibaia. 
 
A questão da infraestrutura inadequada que se apresenta hoje, 
começará a melhorar ainda em 2014, com o início do projeto para a 
construção de ciclovias nos moldes da Federação Internacional de Ciclismo.  
 
Como referido em páginas anteriores, o projeto é fruto de uma parceria 
da Secretaria de Trânsito e Transportes com a Secretaria de Esportes e 
Lazer, o que demonstra que as bicicletas são vistas pelo poder público não 
só como uma forma de lazer, mas, também, como uma opção de transporte 
para a população da cidade. 
Categoria e subcategorias identificadas na pergunta 7: O que em sua opinião 
pode ser feito para melhorar o trânsito de bicicletas na cidade? 
CICLISTAS 
 
Quadro 24 – Ciclistas: categoria como melhorar a circulação das bicicletas. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) espaço físico seguro C1 “... ciclovias 
 adequadas e seguras...” 
 C2 “... criar espaços 
 exclusivos para as 
 bicicletas...” 
 C3 “... ter ciclovias 
 117 
 seguras por toda a 
 cidade.” 
 C4 “... melhoras a 
 segurança nas vias 
Como melhorar a onde circulam 
circulação das bicicletas bicicletas...” 
C5 “... ciclovias com 
infraestrutura e 
segurança.” 
b) programas de C3 “... programas 
educação no trânsito constantes de 
conscientização no 
trânsito...” 
C4 “... novos projetos 
direcionados a 
segurança no trânsito.” 
C5 “... educação no 
trânsito nas escolas...” 
 
 
 
 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 25 – Motoristas: categoria como melhorar a circulação das bicicletas. 
Categoria Subcategoria Unidade de Registro 
 a) espaço físico seguro M1 “... criar ciclovias 
 seguras em todos os 
 aspectos...” 
 M2 “... cidade investir 
 em ciclovias.” 
 118 
 M3 “... vias com 
 segurança para as 
 pessoas andarem de 
Como melhorar a bicicleta.” 
circulação das bicicletas M4 “... melhorar a 
infraestrutura atual.” 
M5 “... incentivar o uso 
oferecendo mais 
segurança.” 
b) programas de M1 “... educar os 
educação no trânsito motoristas.” 
M3 “... investir em 
programas e projetos de 
educação no trânsito...” 
 
 
Espaços físicos seguros e programas de educação no trânsito foram 
as medidas apresentadas pelos ciclistas e motoristas para melhorar o trânsito 
de bicicletas na cidade. 
 
A circulação de bicicletas, de acordo com a Companhia de Engenharia 
e Tráfego - CET-SP (2013) deve ocorrer em espaços seguros com relação à 
infraestrutura de segurança. 
 
Como os carros precisam que as vias estejam em boas condições 
para uma circulação segura, assim também essa regra é válida para a 
circulação das bicicletas. 
 
No trânsito o ciclista está muito mais exposto que o motorista de 
qualquer veículo motorizado, portanto são muito maiores as chances de 
sofrer um acidente com mais gravidade por algum problema na conservação 
da via, como a pavimentação irregular ou obstáculos no percurso. 
 
A necessidade de programas de educação no trânsito evidenciam que 
poucos motoristas conhecem ou seguem as leis presentes no Código de 
Trânsito Brasileiro. Muitos acidentes poderiam ser evitados caso as leis 
 119 
fossem cumpridas, e, com isso, o trânsito seria muito mais seguro para os 
ciclistas do que é atualmente. 
 
Faz-se, por conseguinte, necessário que todos conheçam e respeitem 
as leis, adotando uma postura de respeito para com os demais agentes 
envolvidos no trânsito. 
 
Advoga Martins (2004) que o indivíduo que obedece à legislação de 
trânsito está exercendo a sua cidadania e demonstra ter educação, paciência 
e prudência. 
 
 É dever do poder público garantir um espaço de circulação mais 
seguro para todos, inclusive, portanto, para os ciclistas. Como dito 
anteriormente, em Atibaia essa questão começará a ser resolvida quando do 
início do projeto de construção de ciclovias na cidade durante o ano de 2014. 
 
No que diz respeito à educação no trânsito, a prefeitura de Atibaia 
deveria promover mais campanhas de conscientização para atingir um 
número maior de indivíduos, e modifiquem suas práticas ao volante, 
contribuindo para uma circulação mais segura. 
 
 
Opinião dos ciclistas e motoristas sobre a pergunta 8: Quais os fatores que, 
em sua opinião, desmotivam os indivíduos a adotarem as bicicletas como 
meio de transporte principal? 
CICLISTAS 
 
Quadro 26 – Ciclistas: Opinião sobre os fatores que desmotivam o uso das 
bicicletas. 
ALTERNATIVA RESPOSTAS 
 
falta de infraestrutura                          C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
ausência de ciclovias                          C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
sedentarismo  
manutenção  
status       
insegurança C1– C2 – C3 – C4 – C5  
falta de incentivo C2 – C3 – C4 – C5 
alto custo da bicicleta  
estacionamento C3 – C4 
pressa na locomoção C1 – C4 – C5  
 120 
 
MOTORISTAS 
 
Quadro 27 – Motoristas: Opinião sobre os fatores que desmotivam o uso das 
bicicletas. 
ALTERNATIVA RESPOSTAS 
 
falta de infraestrutura                          M4 – M5 
ausência de ciclovias                          M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
sedentarismo  
manutenção  
status       
insegurança M1 – M2 - M3 – M4 – M5  
falta de incentivo  
alto custo da bicicleta  
estacionamento  
pressa na locomoção M1 – M4 – M5  
 
 
Os fatores citados pelos ciclistas e motoristas que desmotivam os 
indivíduos a adotarem as bicicletas como meio de transporte foram a falta de 
infraestrutura, ausência de ciclovias, insegurança, falta de incentivo, 
problemas para estacionar e a pressa na locomoção. 
 
Com exceção dos dois últimos fatores (estacionamento e pressa), 
todos os demais estão relacionados direta ou indiretamente com a segurança 
do ciclista. 
 
A falta de infraestrutura segura e a ausência de ciclovias demonstram 
que os indivíduos não consideram os espaços atuais seguros para a 
circulação das bicicletas; assim, não irão utilizá-las como principal meio de 
transporte. 
 
Esse fato é reforçado quando se verifica que todos os ciclistas e 
motoristas apontaram a insegurança como fator desmotivante. É, portanto, 
notório para ambos os grupos pesquisados que, atualmente, circular de 
bicicleta nas cidades é algo muito perigoso e, por isso, muitos indivíduos 
deixam de adotá-las. 
 
Esse quadro é agravado pela ausência de incentivos para as pessoas 
adotarem as bicicletas. Não só por parte do poder público, quando não 
 121 
oferece uma infraestrutura adequada e segura para a circulação das 
bicicletas; tal ausência também ocorre por parte das empresas quando não 
oferecem alternativas - local para estacionar, flexibilidade no horário de 
chegada e vestiários para as pessoas poderem se trocar - aos funcionários 
que poderiam ir ao trabalho de bicicleta. 
 
Já no que diz respeito à pressa na locomoção, frente ao trânsito 
caótico que se apresenta nas cidades nos dias de hoje, caso haja uma 
infraestrutura adequada e segura, certamente os indivíduos que optassem 
pela bicicleta como meio de transporte, chegariam aos seus destinos no 
mesmo horário que chegariam utilizando outro veículo. Com a vantagem de 
estarem poluindo o meio ambiente, praticarem uma atividade física regular 
que vai promover a sua qualidade de vida e contribuindo para minimizar os 
problemas atuais de trânsito nas cidades. 
 
 
Opinião dos ciclistas e motoristas sobre a pergunta 9: Quais itens de 
segurança são indispensáveis em sua opinião para a segurança dos 
ciclistas? 
 
 
CICLISTAS 
 
Quadro 28 – Ciclistas: Opinião sobre os itens de segurança indispensáveis. 
ALTERNATIVA RESPOSTAS 
 
pavimentação   C2 – C3 – C4  
retrovisores    C2 – C3 – C4 – C5 
largura da via               C1 – C3 – C4 – C5 
capacete   C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
farol   C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
luvas      C3 – C4 
separação física dos outros veículos C1 – C3 – C4 – C5  
sinalização vertical C3 – C4 
conservação da via C1 – C2 – C3 – C4 
buzina C1 – C2 – C3 – C4 – C5 
camisa com faixa refletora C3 – C4 – C5 
kit de ferramentas C3 – C4 
 
 122 
MOTORISTAS 
Quadro 29 – Motoristas: Opinião sobre os itens de segurança indispensáveis. 
ALTERNATIVA RESPOSTAS 
 
pavimentação   M1 – M3 – M4 
retrovisores    M1 – M3 
largura da via               M1 – M3 
capacete   M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
farol   M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
luvas      M1 – M3  
separação física dos outros veículos M2 – M3 – M4 – M5 
sinalização vertical M1 – M3 
conservação da via M1 – M3 – M4 
buzina M1 – M2 – M3 – M4 – M5  
camisa com faixa refletora M1 – M2 – M3 – M4 – M5 
kit de ferramentas M1 – M3 – M5 
Todos os itens de segurança que constavam no questionário foram 
citados pelos ciclistas e motoristas; apenas três desses itens foram citados 
por todos: o capacete, o farol e a buzina. 
 
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro – CTB em seu capítulo IX, 
art. 105, são itens de segurança obrigatórios para as bicicletas a campainha 
(buzina), a sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, além 
do retrovisor do lado esquerdo. 
 
Nenhum dos pesquisados apontou em sua resposta todos esses itens 
de segurança obrigatórios de acordo com o CTB. Não que os demais itens 
não sejam importantes para a segurança dos ciclistas, mas, ao não utilizarem 
algum item indispensável, ele estará colocando em risco a sua integridade 
física e a da população no geral. 
  
É como se um carro tivesse freios ABS, e o motorista não utilizasse o 
cinto de segurança que é um item obrigatório. Em caso de uma colisão, os 
freios ABS ajudarão na frenagem, mas o  indivíduo será arremessado contra 
o vidro dianteiro e, certamente, sofrerá algum tipo de lesão. 
 
Pode-se ver que tanto os ciclistas como os motoristas da cidade de 
Atibaia desconhecem os itens de segurança obrigatórios para a circulação 
segura das bicicletas. Ao não cumprirem o que diz a lei, eles estão 
 123 
contribuindo para aumentar a insegurança e o número de acidentes no 
trânsito envolvendo as bicicletas nas cidades.  
 
Uma mudança nesse contexto é possível caso sejam promovidos 
juntos à população, programas de Educação Ambiental em todas as escolas 
e de educação no trânsito a exemplo dos oferecidos pela CET-SP a nível 
presencial ou virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 124 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES 
 
 
A presente pesquisa expõe aspectos relacionados com o uso da 
bicicleta, enfatizando sua influência na qualidade do meio ambiente urbano, e 
os riscos inerentes à infraestrutura das ciclovias com foco na cidade de 
Atibaia (SP). 
 
A pesquisa destacou que a bicicleta foi sendo aperfeiçoada ao longo 
dos tempos, e atualmente vem sendo utilizada como meio de locomoção 
regular ou de lazer em vários países, propiciando ao ciclista elevado grau de 
atividade física além de ser uma alternativa de mobilidade ambientalmente 
sustentável que atende aos requisitos básicos para o deslocamento dos 
indivíduos. 
 
Ficou evidente pela literatura consultada que há ampla comprovação 
de estudos demonstrando os impactos negativos para o meio ambiente, 
devido ao trânsito desordenado, e por consequência impactos negativos para 
a saúde humana (alta incidência de doenças cardiorrespiratórias e 
cardiovasculares). 
 
As bicicletas, são hoje uma opção para grande parte da população que 
tem dificuldades em pagar qualquer transporte urbano motorizado, além de 
propiciar o exercício físico, porém requer investimentos públicos e políticas 
públicas de mobilidade para deslocamentos mais seguros e saudáveis. 
 
Nesse cenário, usar a bicicleta como meio de transporte ou de lazer, 
apresenta-se como uma opção importante do ponto de vista social, ambiental 
e econômico. Tem potencial de proporcionar segurança aos usuários desde 
que os sistemas de transporte públicos e de trânsito sejam bem planejados e 
integrados com programas de educação ambiental no ensino formal e não 
forma, como também na conscientização de toda população, no cumprimento 
das leis do trânsito. 
 125 
Segundo a OPAS (2010), a exposição crônica a poluentes 
atmosféricos acima dos padrões exigidos tem sido associada a alta 
incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares, principalmente em 
crianças e idosos. Portanto, sempre que possível, convém reduzir o uso de 
automóveis em favor de outras modalidades de transportes que causem 
menos poluição do ar e do solo. 
 
Constatou-se que a atual ciclovia da Cidade de Atibaia, não apresenta 
uma infraestrutura adequada para a circulação de bicicletas, portanto é 
imprescindível a intervenção das autoridades municipais, para a implantação 
do projeto da nova ciclovia que está em estudo na Prefeitura, para incentivar 
o uso da bicicleta e propiciar aos pedestres, motoristas e ciclistas uma melhor 
qualidade de vida e sustentabilidade ambiental. 
 
Buscando-se conhecer a opinião de ciclistas, motoristas e professores 
da cidade de Atibaia (SP), sobre a temática da presente dissertação, 
concluiu-se que: 
 
-   Os ciclistas e motoristas entrevistados demonstraram 
uma concepção correta acerca do conceito de meio ambiente 
e da Educação Ambiental, aferindo que ela (EA) deveria ser 
iniciada na educação infantil, pois é mais fácil ensinar e 
adquirir valores na infância.  
Por outro lado, verificou-se que a maioria dos ciclistas e 
motoristas entrevistados desconheciam os itens de segurança 
obrigatórios para a circulação segura de bicicletas e 
consequentemente, não cumprem os itens de segurança que 
constam do Código de Trânsito Brasileiro em seu capítulo IX 
art. 105. 
 
-   Foi consenso entre as professoras da escola, que a 
educação ambiental está presente em suas práticas 
pedagógicas como tema transversal, e muitas delas a ensinam 
em suas disciplinas e também na forma de projetos, em 
 126 
consonância com as diretrizes da Política Nacional de 
Educação Ambiental Lei 9.795/99 e da Resolução n° 02/2012 
do MEC, que obriga a inserção da educação ambiental em 
toda a grade curricular. 
 
O estudo procurou por em evidência a importância da educação 
ambiental na mudança de atitudes e comportamentos em relação ao meio 
ambiente, ao trânsito e ao sentido de solidariedade entre pedestres, ciclistas 
e motoristas. 
 
Este trabalho, pretende ser um ponto de partida no sentido de 
colaborar com outros estudos em função do incipiente hábito do uso da 
bicicleta como meio de transporte, e incentivar uma maior cooperação e 
responsabilidade compartilhada entre os vários setores do governo, da 
educação e da população em geral, com a melhoria da segurança das 
ciclovias e prevenção dos acidentes de trânsito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 127 
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 137 
APÊNDICE– A 
 
ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA COLETA DE DADOS - PROFESSORAS 
 
Nome:________________________________________________ 
 
Idade:________________________________________________ 
 
Sexo: (   ) M     (   ) F 
 
Estado Civil:___________________________________________ 
 
Nível de Escolaridade:___________________________________ 
 
Tempo de docência:_____________________________________ 
 
Cargo atual na escola:___________________________________ 
 
Email:________________________________________________ 
 
 
1- O que você entende por meio ambiente? 
 
_____________________________________________________ 
 
2- Qual a sua compreensão acerca da educação ambiental? 
 
_____________________________________________________ 
 
 138 
3- Como a educação ambiental está inserida no currículo da 
escola? 
 
 
4- Como você vem trabalhando a educação ambiental em 
sua prática pedagógica? 
 
_____________________________________________________ 
 
 
5- O que você gostaria de fazer para melhorar essa prática? 
Quais recursos você gostaria de utilizar para abordar os 
temas relacionados ao meio ambiente? 
 
 
 
6- Em sua opinião, quem são os responsáveis pela proteção e 
preservação do meio ambiente? 
 
(   ) crianças                      (   ) adultos                  (   ) prefeitura         
 
(   ) donos de fábricas       (   ) governo                (   ) professores 
   
Outros (pessoal):_______________________________________    
 
7- Qual o nível de ensino mais adequado em sua opinião para 
se iniciar a educação ambiental? Justifique sua opinião. 
 
        Educação Infantil (   )                      Ensino Fundamental I (   ) 
 139 
Ensino Fundamental II (   )                                   Ensino Médio (   ) 
                 Superior      (   )                                Pós-Graduação (   ) 
_____________________________________________________ 
 
8- Quais são os benefícios gerados pela adoção da bicicleta 
como meio de transporte principal em detrimento aos 
veículos automotores? 
 
_____________________________________________________ 
 
 
9- Quais são os  riscos gerados pela adoção da bicicleta 
como meio de transporte principal em detrimento aos 
veículos automotores? 
 
 
10 - Segundo a sua opinião, como a Educação para o 
Trânsito pode contribuir para a melhoria da qualidade de 
vida dos indivíduos e da sociedade? 
_____________________________________________________ 
 
 
11- Em quais locais e de que maneira pode ser trabalhada 
a Educação para o Trânsito? 
 
_____________________________________________________ 
 
 
 140 
APÊNDICE – B 
 
ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA COLETA DE DADOS – CICLISTAS E 
MOTORISTAS 
 
Nome:________________________________________________ 
 
Idade:________________________________________________ 
 
Sexo: (   ) M     (   ) F 
 
Estado Civil:___________________________________________ 
 
Nível de Escolaridade:___________________________________ 
 
Ocupação:_____________________________________ 
 
Email:________________________________________________ 
 
 
1- O que você entende por meio ambiente? 
 
_____________________________________________________ 
 
2- Na sua opinião, o que é educação ambiental? 
 
_____________________________________________________ 
 
 
 141 
3- Em sua opinião, quem são os responsáveis pela proteção e 
preservação do meio ambiente? 
 
(   ) crianças                      (   ) adultos                  (   ) prefeitura         
 
(   ) donos de fábricas       (   ) governo                (   ) professores 
   
Outros (pessoal):_______________________________________    
 
 
4- Qual a faixa etária mais adequada em sua opinião para se 
iniciar a educação ambiental? Justifique sua opinião. 
 
  0 - 5 anos     (   )                                      6 - 10 anos (   ) 
 11 - 15 anos         (   )                              16 – 20 anos (   ) 
 21 – 25 anos     (   )                                26 – 30 anos (   ) 
acima dos 30 anos (   ) 
_____________________________________________________ 
 
5- Quais são os benefícios gerados pela adoção da bicicleta 
como meio de transporte principal em detrimento aos 
veículos automotores? 
 
 
6- Quais são os  riscos gerados pela adoção da bicicleta 
como meio de transporte principal em detrimento aos 
veículos automotores? 
 
 
 142 
7- O que em sua opinião pode ser feito para melhorar o 
trânsito de bicicletas na cidade? 
 
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8- Quais os fatores que, em sua opinião, desmotivam os 
indivíduos a adotarem as bicicletas como meio de transporte 
principal? 
 
(   ) falta de infraestrutura                         (   ) insegurança 
(   ) ausência de ciclovias                         (   ) falta de incentivo 
(   ) sedentarismo                                     (   ) alto custo da bicicleta 
(   ) manutenção                                       (   ) estacionamento 
(   ) status                                                 (   ) pressa na locomoção 
 
Outros(pessoal):________________________________________ 
 
9- Quais itens de segurança são indispensáveis em sua 
opinião para a segurança dos ciclistas? 
 
(   ) pavimentação             (   ) separação física dos outros veículos 
(   ) retrovisores                 (   ) sinalização vertical 
(   ) largura da via              (   ) conservação da via 
(   ) capacete                     (   ) buzina 
(   ) farol                            (   ) Camisa com faixa refletora 
(   ) luvas                           (   ) kit de ferramentas 
 
Outros 
(pessoal):_____________________________________________ 
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